Será um problema de identidade de género?
(Fonte na imagem)
Lembram-se da possibilidade da rubrica Sexo à segunda que aflorámos? Cá estamos então.
Falemos de sexo hoje. De futuro, logo se vê. Mas não se ponham a esfregar as mãos, que não vai ser nada de explícito ou hardcore. Só alguns pensamentos avulsos e, se possível, alguns contributos desse lado. É que, como comentava alguém na última segunda-feira, de sexo também eu não percebo nada. Não faz mal. Se esta rubrica servir para nos rirmos um bocado, já está o dia do nosso descontentamento ganho. Rir sobre o assunto à segunda-feira é o melhor que podemos fazer... a seguir ao próprio.
Não se iludam com o título, porque também não vou falar sobre transgéneros. Também não percebo nada disso. Vejo que percebo de muito pouca coisa...
Hoje continuo com o tema da semana passada, sexualidade feminina, contando-vos uma observação que uma amiga me fez um dia e que me desconcertou um bocado ao ponto de nunca mais me ter esquecido disso. Uma afirmação aparentemente sem importância, mas carregada de preconceito. Já não sei sobre o que versava a nossa conversa, mas seria certamente sobre relacionamentos amorosos. A certa altura ela rematou com qualquer coisa como isto:
"É normal os homens terem mais apetite sexual do que as mulheres. Eles precisam mais de sexo do que as mulheres".
Fiquei completamente sem jeito, sem saber o que responder. Não disse nada. Acho que anuí com a cabeça porque me pareceu que do outro lado não havia abertura para uma opinião diferente daquela. Nem lhe passava pela cabeça que pudesse haver alguma mulher a discordar daquilo.
Se calhar ela tinha razão. Talvez seja assim no geral. Mas confesso-vos que eu, por momentos, duvidei da minha identidade de género. Apeteceu-me dizer: "Então eu sou homem e não sabia..." Mas fiquei com vergonha, confesso. Ela parecia tão convencida do que estava a dizer... E lá está! Se eu a contrariasse, deu-me a sensação de que ela faria logo ali um juízo de valor sobre mim e lá teria eu que levar com uma etiqueta na testa a dizer "devassa", completamente desprovida de pudores ou questões morais em relação ao sexo.
Aquilo fez-me pensar. Seria eu um bicho raro, que disputo taco a taco a líbido com o meu marido? O sexo sempre foi uma componente importante do nosso relacionamento. Sempre! Até durante a gravidez e na doença. O sexo é importante em qualquer relação amorosa e, cá para mim, é uma necessidade básica do ser humano, sejam homens ou mulheres. Ou não?
Posto isto, como se explica aquela observação? Algumas mulheres (espero que cada vez menos) assumem-se assexuadas com manifesta ausência de líbido porque parece bem aos olhos da sociedade? Por pudor? Nesta sociedade em que vivemos continua a não ser suposto as mulheres gostarem ou admitirem gostar de sexo, tal como os homens?
O que me dizem a isto? Também têm esta perceção? Ou sou eu que estou rodeada de pudicas?