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M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

M(ã)emórias da Maria Mocha

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Pediram-me o nome da minha mãe...

 

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Perdi a minha mãe em fevereiro último, inesperadamente.

Perder a mãe deixa um vazio enorme, uma angústia tremenda. A vida segue o seu rumo mas, volta e meia, a tristeza invade os nossos corações. A forma como tenho lidado com essa tristeza tem sido procurando sentir a presença dela no meu dia-a-dia. Foi por isso que espalhei fotos dela pela casa. É assim que lhe dou todos aqueles beijos que ficaram por dar enquanto ela estava entre nós. É assim que lhe digo todos os dias o quanto gosto dela. Eu dei-lhe muitos beijos, que eu sou bastante beijoqueira, e mimos também, os possíveis por vivermos distantes. Mas a quem perde entes queridos, penso que é inevitável que fique a sensação de que foram poucos os beijos que demos, de que foi insuficiente o carinho que lhes dedicámos.  

 

Hoje pediram-me o nome da minha mãe para preenchimento de uns documentos necessários no trabalho. Surpreendi-me. Já não me lembro da última vez em que o nome da minha mãe me foi solicitado. E poderá parecer estranho, mas senti um consolo tão grande, senti-me tão feliz por escrever o nome da minha mãe. Uma felicidade inexplicável, irracional. Parecia que, por momentos, ela voltou a fazer parte da minha vida, adquirindo uma presença quase física. Foi como um abraço que lhe tivesse dado. Nem sei bem explicar o que senti... O meu coração até disparou. E percebi, melhor, confirmei: ela ainda é, e será sempre, a minha mãe querida. Não está cá mas para sempre estará escrito o vínculo que temos, é uma referência na minha identificação. Logo, a minha identidade estará para sempre ligada a ela, uma ligação de sangue atestada em documentos palpáveis e oficiais. Que orgulho senti em escrever o nome da minha mãe! Oxalá me solicitem muitas vezes o nome da minha mãe... 

 

Coisas bizarras de uma cabeça muito particular... A minha...

Como a minha mãe dizia, meio a brincar meio a sério, numa alusão à relação que acreditava existir entre o mês de nascimento e a sanidade mental das pessoas: "És de Maio. Só podes ter uma faltinha..." (significando maluca, get it?! )

 

Mãe querida, pois tenho. Tenho mesmo, muitas! Mas a minha maior falta hoje és tu! 

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Maria Mocha é o pseudónimo de uma mulher que, de vez em quando, gosta de deixar os pensamentos fluir pela escrita, uma escrita despretensiosa, mas plena dos sentimentos e emoções com que enfrenta a vida. Assim, as criações intelectuais da Maria Mocha publicadas (textos, fotos) têm direitos de autor que a mesma quer ver respeitados e protegidos. Eventuais créditos de textos ou fotos de outros autores serão mencionados. Aos leitores da Maria Mocha um apelo: leiam, reflitam sobre o que leram, comentem, mas não utilizem indevidamente conteúdos deste blog sem autorização prévia da autora. Obrigada.

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