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M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

Das verdades em momentos de raiva

(Só pensamentos avulsos em noite de insónia, porque só tinha o teclado do tlm com quem falar. Não valem o tempo de ninguém, a não ser dos meus mais próximos. Mas a esses não deveria ser necessário dizer nada disto, não é?)

 

Devemos escutar as pessoas quando estão com raiva porque é nessa altura que a verdade sai.

 

A verdade... Não quero essa verdade dita num momento de raiva! Essa verdade pode atingir-nos como um raio. Essa verdade pode matar-nos. Mata-nos, sim. E eu não queria ouvir verdade nenhuma. Estou de férias. Preciso de férias. Mereço férias. E não merecia dessas verdades ditas num momento de raiva. Era só isto que eu queria: alguns dias de paz interior. Será que, em nome dessa ansiada paz, posso acreditar que, afinal, também se dizem mentiras em momentos de raiva? 

 

Como dizer isto de forma suave? Mais uma vez se provou que não sou valorizada por quem mais tem obrigação de me valorizar e razões para isso. Pelo contrário, isolam-me, diminuem-me psicologicamente. E, no entanto (sei que tenho defeitos e estou longe de fazer tudo certo), tenho a certeza absoluta de que sou muito mais e melhor do que aquilo que me reconhecem.

 

Enfim... sinto que nasci para sofrer. Há sempre alguma coisa a ensombrar a minha existência. Porém, ninguém o dirá... Dispendo demasiado esforço a disfarçar o que sinto. Nunca sucumbo ao sofrimento e isso também me vai destruindo por dentro.  Um farrapo. Os outros vêem uma fortaleza, eu sinto-me um barco à deriva, sem terra à vista nem nada nem ninguém a  quem recorrer. Sozinha... 

 

Pois é... Tenho tudo para ter uma vida perfeita. Mas "não há vidas perfeitas", digo sempre quando tenho conhecimento do sofrimento  de  alguém. Secretamente, enquanto digo isso, é sempre na minha vida que estou a pensar. 

 

Lamentavelmente, o sofrimento não  me é  uma boa musa inspiradora. Tivesse eu um bocadinho de Florbela Espanca para pôr em versos esta tristeza que sinto, esta sensação de não pertencer a lado nenhum. 

 

 

Aparentemente não se passa nada...

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A minha casa está uma desorganização que só visto. Em muitos sentidos. E quem diz a minha casa, diz a minha cabeça, a minha vida. Ninguém imagina os demónios que cada mente alberga, as feridas que cada corpo carrega. Mas para fora uma existência feliz, uma vida por muitos desejada. Uma ilusão... Não sabem nada. Todos carregamos a nossa cruz e cada um é que sabe o peso da cruz que lhe verga as costas. E a minha não tem sido leve... 

 

Cá me vou aguentando, uns dias melhor, outros dias pior. Hoje manifestamente mal! É a vida e temos que a viver conforme se nos apresenta. E só temos uma...

 

 

Pensando em voz alta...

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Haverá um tempo médio de atividade de uma espécie de blogger que desbobina práqui cenas mas que nunca aspirou fazer disto vida?

 

Leio referências ao cansaço incontornável que inevitavelmente se sente ao fim de algum tempo e volta e meia alguém que estamos habituados a ver por aqui desaparece sem deixar rasto. Também há os que se despedem, mas outros simplesmente evaporam-se. Alguns com pena minha. Alguns voltam. E saem novamente. Há algo de cíclico nisto...

 

Palavras de ordem: cansaço e incapacidade para conciliar as várias vertentes da vida, blogues incluídos (tanto a produção no meu como as devidas e justas visitas aos da comunidade). 

 

Posto isto, o que fazer e sentir quando nos parece que pode estar a chegar a nossa vez? É-se transparente, escreve-se brevemente sobre isso e adia-se o emergente esperando  que amanhã se veja o mundo com outros olhos. Afinal, tudo na vida é uma questão de perspetiva...

 

 

Quarta-feira de cinzas e de renascimento.

Sobre o dia de hoje:

 

É quarta-feira de cinzas (é assim que se chama, não é?) e, como tal, terminou a autorização para as grandes manifestações de alegria, porque começa a quaresma com toda aquela tradição religiosa que felizmente vai caindo em desuso. Eu ainda sou do tempo em que, na minha terra, na quaresma, não se podia, por exemplo, comer carne hoje e nas sextas-feiras seguintes, que antecedem a Páscoa, tradição que na minha casa se cumpriu escrupulosamente, até determinada altura. Depois começámos a perceber que quem pagava ao padre, à igreja, o podia fazer (comer carne, entenda-se). Ou seja, podia-se comprar o pecado. Pecava-se, mas reservava-se na mesma um lugar no céu com a dízima. Não sei se entretanto as regras mudaram ou se foi de nossa iniciativa, o que é certo é que, lá em casa, deixámos de ligar à imposição de jejuar mas nunca pagámos nada a ninguém. Cá está uma daquelas coisas que afasta fiéis... se o povo puxar um bocadinho pela cabeça. 

