Um azar nunca vem só...
Tudo nesta vida é relativo. As questões que para nós são de importância vital alteram-se e as prioridades invertem-se num abrir e fechar de olhos. As circunstâncias da vida a isso obrigam.
E eu sou lembrada desse facto demasiadas vezes, mais vezes do que gostaria. Desde os 39 anos que vou acumulando problemas de saúde, desde o mais grave de todos a outros mais pequenos, mas que parece que vêm ter comigo para me lembrar a todo o momento da vulnerabilidade da existência humana, da minha existência.
Cá continuo cheia de dores e a coxear com a maldita lombociatalgia. Coxear é um eufemismo. Pareço uma boneca (des)articulada agarrada às paredes e aos móveis. No outro dia, já lavada em lágrimas com as dores , dizia a uma amiga que sinto que estou sempre a ser posta à prova. Amiga que é, ela respondeu-me que isso acontecia porque eu sou lutadora e aguento tudo. Ou seja, segundo ela os problemas graves de saúde aparecem a quem tem estofo para suportar. Será? Nesse caso, triste destino o das pessoas fortes! Preferia ser uma flor de estufa.
Desculpem o tom choroso deste texto. Estou mesmo aflita com as dores que não vejo jeito de irem embora. É hoje de todo impossível conferir algum humor a isto...
E, para além das dores, como um azar nunca vem só, tenho uma questão que me está a preocupar. Como é que vou dar a volta a esta ciática para conseguir ir ver "The Cure" no Meo Arena na próxima terça-feira? Começo a ficar convencida que não vou... Porque é que eu nunca pago a quantia extra do seguro para o caso de um infortúnio como este? Bem, é melhor não pensar nisso, que o mais certo seria a ciática não estar coberta para devolução do preço dos bilhetes. Com seguros não é de fiar.
Meus ricos bilhetes! Meu rico dinheirinho! Minha rica saúde!