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M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

M(ã)emórias da Maria Mocha

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Do presépio, da cristandade e dos refugiados...

Estamos a dois dias do Natal e eu ainda não me referi a esta época, a não ser para dizer que estou com pouco espírito natalício. Faço-o hoje.

 

E como não consigo dissociar a época do Natal da consciência que tenho de que há quem não tenha condições para passar um Natal (para não dizer uma vida) no calor de um lar confortável e feliz, dedico esta imagem e principalmente a respetiva legenda a todos aqueles que sendo crentes, são também contra (e temem como se de portadores da peste se tratassem) a vinda de refugiados do médio oriente, esses seres detestáveis, sujos e perigosos para a sociedade ocidental. 

 

Amén, irmãos! Jesus, aquele bebé que vocês colocam orgulhosamente num presépio, nas palhinhas, entre uma mãe e um pai de refugiados e que fica ali toda esta época a ostentar a vossa religiosidade e santidade,  estaria muito orgulhoso de vocês. 

 

É que é tão comum esta combinação de religiosidade e xenofobia (na mesma pessoa) acontecer! Ainda um dia destes uma pessoa conhecida, evangélica de religião, dissertava num grupo de amigos sobre os perigos que representavam os refugiados para o nosso e outros países europeus. Eu não resisti a comentar só isto: "Dizes-te cristã e esse discurso é muito pouco cristão da tua parte!" A conversa acabou ali. Dizer mais o quê? Cada vez tenho menos respeito por beatas e por pessoas de muita fé em divindades e pouco respeito pelo próximo e, em última instância, pela humanidade. Raramente aplicam essa fé nas situações concretas das suas vidas e raramente usam essa fé para o bem. 

 

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(Fonte: https://imgflip.com/)

 

 

Tiradas familiares #10 (E - Popularidade)


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Afirmação repetida inúmeras vezes, em vários contextos, pelo filho: "Todos me conhecem e eu conheço toda a gente lá na escola. Todos gostam de mim! Sou mesmo social!"

 

E é isto! 

 

Comentário:

 

E não é que me parece que é mesmo verdade... É mesmo popular, o gajo!

 

Lembrar-me-ei sempre daquele dia em que estava à espera dele e da irmã ao pé da escola, para os levar para casa, no final de um dia de aulas. Perto estava um grupo de quatro ou cinco adolescentes (rapazes e raparigas) a conversar. Não pude evitar ouvi-los e claro que as conversas, infelizmente, eram as típicas de uma geração (não todos, mas seguramente a maioria) que não diz nada de jeito e a forma como adorna o seu discurso é com recurso sistemático a gíria e calão.

 

Foi exatamente por causa do calão com fartura que a certa altura, percebendo que eu podia ouvir o que diziam, sussurra um: "Chiu! Vê lá o que dizes. Está ali a mãe do ... (Acho graça, porque ele é conhecido pelo apelido de família e não pelo primeiro nome - uma tendência que surgiu dentro das quatro linhas, no futebol).

 

Ou seja: eu não era eu, nem a mãe da minha filha que frequenta a mesma escola, nem a mulher do M (que todos conhecem cá no burgo devido à notoriedade que advém da sua ocupação).  Não! O que obrigaria aqueles jovens a filtrar o discurso seria o facto de estar ali não eu, mas a mãe do meu filho. Vejam bem! 

 

Como o tempo passa! O meu caçula parece já ter encontrado o seu lugar na comunidade. E o meu, pelos vistos, é ser mãe dele... 

 

 

Impõe-se uma justificação

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(Fonte:  http://anywhereinmydreams.tumblr.com/)

 

Meus caros e  fiéis seguidores, seus loucos tresvairados de perderem tempo aqui comigo, pessoas lindas com quem eu já estabeleci uma amizade virtual que me faz tão bem:

 

Tenho uma justificação a dar-vos.

 

Não tenho estado, esta semana, tão presente nas vossas vidas como gostaria. Verdade seja dita que a semana começou ontem e tal, e o mais certo é nem terem dado pela minha falta, mas deixem-me ter este pequeno laivo de presunção ou arrogância, como queiram chamar-lhe. Pode ser? Muito bem! Então ontem vocês sentiram-me mais ausente, apesar de ter publicado o post diário habitual, e já estão a entrar em sofrimento por sentirem a minha falta por estas bandas, sim?

