"Mindfulness"
Tenho uma mente acelerada demais. Viajo de um pensamento para outro rapidamente, tenho um cérebro errático, o que em várias ocasiões me dificulta usufruir da vida ao máximo. A qualquer momento o meu pensamento divaga para assuntos mundanos como: tarefas domésticas a fazer, planos para agendar, problemas no trabalho, episódios que se passaram e que me marcaram (acontece muito devido à tendência que tenho para “empreender” sobre as situações vivenciadas), um sem-número de preocupações que me impedem muitas vezes de gozar o momento que estou a viver, o aqui e agora.
Há um conceito agora muito na moda - “mindfulness”, que aponta para essa capacidade de viver o presente, de controlar o pensamento e focar a mente para usufruir de cada momento vivido, sem outras interferências nefastas.
Bem, esta introdução foi só para partilhar que fui recentemente convidada a participar numa sessão de “mindfulness”. Será ao ar livre, num parque, no final deste mês. Não faço ideia do que seja, mas pondero ir. Acho que eu sou mesmo o tipo de pessoa a quem dava jeito dominar a técnica, para meu bem e dos que me rodeiam. Tenho noção de que muitas vezes não gozo a vida ao máximo e prejudico gravemente a de quem convive comigo. Do estilo de umas meias no chão provocarem um acesso de nervos e estragarem um serão, assim de repente. Desse género! Tenho que me controlar, realmente.
Um dia, uma colega disse-me que era como eu mas que acabou por desistir de ter tudo certinho como gostava na vida, nomeadamente de ter os filhos perfeitos, e a partir daí a sua convivência com a família – no caso, marido e filhos – melhorou significativamente. Se não os podes vencer, junta-te a eles, certo? Gostava de atingir esse patamar de autodomínio. Mas receio não conseguir alcançar esse tal ponto de concentração. Sou mais do estilo “mind full” do que “mindful”…
Voltando à tal sessão: e se depois eu “chumbo” nos exercícios? Eu não sei lidar bem com o insucesso! Bem, posso sempre fingir que estou “concentradíssima, sócio”. Afinal, não são raras as vezes em que deixo de ouvir algumas pessoas que são tagarelas, maçadoras, “chatas como a potassa” e ninguém nota nada. Sou perita nisso. Talvez vá, afinal…
(A foto dos amores-perfeitos foi tirada numa caminhada com o M. Só para dizer que retomamos as nossas caminhadas! Yay! Fizemos duas esta semana. Devagarinho, isto vai! )