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M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

Assim é que se fazem homens!

 

 

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Aviso já à cabeça que não sou uma pessoa nada antiquada nem púdica! Até sou bastante "mente aberta". Eu própria já fiz muitas asneiras na vida, mas por ter uma cabeça no sítio, nunca fiz nada de que me envergonhasse muito nem que comprometesse o caminho que defini para mim. Sou assim, uma pessoa de ideias fixas bem definidas e casmurra determinada com'ó caneco. Posto isto, posso dizer ao que venho.

 

Hoje venho contar-vos a conversa de ontem à hora de almoço, entre colegas, no trabalho. Uma das colegas, e amiga, contava as suas peripécias do último fim-de-semana por terra de estudantes. Não, não falámos da praxe. Isso seria outra discussão que daria pano para mangas. Ela tinha ido ver os festejos da receção ao caloiro. A sua filha ingressou este ano na faculdade, e então, ela e restante família, lá foram assistir aos desfiles e essa coisa toda que acontece por esta altura e das quais eu já só tenho uma vaga memória, que já foi há tanto tempo e já se passou tanta "vida adulta" na minha vida que quase limpei isso tudo. Adiante. 

 

Contava então a minha amiga as imagens que ainda a perseguem dos festejos, e que só não a levaram à cama porque não é púdica tal e qual como eu e porque tem uma filha orientadinha com a qual não se tem que preocupar, já que tem aversão àqueles exageros doentezzz e depravadozzz.

 

Ora então ela e a família fizeram centenas de quilómetros para assistir a quê?, perguntam vocês. Pois é claro que assistiram àquilo que todos nós sabemos que acontece nestas festas estudantis:

  • gente a emborcar cervejas à doida como se não houvesse amanhã,
  • ambulâncias de apoio à festa num vai-vem atarefado de sirenes num ti-nó-ni constante,
  • cenas maradas como a daquela jovem que teve necessidade de fazer o seu xixi, coitada, que a cerveja tinha que sair por algum lado, e então toca de agachar e fazer o serviço ali no meio da rua com os Srs. Doutores a rodeá-la com as capas, mas a jovem com as nalgas espetadas perfeitamente visíveis aos olhos da multidão.

 

E para este espetáculo degradante levam os estudantes as famílias com os seus banquinhos e estes ficam embevecidos a ver o cortejo passar. E eu pergunto: é isto que esta juventude tem para mostrar às gerações mais velhas como marca mais identificativa da sua própria geração? E atenção, que estes são aqueles que tiram cursos...

 

Digo-vos uma coisa: eu cá fiz muita merda nesta idade (quem não faz?), mas pelo menos tinha algum decoro e não punha os meus pais a assistir de palanque. É que não havia mesmo nexexidade! Será que já não se apanham bebedeiras, e outras coisas que tal, às escondidas dos pais, como deve ser, como manda a lei? 

 

E ainda não acabou... No meio deste cenário todo, a certa altura a minha amiga ouve alguém a seu lado, sentada no seu banquinho, a tentar justificar aquilo a uma senhora mais velha. A apreciação da minha amiga é que deveria ser uma mãe de um estudante a explicar a razoabilidade das cenas que estavam a assistir à perplexa e angustiada avó desse mesmo estudante. Dizia ela:

 

- "Mãe, isto faz-lhes bem. É assim que se fazem homens!" 

 

Cá está! Mais uma prova de que o ser humano consegue encontrar argumentos muito improváveis quando quer convencer alguém... ou convencer-se a si próprio!

 

Eu cá, que volto a lembrar que não sou antiquada nem púdica, questiono-me: de que forma é que se fazem Homens, jovens que entram em coma alcoólico e que mijam no meio da rua como os burros e as mulas perante a anuência e gáudio dos pais e restantes familiares? Eventualmente, tornar-se-ão, mas vaticino que não será certamente por fazerem estas figuras...

 

Não, repito, eu não sou antiquada nem púdica. Eu se calhar estou é a ficar velha. Velha e preocupada porque daqui a uns aninhos poderei estar eu sentada num daqueles banquinhos a assistir ao cortejo e a tentar justificar o injustificável...

 

 (E, no entanto, alguns de vocês acharão que eu sou antiquada e púdica... mas não sou! )

 

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Maria Mocha é o pseudónimo de uma mulher que, de vez em quando, gosta de deixar os pensamentos fluir pela escrita, uma escrita despretensiosa, mas plena dos sentimentos e emoções com que enfrenta a vida. Assim, as criações intelectuais da Maria Mocha publicadas (textos, fotos) têm direitos de autor que a mesma quer ver respeitados e protegidos. Eventuais créditos de textos ou fotos de outros autores serão mencionados. Aos leitores da Maria Mocha um apelo: leiam, reflitam sobre o que leram, comentem, mas não utilizem indevidamente conteúdos deste blog sem autorização prévia da autora. Obrigada.

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