Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.
Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.
Miguel Torga, pseudónimo do médico Adolfo Correia da Rocha.
Passam hoje 22 anos da sua morte (12 de Agosto de 1907 - 17 de Janeiro de 1995).
"Pedido Ama-me sempre, como à flor do lírio Bravo e sozinho, a quem a gente quer Mesmo já seco na recordação. Ama-me sempre, cheia da certeza De que, lírio que sou da natureza, Na minha altura eu brotarei do chão." Miguel Torga, in 'Diário (1943)'
"Livro de Horas Aqui, diante de mim, Eu, pecador, me confesso De ser assim como sou. Me confesso o bom e o mau Que vão ao leme da nau Nesta deriva em que vou. Me confesso Possesso De virtudes teologais, Que são três, E dos pecados mortais, Que são sete, Quando a terra não repete Que são mais. Me confesso O dono das minhas horas. O das facadas cegas e raivosas, E o das ternuras lúcidas e mansas. E de ser de qualquer modo Andanças Do mesmo todo. Me confesso de ser charco E luar de charco, à mistura. De ser a corda do arco Que atira setas acima E abaixo da minha altura. Me confesso de ser tudo Que possa nascer em mim. De ter raízes no chão Desta minha condição. Me confesso de Abel e de Caim. Me confesso de ser Homem. De ser um anjo caído Do tal Céu que Deus governa; De ser um monstro saído Do buraco mais fundo da caverna. Me confesso de ser eu. Eu, tal e qual como vim Para dizer que sou eu Aqui, diante de mim!" Miguel Torga, in 'O Outro Livro de Job'
Há precisamente um ano, inaugurava aqui o estaminé com o post Olá! Gosto de ti!, que acho que basicamente ninguém leu. Por isso recordo-o hoje aqui e constato que me mantenho fiel àquilo a que me propus: fazer deste cantinho a terapia barata de que precisava nesta vida a correr, que continua na mesma, inclusive com filhos cada vez mais adolescentes que me dão cada vez mais cabo da cabeça.
Há um ano, dizia eu (e mantenho tudo o que disse):
Finalmente decidi concretizar esta ideia que me perseguia há vários meses: criar um espaço que servirá para partilhar as preocupações, os sentimentos e vivências de uma mulher que já passou por momentos difíceis, que valoriza a vida como só quem já viu a morte de perto o pode fazer, realizada profissionalmente e com uma vida familiar preenchida ao lado de um marido e filhos adolescentes que me dão cabo da cabeça e exigentes do cumprimento do meu papel de mulher e mãe, mas que me fazem uma pessoa muito feliz. Embora admita que às vezes não parece, já que eu me “descabelo” facilmente com eles…
Aqui pretendo expurgar as minhas feridas e, quem sabe, encontrar alguma empatia em quem seguir esta página. Isto, se houver quem tenha pachorra para os meus devaneios!… Mas isso também não é o mais importante! Só quero que a página cumpra o seu papel de manter algum equilíbrio na minha mente e na minha vida, que os minutos que eu passe aqui se transformem no momento do dia onde eu possa parar e refletir sobre o que se vai passando na “vida real”, como se de terapia se tratasse. Terapia, é isso! Esta página vai ser a minha terapia! Sempre é mais barato…
Não sei se vou conseguir conciliar esta página com as exigências da minha vida familiar e profissional, mas vou tentar. Terei certamente que roubar tempo ao sono!
Vou entender isto como um regresso à adolescência, como o diário que nunca tive, um testemunho de vida para os meus filhos seguirem e um dia se recordarem da mãe.
Eu sou como a senhora do vídeo. Adormeço com uma facilidade que deixa o M pasmado. No lugar do pendura no carro é fatal; na cama à noite seja a ler, seja a ver TV, seja por aqui pelo blog ou no FB (já sei o que estão a pensar e não, também não adormeço em todas as circunstâncias...); em reuniões ou seminários em que estou passivamente a assistir, é inevitável que a cabeça comece a pender. Às vezes é um sofrimento terrível para conseguir manter os olhos abertos.
A senhora do vídeo culpou o comprimido para os nervos que tomou. Eu culpo a tensão baixa... Ah, pois é! Tensão baixa não só faz sono como passamos o dia a bocejar.
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Maria Mocha é o pseudónimo de uma mulher que, de vez em quando, gosta de deixar os pensamentos fluir pela escrita, uma escrita despretensiosa, mas plena dos sentimentos e emoções com que enfrenta a vida. Assim, as criações intelectuais da Maria Mocha publicadas (textos, fotos) têm direitos de autor que a mesma quer ver respeitados e protegidos. Eventuais créditos de textos ou fotos de outros autores serão mencionados.
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