 

Sei como é...  Como tal, sinto que devo explicar-vos as razões deste "chá de sumiço" que eu tomei.

 

A razão é simples: estou cheia de trabalho e, como quero ver se consigo tirar uns dias de férias entre o Natal e a passagem de ano, nesta altura tenho que "dar o litro" no trabalho. Ontem por exemplo foi de sol a sol. Ao fim do dia entrei em casa já era noite bem cerrada. Há épocas assim...

 

Por isso, quero pedir-vos que não levem a mal que eu não consiga estar por aqui tão presente. Não vou conseguir ler todas as vossas publicações e possivelmente vou recorrer a posts meus que tenho em rascunho, para conseguir publicar diariamente. Mas desenganem-se se pensam que estou a afastar-me! Não senhora! Estou só mais assoberbada de trabalho mesmo! De qualquer maneira vou tentar passar por aqui de vez em quando. Prometo. E logo que possa vão voltar a ver-me aqui qual vossa sombra. Já não consigo viver sem isto nem sem vocês. 

 

Billboard Women in Music 2016

(Sim, o post está inserido na rubrica de segunda-feira!  Leiam e, acima de tudo, vejam o vídeo, que vale a pena.)

 

Hoje partilho excertos do discurso da Madonna aquando do prémio "Mulher do Ano 2016" que lhe foi atribuído na semana passada pela Billboard. Fala com emoção sobre o lugar das mulheres na sociedade, sobre sexualidade no feminino, sobre feminismo, sexismo e misoginia, conceitos que se confundem um pouco com a sua história de vida, conforme conta.

 

Curiosamente contactei com este vídeo através da minha filha. Acho que já tinha dito que criei uma feminista... 

 

Goste-se ou não do trabalho da Madonna e considere-se ou não que tem talento, não há dúvida de que é uma mulher inteligentíssima que conseguiu contornar alguns tabus e que construiu uma carreira sólida e duradoura. Uma self-made woman! Porque é que há de haver só self-made men?  

 

As palavras da Madonna proporcionam alguma reflexão e a mim até uma lagrimita (também não é difícil...). Vêm no sentido daquilo que tenho vindo a falar, nomeadamente sobre a mulher ter que respeitar determinados parâmetros ao nível da imagem e a necessidade de autocensurar aspetos da sua sexualidade. Aconselha ela a certa altura, com ironia, a propósito do "play the game" que as mulheres têm que respeitar para se enquadrarem na sociedade: "Nunca, eu repito, nunca compartilhe as suas fantasias sexuais". Para dizer, no fundo, que os homens podem, nós não. Agradece ainda o apoio dos fãs desta forma: "Thank you for acknowledging my ability to continue my career for 34 years in the face of blatant sexism and misogyny and constant bullying and relentless abuse." 

  

Mesmo muito ao de leve, acho que já por aqui transgredi esta coisa de a mulher ter que ser comedida naquilo que partilha com o mundo sobre sexualidade. Não duvido que para alguns e algumas puritanos(as) aceitadores da ordem vigente, eu serei praticamente uma puta doidivanas libertina. Que seja! Pelo menos sou uma libertina sexualmente satisfeita e profissionalmente realizada. Muuuaaahhhhh!!!

 

 

Para quem percebe bem inglês, aconselho a ver o vídeo integral aqui em baixo. Como hão de reparar, o anterior foi ridiculamente alvo de alguma censura alguns cortes: omite piadas como "sex with a banana" ou "something hard between my legs".  I wonder why... 

 

Ganda Madonna! You still rule!

 

 

Lá terá que ser...

 

Tenho uma confissão a fazer. Estamos a uns escassos 6 dias do Natal e cá em casa ainda não há prendas para quase ninguém. Sim, continuo sem espírito natalício. 

 

Mas hoje tenho mesmo que ir comprar as prendas de Natal. Hoje! À portuguesa. Último domingo antes do Natal!!! Bem, ainda podia ser pior, podia ser na véspera...

