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M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

M(ã)emórias da Maria Mocha

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Anda por aí o vírus da felicidade!

Estou em condições de dizer que o vírus da felicidade foi identificado nas lojas do Vasco da Gama (talvez trazido por um turista português que esteve recentemente no Butão), mas parece estar a propagar-se para outras superfícies comerciais e mesmo outros locais. Podemos estar perante a ameaça de uma pandemia, meus amigos! 

 

Passo a  explicar. 

 

Como bem se lembrarão, ontem fui à consulta de imunoalergologia (ainda hei de falar sobre isso). Como me despachei cedo e fazendo justiça à gaja que sou, dei uma voltinha no Vasco da Gama para ver as novidades nas minhas lojas de eleição. Gaja que é gaja gosta de dar uma voltinha nas lojas!

 

Ora, nesta volta que eu dei houve um elemento comum em vários estabelecimentos comerciais onde entrei: a necessidade  das lojistas, mais evidente do que nunca, apregoada aos quatro ventos, de que o cliente se sentisse feliz. Ora tomem nota:

Entrei numa loja de roupa de senhora que até tinha uma fashion adviser e tudo e que me deu a conhecer um novo site de promoções de subscrição gratuita. Trata-se de Promofans. Vão lá espreitar, que talvez vos interesse. Eu já lá fui. A menina até me queria inscrever lá na loja, mas eu, nestas coisas, gosto de palpar primeiro o terreno. Gosto de estudar a coisa com tempo. Já subscrevi a plataforma, mas ainda não explorei o suficiente para vos dizer se as promoções e descontos valem a pena.

Segui para outra loja, de gangas e afins, cuja lojista quebrou logo o gelo com uma expressão do tipo "Olá. Sente-se bem? Aqui temos todas as condições para que se sinta feliz!" E eu "Ah!... Hummm... Ainda bem! Obrigada." WTF?!

Dirigi-me a uma livraria, onde pude assistir a uma cena rara. A uns metros de mim, a lojista deixou cair uns livros no chão e uma cliente ali ao pé prontamente apanhou tudo do chão. "Obrigada, não era necessário." "Não tem de quê. Não há problema."

Mau! Nesta altura já comecei a desconfiar... Há aqui qualquer coisa estranha hoje! O que é que se passa para haver tanta alusão à felicidade, simpatia e amor ao próximo no ar? Só pode ser de origem viral! O melhor é abalar daqui, senão amanhã (hoje) ainda me dá para abraçar aquela megera que me detesta lá no trabalho e que fala mal de mim nas costas!... É caso para dizer: também não exageremos, que essa coisa bíblica de dar a outra face não é para mim!

Segui para casa, mas parei num restaurante de uma cadeia de fast food, para lanchar. Gaja que é gaja às vezes também come fast food... Enquanto esperava pelo pedido junto ao balcão (só lá estava eu), a menina disse-me que me podia sentar, o que eu declinei com o argumento habitual: "Deixe estar. Estou farta de estar sentada." "Ah! Sabe? É que é nossa política que os clientes se sintam satisfeitos." "Também tu?", pensei. Mas disse: "Sim, sim. Eu estou satisfeita aqui em pé. Não se preocupe." WTF?! Olhei distraidamente para os avisos na parede e até isto lá estava: 

 

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"Pronto! Já está espalhado.", concluí eu. "Não me resta outra alternativa senão ser amiguinha da megera... Amanhã (hoje) tenho que lhe dar dois beijinhos, dizer que está mais magra, que a blusa que traz vestida lhe favorece o decote e perguntar pela família." 

   

Naaaa!!!! 

 

Butãopaís ao sul da China, única nação no mundo cuja religião oficial é o budismo tântrico, daí o objetivo principal de governo seja fazer com que os cerca de 700 mil habitantes sejam felizes, algo que até está consagrado na Constituição do país. Uma das perguntas que é feita aos butaneses nos censos é "Você é feliz?", assim como dão mais ênfase à Felicidade Interna Bruta do que ao Produto Interno Bruto. Até existe um Ministério da Felicidade! 

 

 

 

Um alerta! (Se é que não vos aconteceu já também!)

Ontem fiz bacalhau à brás para o jantar. Mas como não tinha bacalhau desfiado em casa (que é mais prático), fui comprá-lo no fim do dia de trabalho. 

 

E lá fui eu, com as manias de escolher também pela qualidade e não só pelo preço, vasculhar todos os produtos que havia à venda. Havia um mais barato, de marca branca, mas tinha em letras garrafais na embalagem "PALOCO". Sei que o paloco é um sucedâneo do bacalhau, mas não é bacalhau. O pessoal em casa podia dar pela diferença e era um problema se não gostassem. Eu não sou nada esquisita e de certezinha que me saberia igualmente bem, mas o pai e os filhos já não é tanto assim.

 

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Por isso, apesar de me dizerem ser excelente a relação qualidade-preço desse tal de paloco, decidi antes comprar bacalhau. Decidi-me por este da imagem acima, que apregoava ser de cura tradicional portuguesa e ainda por cima cá em baixo dizia que não continha fosfatos (que eu imagino que deve ser uma coisa mesmo muito muito má...). E foi assim que eu acreditei que me queriam vender o melhor bacalhau do mercado. 

 

Já em casa, começo a preparar o jantar. Quando "arrebanho" a embalagem do bacalhau para colocar este no tacho, vejo isto:

 

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Conseguiram ler as letrinhas minúsculas? Perceberam o drama? No canto superior esquerdo, dizem-me que afinal comprei PALOCO!

PALOCO???

Façam-me um favor. Olhem lá outra vez para a parte dianteira da embalagem. Sou eu que sou muito burra ou vocês também pensariam que estavam a comprar bacalhau? Realmente, não está lá escrito BACALHAU, mas também não está PALOCO em letras garrafais como encontrei nas marcas brancas. Se isto não é publicidade enganosa, vou ali e já venho. E atenção que nem quero dizer que a "xico-espertice" (neste caso também se pode chamar de marketing, não é?) seja só desta marca. Calhou ser esta, mas admito que as outras também possam fazer o mesmo. Acham isto admissível? É, né? Está lá escrito atrás que o ingrediente é paloco, portanto é admissível... Só acho que deveriam haver regras mais rígidas nestas coisas, como seja a obrigatoriedade de identificar em letras bem legíveis o produto. 

 

Finalmente entendi na pele o que é comprar "gato por lebre". Ou antes, paloco por bacalhau... Mas digo-vos uma coisa. Cá em casa ninguém deu pela diferença! Essa é que é essa!   (A não ser eu, que sabia da troca...  Prefiro bacalhau.)

 

 

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Maria Mocha é o pseudónimo de uma mulher que, de vez em quando, gosta de deixar os pensamentos fluir pela escrita, uma escrita despretensiosa, mas plena dos sentimentos e emoções com que enfrenta a vida. Assim, as criações intelectuais da Maria Mocha publicadas (textos, fotos) têm direitos de autor que a mesma quer ver respeitados e protegidos. Eventuais créditos de textos ou fotos de outros autores serão mencionados. Aos leitores da Maria Mocha um apelo: leiam, reflitam sobre o que leram, comentem, mas não utilizem indevidamente conteúdos deste blog sem autorização prévia da autora. Obrigada.

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