Futebol, o ópio do povo...
Aprendi a gostar de futebol. Mas não foi amor à primeira vista...
O contacto com esta modalidade foi-me dado, logo em pequena, pela mão do meu pai. E também foi ele que me fez benfiquista. Agradeço-lhe muito isso, por acaso! Como não teve filhos homens, eram as filhas que eram arrastadas para a "bola" ao domingo. Nessa altura, confesso que era um sofrimento gramar horas no estádio lá da terra, a ver a equipa local jogar, no meio de homens, sem perceber muito bem o jogo e as conversas. Não era mesmo coisa que me alegrasse por aí além.
Mais tarde, com o M. e, muito especialmente, a partir do momento em que o meu filho começou a jogar à bola, o futebol passou a fazer parte da minha/nossa vida. Uma parte bem importante da nossa vida, por acaso. Ao ponto de hoje em dia, quando a época acaba, chegar a ter saudades de ir à bola ao fim-de-semana. Felizmente, nesta altura do ano, vamos tendo futebol na televisão (ora o Euro, ora o Mundial), e a pessoa vai-se entretendo assim.
Isto para dizer que não sou nenhuma expert na matéria (longe disso!), mas aprecio futebol à minha maneira e já vou percebendo alguma coisa, pouca. E sou obviamente uma "sócia concentradíssima" no sucesso da nossa seleção!
Uma coisa é certa: não sou daqueles(as) adeptos(as) que só vêem futebol quando joga Portugal e que, contas feitas, nem sequer gostam de futebol. Para esses adeptos cíclicos ou intermitentes de futebol, o futebol é só uma forma de se sentirem incluídos, fazerem parte do grupo, sentirem-se um daqueles onze milhões que são de tempos a tempos convocados a apoiar incondicionalmente a seleção. Por isso é que estes adeptos são tão exigentes, já que para muitos é com as vitórias da sua equipa que alcançam a realização que muitas vezes lhes escapa noutras áreas da vida. A sensação de fazer parte dos vencedores é gratificante... Se fizermos a analogia com a política, é ou não certo que o Zé Povinho tem tendência para votar num possível vencedor, e por isso é que ganham sempre os mesmos partidos? Teorias minhas...
Voltando ao desporto-rei, e particularmente à nossa seleção, vemos que de vitória em vitória (connosco foi mais de empate em empate, mas adiante, que a eficácia foi a mesma!) anda o povo feliz e vai-se esquecendo dos problemas da vida. Alienação total!
Eu própria tenho andado maluca com isto e tenho tentado acompanhar o máximo que posso deste Euro. Sobretudo, tenho vibrado com os avanços da nossa equipa. Estou já ansiosa pelo jogo de amanhã com a Polónia e quero Portugal nas meias finais e depois na final. Quem sabe, até seja campeão! Gostava tanto de ver o Fernando Santos por França até essa altura, como ele disse que aconteceria. Fizeram-se logo piadas, mas eu cá gostei de ver tanta confiança nos jogadores demonstrada com essa afirmação. É assim mesmo! Portugal allez!