Um brinde à vida!
Foi por estes dias, em 2009, que me foi dada a oportunidade de ganhar mais uns anos de vida. Já não sei se foi no dia 25 de abril ou se foi no dia 26. Acho que foi mesmo no dia de hoje que eu fui bafejada pela sorte de vir a estar entre os sobreviventes. Quando hoje recapitulo essa fase da minha vida, penso sempre que, não fosse uma combinação de uma série de acasos que aconteceram por estes dias em 2009, estaria hoje morta. Esta é a verdade, nua e crua.
Foi por estes dias que os astros se alinharam para que eu pudesse estar viva hoje, 8 anos depois. Ou foram os meus avós, do outro lado da vida, que deram uma mãozinha. Gosto de acreditar nisto... Sim, a minha avó! A mesma que, quando eu era criança, deu uma série de voltas à capela de S. Bento em penitência, como promessa para que eu superasse um eczema que temiam pudesse ser, ironicamente, cancro, por exemplo (por acaso, também na mama). Sim, ela era menina para vir do outro lado segurar na minha mão e guiá-la para que eu descobrisse o nódulo e a maldita doença a tempo. Minha querida avó!
Por estes dias, há 8 anos, estava de cama, com uma infeção urinária. Eu nunca ficava de cama. E também nunca me tinha passado pela cabeça fazer mamografia aos 38 anos, nem era suposto. Eu nem sequer tinha o importante hábito de palpar as mamas à procura de algo diferente ou suspeito. Costumava dizer que nunca haveria de ter cancro de mama, uma vez que tinha as mamas pequenas. Tão ignorante que eu era em relação a esta doença! Um caso típico, como tantos outros, de quem achava que o cancro era algo que nunca me aconteceria a mim. Mas aconteceu, há oito anos, e foi por estes dias que essa realidade me abalroou sem dó nem piedade e virou a minha vida do avesso.
É verdade! Tudo se passou por estes dias... E para sempre estes dias ficarão associados à minha sobrevivência. Espero que por muitos anos...
Um brinde à VIDA, amigos!