 

Àparte as questões religiosas, hoje é mesmo quarta-feira sem riso e alegria, para mim, pelo menos até mais logo. É dia de ir fazer a mamografia anual e ficar a saber se ganhei mais um ano. Não se choquem. É mesmo assim. Depois de se ter cancro, contamos os anos daquilo a que os médicos chamam de sobrevida. Eu já conto seis. Este é sempre, como se adivinha, um dia de grande nervosismo e ansiedade. Desejem-me sorte.

 

Hoje inicia-se também aquele mês que marca para mim o início do florescimento pessoal, em que me começo a encher de vitalidade. Março da Primavera, março também da minha primeira incursão na maternidade. Como as flores do campo que começam agora a despontar nas bermas e valados dos nossos caminhos, também eu hoje posso ser fénix renascida das cinzas desta quarta-feira. Se tudo estiver bem mais logo, a partir de agora tudo só pode melhorar.  Acredito! 

 

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 (Imagem: Pinterest)

 

 

 

Avance para o próximo post, que aqui não aprende nada.

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Não abram. Não vale a pena. A sério. Não se demorem por aqui, que não há nada de novo. 

 

Andei por aqui a dar voltas à cabeça. Continuo com o mesmo desânimo, mas queria, apesar de tudo, dar-vos coisa alegre. Queria dar-vos uma mão cheia de boa disposição e uma boa dose de humor. Queria fazer-vos rir na esperança de que também eu saísse deste estado letárgico em que me encontro e que tem vindo progressivamente, nos últimos dias, a tomar conta de mim. Mas não sei fingir...

 

Sinto-me invadida por uma sensação de desamparo, vazio, desorientação inextinguíveis.Talvez seja sobretudo cansaço, como muitos de vós aflorastes!

 

Cansaço de mim, que sou uma sombra do que fui.

Cansaço de lutar contra a maré em todas as frentes da minha vida.

Cansaço de aparentar ser a fortaleza que não sou.

Cansaço desta vida cinzenta, de responsabilidades e trabalhos pouco partilhados.

Cansaço de não encontrar tempo para dar cor aos dias cinzentões, sempre iguais.

Cansaço da rotina de um emprego cada vez mais desmotivante e desanimador.

Cansaço de tudo e de todos.

Cansaço de nada.

Cansaço! 

 

Quero urgentemente tirar uns dias de descanso. Preciso mesmo. No próximo fim-de-semana vou fazer ponte. Sempre são quatro dias sem o stress habitual. E vou ao Ninho Minho! Entretanto, oxalá hoje tenha uma vitória qualquer, um mimo inesperado, qualquer coisa que me anime. Qualquer coisa, mesmo pequenina, só para aguentar até ao fim-de-semana sem vos atormentar mais com as minhas cenas. 

 

(Imagem: https://www.facebook.com/gifporn1/?fref=ts)

 

 

Sobre mim: o animal feroz.

 

Um dia, já há uns bons anos, um colaborador lá no emprego, grande admirador da forma como eu liderava a organização e geria o estaminé, numa reunião de trabalho teceu-me o que ele considerava ser um grande elogio: comparou-me a uma figura proeminente da vida política portuguesa à época, de quem era grande admirador. Adivinham quem? Esse mesmo: o animal (cada vez menos) feroz do José Sócrates, hoje fera em vias de poder vir a ser enjaulada. Confusões à parte, não sei se deveria ter ficado contente ou triste com o elogio. Mas eu percebi o alcance das suas palavras e, admirem-se, até apreciei a comparação. 

 

Bem, o que é certo é que hoje me sinto cada vez menos feroz. Como ele, por motivos bem diferentes (descansem!), continuo a estrebuchar, a esbracejar para me manter à tona. Mas começa a ser muito difícil. Sinto-me uma presa acossada, rodeada de predadores, numa selva hostil. Dias e mais dias de situações difíceis sucedem-se e elas têm-me sugado todas as energias, implacáveis. Chego impreterivelmente a casa ao fim do dia, dia sim dia sim, com vontade de me deitar no quarto às escuras e desligar do mundo. Mas continuo. Tem que ser. Muitas pessoas dependem de mim. Só mais o jantar e mais um sermão aos miúdos e não me posso esquecer que tenho que lhes retirar o telemóvel e outras distrações porque estão a desperdiçar tempo útil de estudo. Não posso desistir dos meus filhos. Deles, não me demito. E no dia seguinte, levanto-me e enfrento mais um dia com normalidade aparente, repetindo a mim própria que tenho que ser forte. Nunca fui de desistir de nada, não vai ser agora. E vou a caminho do trabalho e penso no que me poderá estar reservado neste dia. Um dia de cada vez. Mas estou esgotada. Queria poder abraçar a minha mãe. 

 

Talvez só me faltem amigos tão fiéis como os do Sócrates, que me oferecessem umas férias num destino paradisíaco por tempo indeterminado. Mas talvez aí resida uma das grandes diferenças entre nós... Não tenho amigos dessa envergadura. 