 

Desejem-me sorte, que isto de me enfiar num centro comercial apinhado de gente vai ser dose. Parece que já os estou a ver... 

 

 

 

 

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Um estudo científico demonstrou que a palavra que vemos primeiro na imagem abaixo é aquela que mais traduz a nossa forma de ser, que melhor descreve a nossa personalidade... Podemos fazer um esforço para acreditar nisto que vos trago hoje? 

Partilho a minha: FIDELIDADE. Estão a ver? Bate certo! 

Vá lá! Experimentem e digam-me qual foi a vossa. Não vale fazer batota! 

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 (Imagem em https://www.facebook.com/muitointeressante/)

 

 

Casais felizes voltam à escola

 

Fui recentemente visitar uma Feira do Livro. Gosto das Feiras do Livro que proliferam nesta altura, de poder circular por entre as bancas de livros à procura de uma pechincha. Há sempre algumas boas promoções.

 

Como sou rapariga dedicada a manter a chama acesa no casamento que já leva quase duas décadas, bati logo os olhos neste livro. 

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Pensei para comigo: "deixa cá ver se eu e o M nos situamos nesta categoria de casal feliz". É que nestas coisas não basta achar que sim. É sempre importante ter uma opinião técnica abalizada. 

 

Foi com esse intuito que folheei o livro.  E efetivamente até me revi em algumas características dos casais felizes.

 

Decidi comprá-lo, com a intenção de o ler, mas também de chegar com ele a casa e insinuá-lo disfarçadamente ao M. para que ele passasse os olhos pelas suas páginas (ler este tipo de livro eu sei que ele não lê!) e tivesse mais um daqueles momentos de clarividência de que sou eu a mulher da vida dele e que não passa sem mim. Cena de gaja! 

 

Um parêntesis, sisters, para lembrar que nunca é demais evidenciar a felicidade que partilhamos com o nosso(a) companheiro(a). Não pode haver cá dados adquiridos quando se trata de relacionamentos amorosos. Conheço muitos casos de brasileiras e angolanas que estão aí para provar isso, ok? Nunca fiando, sisters!

 

Bom, estava eu já decidida a fazer mais este investimento na minha relação, quando dou com isto

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 e com isto

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e com mais um sem-número de exercícios deste tipo ao longo de todo o livro. 

 

Alto lá! Mas que método é este? Para manter um casamento é preciso voltar à escola? Até composições e contas tenho que fazer? Que canseira! 

 

Acabei por comprá-lo, mas ainda não o insinuei ao M. Tenho dúvidas que o convença. E se o convencer, temo tirar negativa no teste. E eu não lido bem com negativas, que eu na escola era muito certinha. 

 

Palpita-me que talvez fosse mais fácil encontrar outros "argumentos"  (se é que me faço entender...) para nunca lhe passar pela cabeça abalar com uma brasileira ou angolana do que convencê-lo agora a responder comigo a estes testes. Nem que seja um belo "Bacalhau à Brás" como o que fiz ontem para o jantar. Sim, acho que isso resolve o assunto... 

 

(Agora mais a sério: parece-me um livro bastante interessante para os casais, principalmente para os que estão a passar por uma fase menos boa... apesar do grau de exigência dos exercícios. )

 

 

 

A outra coisa de que eu gosto mais do que tudo no mundo (sem contar com pessoas)

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Este é, a par do assunto de segunda-feira , dos maiores prazeres que tenho, meus amigos. Na turma da Mónica, eu seria a Magali, ok? Só para terem uma ideia, até da comida de hospital eu gostei, das vezes que por lá passei. Efetivamente, eu como com prazer. Gosto de comer e aflige-me quem não se delicia com um belo prato de comida tradicional portuguesa. Costumo dizer que "quem não é para comer, não é para trabalhar". E, digo-vos mais: não me inspiram confiança as pessoas que não gostam de comer. Tenho dito!

 

Obrigada, O meu maior sonho! Estava a ver que ninguém me nomeava para falar de comida. 

