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M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

Da hipocrisia e do moralismo bacoco

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Sabem qual é uma das características do ser humano que eu abomino? A hipocrisia e/ou desonestidade intelectual! Ah como eu detesto gente hipócrita e intelectualmente desonesta! E se for aliada a moralismo bacoco e puritanismo, ainda pior. 

 

Ontem, se bem se lembram, não consegui inserir o vídeo da passagem de modelos de malas no post. Daí ter colocado o link. No entanto, no Facebook do blog, achei que enriqueceria o post se colocasse o vídeo a acompanhar o texto. Foi o que fiz. Sabem quanto tempo lá se aguentou? Uns míseros minutos. O Facebook, certamente com a denúncia de alguém, eliminou o vídeo rapidamente antes que alguém visse a coisa mais natural do mundo de que "metade" da humanidade é feita. E não satisfeito, o FB ainda me obrigou a declarar por minha honra que não tinha mais imagens de nudez nas minhas publicações. Quase me senti uma depravada... 

 

Quase! Porque rapidamente pensei: mas que mal tem a nudez? Pelo amor da santa, eu não publiquei cenas de sexo explícito. Nem tão pouco de sexo! Eram só homens nús! Então quando as mulheres desfilam com aquelas rendas e transparências que deixam adivinhar tudo, já pode ser, não é? Homens nús, pelos vistos, é que não. Curiosa esta lógica, quando estamos a um dia de celebrar o Dia Internacional da Mulher...  

 

Mas que retrocesso civilizacional é este? Tão puritanos que eles são! Ainda se os modelos tivessem o instrumento levantado em riste, até aceitava. Agora, a nudez só por ser nudez é vergonhosa? Não querem que as crianças vejam? Que ignorantes! Trata-se de anatomia humana. Aprende-se na escola. E eu vejo todos os dias publicações no FB que atentam muito mais à moral e bons costumes e que não envolvem nudez nem sexo. 

 

(Fonte da imagem: https://www.zazzle.pt/hipocrisia+cartoes+postais)

 

 

O sexo vende!

Apresento-vos um desfile de moda muito sui generis. O que se pretende promover são malas femininas. Mas desenganem-se se pensam que são mulheres a desfilar com as malas. Não! São homens.

 

Pelos vistos, criou-se um novo conceito na passerelle para não distrair os olhares daquilo que interessa (neste caso, as malas), pensando certamente contrariar o facto de que associamos mais as passagens de modelos e o estilismo às peças de roupa e costuma ser aí que fixamos mais a nossa atenção. Aqui, não. Trata-se de malas. É aí que tem que estar a atenção da plateia e, nesse sentido, verão que este conceito faz todo o sentido.  

 

O problema é que eu devo padecer de défice de atenção. Acreditem, vi todo o vídeo e não me lembro de nenhuma das malas que desfilaram. Nem uma!  Vão perceber porquê se visitarem o link seguinte. 

 

https://videopress.com/v/Sib4w8RE

 

(Hoje tem que ser o link porque não consigo colar aqui nem fotos nem vídeos há uns dias. Às vezes consigo no telemóvel, mas desta vez nada feito. Já pedi ajuda ao Sapo na sexta-feira, no post de ajuda, e aguardo o apoio)

 

 

Este homem é um senhor, carago!

 

"Bardamerda para todos aqueles que não são do Sporting Clube de Portugal!"

                                                                                                       Bruno de Carvalho, 2017

 

A sério? Li bem? 

 

Eu sou da esmagadora maioria de portugueses que não é do SCP, por isso suponho que esteja incluída, não? Pois, mas agora não me apetece, ó energúmeno! 

 

Fico, no entanto, muito contente de o clube continuar entregue a este "senhor"... 

 

 

Ainda sobre o óscar de melhor filme...

Foi mais ou menos isto:

 

 

Por falar nisso, tenho que ver o "Moonlight". Será que ainda está nas salas de cinema? Ou noutro local qualquer, se é que me entendem... É que se calhar é desta que me vou estrear a ver um filme na internet, uma coisa que nunca fiz. Por um lado porque me parece desvirtuar de alguma maneira qualquer filme feito para cinema. Por outro lado porque sempre achei que era ilegal e, como tal, poderia incorrer num crime punido por lei. Tenho medo de ir presa, gente!  Mas agora vejo que muita malta vê filmes dessa forma. Aparentemente o crime é só de quem cria e gere esses sites/programas específicos piratas. Ou não? Qual é que aconselhariam?    Podemos falar disto abertamente? 

 

 

 

 

Ainda sobre o dia de ontem...

As mamas estão mesmo porreiras, pá!!! Muito obrigada por todos os vossos pensamentos positivos, pelas vossas palavras amigas num dia que é sempre muito complicado para mim. 