 

Isto não é uma lamúria. Sou só eu a pensar em voz alta. Na volta, se calhar é só o inverno que já vai demasiado longo...

 

 

 

É só mais um momento "cifras"...

 

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Sempre fui assim, forte até ao ponto de surpreender as pessoas por conseguir sorrir ou mesmo gargalhar em momentos de grande angústia e sofrimento. Não sei ser de outra maneira. Não suporto a ideia de que tenham pena de mim e, por isso, tenho tendência para aparentar uma normalidade que às vezes não existe. Curiosamente, acredito que me resguardaria melhor, estaria mais protegida se fosse aparentasse ser menos forte, mas não consigo. E agora também já não haverá grande coisa a fazer quanto a isso... 

 

Os últimos tempos não têm sido fáceis a vários níveis, mas eu não tenho escolhido vir para aqui carpir as minhas mágoas. Há muito de mim que não conto a ninguém, porque entendo que as pessoas não merecem estar a levar a toda a hora com os meus problemas.

 

Hei de dar a volta a isto, sempre com um sorriso. Que os sorrisos de hoje sejam todos sinceros... 

 

PS: Ai de quem me vier consolar! Não era esse o objetivo. Não sei qual era o objetivo. Mandem-me antes à merda pentear macacos, a mim e à minha conversa de hoje que não vai pra lá nem vem pra cá! Acho que vou hibernar até segunda-feira. 

 

(Fonte da imagem: https://www.facebook.com/whatkindoffookery/)

 

 

 

 

Estados de alma...

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Cá está o que é! Nestes primeiros dias de 2017 eu não tenho apreciado a música. Apreciar a música é definitivamente tão mais agradável!...  Infelizmente, eu tenho antes entendido a letra. E é uma letra de um fado do desgraçadinho, adianto-vos já. 

 

Por isso, para hoje, honestidade.

 

Os meus posts não têm refletido o meu estado de alma. O que prova que aqui somos quem queremos parecer e, muitas vezes, não somos quem realmente somos. Porque aqui eu posso ser quem eu quiser ou quem vocês quiserem que eu seja. 

 

Ultimamente tenho recorrido a posts em rascunho e a agendamentos para transmitir uma normalidade que não sinto. E tenho feito questão de percorrer a blogosfera e visitar os vossos espaços e interagir com todos os que consegui. Foram dias normais, mas só aparentemente. Fiz um grande esforço para manter a personagem. Consegui mantê-la 3 dias. Lá se vai qualquer hipotética aspiração a uma carreira na representação.

 

Hoje deveria também publicar um qualquer rascunho que aqui tenho. Se possível, um com algum humor e boa disposição. Chegava aqui agora e era só escolher. Mas hoje não faço isso. Decidi que o vou guardar para um dia em que esse post faça melhor pendant com a minha disposição. Hoje não vou fingir.

 

E assim, têm-me cá hoje a falar de nada. E de tudo. Não dizendo nada, dou-vos tudo. Toda eu. A verdadeira eu, hoje. Temporariamente triste. Depressiva. Desanimada. De mal com a vida e com o mundo. E com eles a retribuirem-me na mesma moeda. É justo.

Mais do mesmo:

Filhos adolescentes no auge da parvalheira com reações inesperadas à minha autoridade;

Conflitos familiares que daí advêm;

Sentimento de impotência em várias frentes;

Vontade de desistir de projetos, alguns projetos de uma vida;

Inércia e falta de motivação no emprego;

Se querem algo mais prosaico, digo-vos que até as canalizações da cozinha têm vindo a conspirar contra mim, as putas!

 

E deixo a parte do refrão desta música para outra altura... 

 

Não sei se é ainda ressaca do fim das mini-férias. É como se esta semana estivesse a ter só segundas-feiras. Não sei... Acho que estou urgentemente a precisar de motivação para enfrentar os próximos meses deste inverno do meu descontentamento. Ter perdido umas gramas de peso ainda não é o suficiente para me dar ânimo, mas já é um começo. 

 

Hoje talvez me seja difícil ser tão assídua por aqui. Mas como pessoa que não se rende a estados depressivos, lá vou eu colocar a minha cara nº 2 e pôr-me a caminho do trabalho, que eu não tenho feitio para "frescuras", como dizem os nossos irmãos. Demasiadas vezes penso que tenho sido forte tempo demais... E isso, mais cedo ou mais tarde, paga-se caro... 

 

 

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Maria Mocha é o pseudónimo de uma mulher que, de vez em quando, gosta de deixar os pensamentos fluir pela escrita, uma escrita despretensiosa, mas plena dos sentimentos e emoções com que enfrenta a vida. Assim, as criações intelectuais da Maria Mocha publicadas (textos, fotos) têm direitos de autor que a mesma quer ver respeitados e protegidos. Eventuais créditos de textos ou fotos de outros autores serão mencionados. Aos leitores da Maria Mocha um apelo: leiam, reflitam sobre o que leram, comentem, mas não utilizem indevidamente conteúdos deste blog sem autorização prévia da autora. Obrigada.

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