 

Basicamente, porque gosto de sair do risco e fugir às convenções até nas coisas mais estranhas como seja um desafio formatado que circula na blogosfera, despacho o assunto assim:

 

No que diz respeito a comida, acho que gosto de tudo o que experimentei até hoje, à exceção de sushi. Não me venham com merdas tretas, que isso não é nada ao pé de um bom cozido à portuguesa, de uma bela feijoada ou tripas à moda do porto ou até de frango assado ou de cabidela, bacalhau, iscas ou favas com entrecosto.  Não há como a gastronomia portuguesa!

 

Gosto desde legumes, a fruta (gosto de todas, mas adoro melancia, abacaxi, clementinas, cerejas, frutos secos), a peixe, a carne, a doces (principalmente os que levam doce de ovos), a chocolate (principalmente do negro). O pão é talvez o meu maior calcanhar de aquiles. Como mais do que deveria. Gosto muito desde comida tradicional portuguesa a fast food. No dia-a-dia, tento variar a alimentação, até para impor também bons hábitos aos meus miúdos. Hoje em dia, aprendi a comer mais vezes durante o dia e a beber mais água. Para além das refeições principais (pequeno-almoço, almoço e jantar), faço lanches ao meio da manhã e da tarde. 

 

Que conversa é essa de perguntar o peso a uma senhora? O peso é como a idade: informação interdita!  Tem que ser, né? Tenho um problema com o qual convivo desde sempre: tendência para acumular no corpo e na balança aquilo que como.  Por isso é que, desde que me lembro, tento contrariar a minha compulsão para comer. Ou seja, controlo um bocado o que como e a quantidade que como, mas já fui mais fundamentalista. Por isso é que peso mais do que gostaria: 66kg.  Gostava de perder esses 6kg e manter-me na barreira dos 60kg, mas ultimamente não tenho feito nada para isso. Basicamente, sou como aqueles que querem ganhar o Euromilhões mas não jogam.  Que se lixe! Agora talvez na Primavera! Também não sou assim desengonçada, nem concentro a gordura toda num sítio. Sou só mais revestidinha por inteiro, pronto. 

 

Pronto! Acho que está cá a resposta a tudo. Quanto a nomear, a bem dizer, quem é que ainda não foi nomeado para este desafio???  

 

 

Orgulho português!

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Estava aqui a pensar com os meus botões que esta semana o orgulho português atingiu um marco histórico, com dois grandes portugueses em evidência a nível internacional: 

  • António Guterres foi investido de Secretário-Geral da ONU 
  • Cristiano Ronaldo, o nosso menino de ouro, foi notícia por alegadamente não ter declarado contas de milhões de euros nas ilhas virgens venceu a sua quarta Bola de Ouro.  

Muitos parabéns aos dois... apesar de tudo. 

 

Imagem: http://www.fiscontrol.com/es/blog/2014/04/09/medidas-adoptadas-por-la-agencia-tributaria-para-reducir-el-fraude-fiscal/

 

 

A nú!

Hoje continuo na senda de vos impressionar, qual pavo cristatus em época de acasalamento (pavão, para quem não sabe - só para perceberem que aprendem sempre aqui qualquer coisa, tá?). O verdadeiro parêntesis vem agora: é impressão minha ou a minha conversa vai sempre ter ao "acasalamento"? 

 

Bem, continuando. Já que vos quero sempre impressionar, e à falta de inspiração hoje para isso, podem então imaginar-me a executar um lindo bailado com a minha plumagem exuberante, multicolorida, de cores intensas e aberta em leque. Mais ou menos assim:

 

 

Esta dança correu manifestamente mal...  Espero que, como a pavoa, não tenham vocês também já debandado daqui para fora... 

 

Como é que eu vos impressiono, então?

 

Just kidding! A pergunta é meramente retórica. Eu já tenho idade suficiente para saber como conquistar os outros. Por outro lado, definitivamente não sofro de síndrome do pavão. Não gosto de sentir os holofotes sobre mim. No entanto, e sem falsas modéstias, com a minha simplicidade, frontalidade, honestidade, transparência, com a minha maneira terra-a-terra, verdadeira, fiável e leal de ser, tenho vindo a "conquistar" o mundo. 