 

Acredito que esteja desculpada de ter vindo ontem tão tarde anunciar o desfecho positivo dos exames. Estive a gozar o prato. Eu e o M (ele nunca me falta nestas alturas), depois dos exames, fomos passear nos jardins de Belém. Estivémos por lá um bocado. Foi o suficiente para, ao observar os pequenos grupos de pessoas sentados nos bancos e na relva a desfrutar da natureza, perceber que me falta aquilo. Raio de vida estúpida a que levamos, que nem sequer temos tempo para gozar momentos de descontração, destes, com a natureza como pano de fundo. Só corremos, trabalhamos, vivemos ansiosos e, sem darmos conta, a vida passou-nos ao lado. Que inveja daqueles que conseguem levar uma vida mais calma em comunhão com a natureza...

 

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Bem, mas o intuito que nos levou a Belém foi mesmo o belo do pastel. Um mimo depois de um dia difícil. E que bem que soube, depois de toda a ansiedade das horas anteriores!

 

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Ganhei mais um ano! Como dizia ontem alguém, caminho para sete anos depois do prazo expirado. 

 

Não sei se na altura leram, mas já deixei claro aqui o quanto confio no médico que me avalia as mamas anualmente. Confio, admiro-o e estou-lhe eternamente grata. Foi ele que me disse sem rodeios que eu tinha cancro e foi ele que aconselhou o tratamento neoadjuvante que eu deveria fazer antes da cirurgia para poupar a mama, que eu segui escrupulosamente, tendo tudo corrido conforme previsto, tanto que hoje quase nem se nota a cicatriz. 

 

Perguntou-me como tenho andado. Pergunta sempre. Ontem confidenciei-lhe que tenho andado muito ansiosa ultimamente e ele surpreendeu-me com uma resposta que eu não esperava. 

"Mas você é tão forte! Como é que anda assim?"

"Como é que o doutor sabe que eu sou forte?"

"Então você, durante os tratamentos de quimioterapia, nem sequer deixou de trabalhar..."

 

Como é que ele se lembrava disto, seis anos volvidos e com tantas pacientes que lhe entram no consultório? Talvez fosse tão simplesmente uma anotação que ele tivesse na minha ficha e que tivesse lido antes de entrar no consultório, mas eu fiquei com o coração a transbordar (ainda mais) de carinho por aquele médico. Escolhi acreditar que ele se lembrava da minha história tão parecida com tantas outras histórias. Escolho acreditar que ele é um exemplo da humanização que se quer na relação médico-paciente. Sim, tenho a certeza de que ele se lembrava!

 

 

Quarta-feira de cinzas e de renascimento.

Sobre o dia de hoje:

 

É quarta-feira de cinzas (é assim que se chama, não é?) e, como tal, terminou a autorização para as grandes manifestações de alegria, porque começa a quaresma com toda aquela tradição religiosa que felizmente vai caindo em desuso. Eu ainda sou do tempo em que, na minha terra, na quaresma, não se podia, por exemplo, comer carne hoje e nas sextas-feiras seguintes, que antecedem a Páscoa, tradição que na minha casa se cumpriu escrupulosamente, até determinada altura. Depois começámos a perceber que quem pagava ao padre, à igreja, o podia fazer (comer carne, entenda-se). Ou seja, podia-se comprar o pecado. Pecava-se, mas reservava-se na mesma um lugar no céu com a dízima. Não sei se entretanto as regras mudaram ou se foi de nossa iniciativa, o que é certo é que, lá em casa, deixámos de ligar à imposição de jejuar mas nunca pagámos nada a ninguém. Cá está uma daquelas coisas que afasta fiéis... se o povo puxar um bocadinho pela cabeça. 

 

Àparte as questões religiosas, hoje é mesmo quarta-feira sem riso e alegria, para mim, pelo menos até mais logo. É dia de ir fazer a mamografia anual e ficar a saber se ganhei mais um ano. Não se choquem. É mesmo assim. Depois de se ter cancro, contamos os anos daquilo a que os médicos chamam de sobrevida. Eu já conto seis. Este é sempre, como se adivinha, um dia de grande nervosismo e ansiedade. Desejem-me sorte.

 

Hoje inicia-se também aquele mês que marca para mim o início do florescimento pessoal, em que me começo a encher de vitalidade. Março da Primavera, março também da minha primeira incursão na maternidade. Como as flores do campo que começam agora a despontar nas bermas e valados dos nossos caminhos, também eu hoje posso ser fénix renascida das cinzas desta quarta-feira. Se tudo estiver bem mais logo, a partir de agora tudo só pode melhorar.  Acredito! 

 

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 (Imagem: Pinterest)

 

 

 

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Maria Mocha é o pseudónimo de uma mulher que, de vez em quando, gosta de deixar os pensamentos fluir pela escrita, uma escrita despretensiosa, mas plena dos sentimentos e emoções com que enfrenta a vida. Assim, as criações intelectuais da Maria Mocha publicadas (textos, fotos) têm direitos de autor que a mesma quer ver respeitados e protegidos. Eventuais créditos de textos ou fotos de outros autores serão mencionados. Aos leitores da Maria Mocha um apelo: leiam, reflitam sobre o que leram, comentem, mas não utilizem indevidamente conteúdos deste blog sem autorização prévia da autora. Obrigada.

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