 

Por isso, hoje, fruto de alguma introspeção blogueira, quero dizer-vos que acho que continuarei por aqui a ser eu própria, sem narrativas ou construções artificiais de mim. A nú! Porque vocês, que me dão a honra diária da vossa companhia, merecem. 

 

Aproveito ainda para dizer, assim a talhe de foice, que já percebi que falar de sexo aumenta exponencialmente a vossa presença assídua... É ver-vos aos magotes à segunda. Gostam da brincadeira! Seus taradões!  

 

Obrigada!  

 

 

 

TAG - The Christmas Tag

O Casal Irrequieto nomeou, a Maria respondeu! Obrigada pela nomeação! 

 

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 (Pinterest)

 

1. Qual é a tua comida ou doce de Natal preferido?

Não prescindo dos tradicionais bacalhau e filhós.

 

2. Qual é a tua música de Natal preferida?

Gosto dos cânticos de Natal tradicionais em geral, mas escolho "Do they Know it´s christmas?" (Bob Geldof e Band Aid), que encerrou o concerto Live Aid em 1985. Porque Natal é também tempo de recordar que há no mundo quem não saiba o que é o Natal.

 

 

 

3. Quais são as tuas cores de Natal preferidas?

Para mim, o Natal não é tanto sobre cores mas mais sobre calor humano, aromas e sabores. 

 

4. Preferes ficar de pijama, ou arranjares-te no dia e véspera de Natal?

Preferiria ficar de pijama, mas como essas duas ocasiões não são só partilhadas com elementos da família nuclear, mas também alargada, tenho que vestir qualquer coisa. 

 

5. Costumas abrir as prendas de Natal na véspera ou só no dia?

Sinto alguma nostalgia da infância em relação a isso, por acaso. Tenho saudades da magia de aguardar pela manhã do dia de Natal para abrir as parcas prendas, na época em que o menino Jesus ou Pai Natal passavam de noite pelas casas. Hoje em dia, até nisto se vê que as novas gerações já não sabem esperar. Às vezes ainda não é meia noite e as pressões para abrir os presentes são tantas, que temos que ceder. 

 

6. Se só pudesses oferecer prendas a uma única pessoa este Natal, a quem seria?

A mim!  Eu explico. Dá-me mais satisfação oferecer do que receber prendas nesta época. Faço sempre um esforço enorme para tentar conhecer os outros, levando muito tempo a escolher as prendas que ofereço porque tem que ser a cara da pessoa. Sinto que a mim própria não dedicam o mesmo esforço. É raro acertarem em algo que eu goste mesmo, sem ter que fazer aquele sorriso de circunstância forçado e dizer um falso "Tão giro! Adorei!", para não ferir suscetibilidades. Por causa disso, normalmente eu é que tenho que escolher a prenda que o M me dá, por exemplo, o que retira toda a graça do momento. Preferia sem dúvida ser surpreendida. O problema é que quando ele me surpreende, preferia não ser surpreendida... 

 

7. O que mais gostas de fazer nas férias de Natal?

Passar uns dias na minha terra natal, no Minho, e descansar.

 

8. Já alguma vez construíste um boneco de neve?

Uma única vez, em criança, à porta de casa, numa rara ocasião em que nevou, no Minho.

 

9. Qual o teu filme de Natal preferido?

Qualquer um baseado no "Conto de Natal" ("A Christmas Carol", no original), de Charles Dickens. Este clássico, para mim, é o que melhor traduz o verdadeiro espírito natalício.

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Marley e Scrooge. Ilustração da primeira edição do livro.

 

10. Do que gostas mais, da véspera de Natal, ou do dia de Natal?

Acho que é da véspera. Tenho tendência para gostar das vésperas de tudo. A maior magia do Natal está na véspera, com a preparação da mesa de Natal, o convívio familiar, as invenções partilhadas com a minha irmã na cozinha. Também aqui tenho saudades do antigamente, de ter a minha mãe a comandar as tropas. 

 

11. O que é para ti o Natal?

É o tempo da família, de harmonia e de troca de afetos, do regresso à infância. E, sejamos honestos, também é um tempo de consumismo, de despesas supérfluas, e de grande hipocrisia...

 

O que é que vai ser: amor ou sexo?

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 (Créditos na imagem)

 

Nos comentários do post da última segunda-feira, vieram à baila as expressões fazer Amor e fazer Sexo. E como eu tenho uma visão muito própria sobre isso, vamos lá partilhá-la. 

 

Não tenciono desenvolver o assunto nos termos habituais, por exemplo abordando a questão do sexo com amor ou sexo sem amor, ou a crença de que os homens é que praticam mais sexo sem amor, enquanto as mulheres não. Não sei se ainda é verdade ou não. Por acaso, comigo o sexo só com amor. Só com um elevado grau de intimidade. E a verdadeira intimidade vem do conhecimento profundo do outro, dos sentimentos que se nutrem pelo outro. Mas, como em tudo, as pessoas são diferentes e assim é que tem que ser. Tudo é aceitável desde que satisfaça as duas partes. Ou as três, ou as quatro,... 

 

Mas uma coisa é certa. Nunca da minha boca saiu a expressão "fazer amor" a propósito da relação sexual. "Fazer amor" é uma expressão que nunca me soou bem para legendar algo que é acima de tudo carnal. Tenho mesmo aversão a articular essas palavras. É meloso. Não consigo. Fazer amor? Não! Amor acontece quando se dá um mimo, um beijo de boa noite, quando se leva o pequeno-almoço à cama, quando se cuida em caso de doença, quando se apoia nas dificuldades, quando se partilha alegrias e tristezas, quando se dá um abraço apertado, quando se diz um "amo-te" sentido, e pode acontecer ou não quando se faz sexo.

 

A "pessoa" deve fazer mesmo é sexo puro e duro com o companheiro(a)!  Se houver amor, melhor, mas o sexo continua a ser algo visceral, acima de tudo fisiológico e não se compadece com linguagem melosa, eufemismos e regras de etiqueta. Isso é à moda antiga (espero eu!), em que o homem tratava com "respeito" a mulher em casa e, por isso, ia às putas meninas com as quais, essas sim, podia satisfazer as fantasias e a líbido, desrespeitando-as à vontade. 

 

Até vou mais longe. Vou afirmar algo que nunca ouvi ninguém dizer antes, mas trata-se de uma convicção que esta cabeça maluca tem vindo a formar.

Vem bomba!  

Cá vai!

Quem diz que faz amor, certamente não fode faz sexo como deve ser (com exceção dos meus ricos leitores que estejam a ler isto e o digam,...  Mas agora, depois desta desconstrução, vão certamente deixar de dizer ).  A linguagem do sexo tem que ser mais crua, picante, obscena, com um código próprio. Não deve ser a mesma que usamos à mesa, a não ser que a mesa seja usada para outro fim que não seja comer... literalmente, comida .  

 

Também pode e deve haver fantasia, perversão e até "ordinarice" entre pessoas que se amam. Não há cá faltas de respeito por causa disso. Por outro lado, se alguém quiser convosco "fazer o amor", acreditem: é uma nódoa. Eu cá não ia gostar nada de ter um homem que me dissesse "vamos fazer amor?" Estragava logo o clima, arruinava o momento.

 

Faz-me lembrar de um casal senhorio de uma casa onde morei, nos tempos da faculdade, em que ele e ela se tratavam por Sr. e Sra. M. Acreditam nisto? Como é que eles se relacionariam na cama? Um dos divertimentos, meus e das minhas colegas de casa, era imaginá-los nesses preparos, a pedirem por favor e com licença para foderem procederem ao ato. O que nós nos ríamos a imaginar esse cenário!... 

 

E pronto, sempre a desconstruir paradigmas, a guru do sexo hoje fica-se por aqui. Agora digam de vossa justiça. Qual é a linguagem que preferem? Querem melosamente fazer amor ou libidinosamente fazer sexo?

 

Já agora, tentem contornar a censura no boneco lá em cima, adivinhando as palavras que faltam. Foi fácil? Então passaram no teste da gíria sexual. Estão aptos a aplicá-las logo que possam. 

 

Boas fodas relações sexuais! (Estão a ver? A etiqueta e a linguagem técnica aqui têm algum jeito?

 

 

Só cá entre nós...

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 (Na Suécia; foto encontrada na net - autor desconhecido)

 

Amanhã é dia de Sexo à segunda. Estou aqui a pensar no post que hei de escrever e só me ocorrem abordagens muito pouco lady like. Há por aí objetores de consciência ao uso de linguagem só um poucochinho mais explícita? 

 

Digam-me cá, que ninguém nos ouve:

Se eu por um acaso usar gíria sexual,... assim termos tipo... sei lá...  foder e assim, vá, vocês não levam a mal? Não ficam chocados? Não me desconsideram por causa disso? Não me abandonam todos em debandada e me deixam aqui a pregar no deserto? Não??? 

 

 

 

Os procrastinadores subtraem-me.

 

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Afoita! Despachada! Formiga! Stressada! Assim sou eu.

 

O "deixa andar" põe-me doente. O "deixar para amanhã o que posso fazer hoje" mexe com o meu sistema nervoso. Tenho dificuldade em lidar com isso. E, no entanto, sou confrontada com situações dessas todos os dias. Com pessoas procrastinadoras com as quais interajo (na vida pessoal e profissional) e que funcionam assim ao ralenti e encontram sempre desculpas para não fazer. Elas entorpecem-me os movimentos, por vezes até põem em causa e dificultam as minhas realizações. Diminuem-me. Subtraem-me. Às vezes aumentam-me. É uma questão de perspetiva. 

 

Sempre sacrifiquei o prazer imediato ao cumprimento das minhas obrigações. Primeiro as obrigações e só depois o lazer. Nem sequer consigo usufruir de momentos de descontração se não sentir que produzi algo útil antes, se não vir as responsabilidades atendidas em primeiro lugar.

 

Não gosto de sucumbir a fraquezas que comprometam o meu desempenho. Nem doente deixei de sair todos os dias de casa para perseguir metas e sonhos. Dizem-me que revelo uma força e espírito de sacrifício que vai mais além do que as do comum mortal.  Gosto de viver com essa imagem de mim, mas ela esgota-me. 

 

Faz-me bem olhar para trás e ver trabalho feito, qual jornaleira a admirar a sua carreira já aviada num qualquer trabalho agrícola. Sempre fui o ciclista que vai à frente a abrir caminho e a puxar pela equipa, embora não goste, como ele, de deixar a frente do pelotão e sacrificar a camisola amarela a outro, depois de ter sido eu a desbravar o caminho. O esforço tem que ter retorno. Uma vitória. Um prémio. Um reconhecimento. Altruísmo tem limites e às vezes confunde-se com asnice. E eu não sou, nem nunca fui, parva.  

 

Gosto de estabelecer objetivos e não sou de trabalhos pendentes. Não gosto de adiamentos. Não sou de procrastinar. Dá-me uma satisfação imensa resolver situações, avançar. E só assim descanso. 

 

Posto isto...

 

Deveria ter sido ontem. Poderia ter sido ontem, mas tu não quiseste. Amanhã é que é, que hoje não dá jeito, dizes. Tivesse sido ontem, e hoje já seria mais eu. Assim sou um eu incompleto. Um eu semi-derrotado e ansioso. Uma vida mais uma vez adiada. Talvez hoje avancemos, sem medo...  Porque senão, vou ter certamente um fim-de-semana incompleto... como eu. 

 

 (...)

 

 

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DIREITOS DE AUTOR (Decreto-Lei n.º 63/85 com as posteriores alterações)

Maria Mocha é o pseudónimo de uma mulher que, de vez em quando, gosta de deixar os pensamentos fluir pela escrita, uma escrita despretensiosa, mas plena dos sentimentos e emoções com que enfrenta a vida. Assim, as criações intelectuais da Maria Mocha publicadas (textos, fotos) têm direitos de autor que a mesma quer ver respeitados e protegidos. Eventuais créditos de textos ou fotos de outros autores serão mencionados. Aos leitores da Maria Mocha um apelo: leiam, reflitam sobre o que leram, comentem, mas não utilizem indevidamente conteúdos deste blog sem autorização prévia da autora. Obrigada.

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