Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.
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A Páscoa foi no norte, como sempre. Desta vez coincidiu com o aniversário da adolescente cá de casa. Por essa razão, conforme previsto, lá levámos as amigas mais próximas dela connosco. Foram 3 dias divertidos para ela e de muito trabalho para mim. Significou cozinhar para carradas de adolescentes, limpar o lixo que faziam, andar por casa a pisar ovos enquanto elas dormiam, levá-los e trazê-los para todo o lado, em várias viagens, assim como fazer uma viagem de combóio de volta (o carro só tem 5 lugares e nós, nestes últimos dias, tivemos a nosso cargo 6 adolescentes e uma criança!). E ainda me custou um telemóvel partido! No final o balanço é que gastámos uma “nota preta”, mas valeu a pena. Foi uma bela prenda de anos para a minha filha. Além disso, pude conviver com ela e as amigas e perceber melhor algumas coisas, nomeadamente que elas têm uma relação de irmãs e ainda bem, porque são boas miúdas. Percebi também que as amigas têm melhor feitio do que a minha filha, mas isso é uma história para outra altura.
Apesar de tudo, ainda consegui fazer um bocado de jardinagem, numa manhã em que não choveu, e enquanto todos dormiam. Valeu-me uma dor nas costas que me acompanha até hoje. Essa e também a dor nas pernas, da caminhada que fizemos uma tarde com os 7, monte acima e monte abaixo. Uma “aventura”, como chamo desde que os meus filhos são pequenos. Sempre fomos à aventura. Foi um conceito criado por mim e que não é mais do que desbravar caminhos e montes com a criançada (filhos e sobrinhos). Acho que são daquelas memórias que ficam para toda a vida.
Hoje já fiz o bolinho semanal da praxe. É muito simples e partilho já, muito rapidamente.
Batem-se 6 ovos inteiros com 200 g de açúcar até formar um creme fofo e esbranquiçado.
Junta-se depois, a envolver, 200 g de farinha com fermento.
Vai ao forno numa forma redonda sem buraco, untada e polvilhada com farinha, durante cerca de meia hora.
Retira-se e deixa-se arrefecer. Corta-se em 3 partes iguais, que depois serão sobrepostas novamente. Antes de cada sobreposição, rega-se cada parte com calda de açúcar (2 dl de água com 100 g de açúcar, que vai ao lume ferver durante 5 minutos) e recheia-se com doce. Usei doce de morango, mas pode ser outro qualquer. A cobertura que usei é de chocolate (1 tablete com 2 dl de natas, que vai ao lume para derreter o chocolate). Acho que ficaria ainda melhor com chantilly. Para a próxima é o que uso.
Hoje é 1 de abril! Aproveito para deixar os meus desejos para este mês (créditos na imagem), se possível com menos chuva… ou nenhuma! Quero sol e calor de uma vez por todas! Pode ser que abril contrarie o ditado e traga isso…
Hoje é dia de festa. A minha primogénita faz 15 aninhos! E eu faço 15 anos de mãe, por isso estou vaidosíssima e não podia estar mais feliz. No entanto, hoje, eu e o pai não passamos o dia de aniversário com ela, pela primeira vez na vida. Viemos cá baixo a trabalho e ela e o irmão ficaram no norte com os primos e os tios. Teve que ser... Mas ela não ficou sentida. Está nas suas sete quintas! Além disso está desconfiada que vamos levar amigas dela para passar lá os próximos dias connosco. É verdade, vamos mesmo, mas era para ser surpresa. Dei nas vistas com as compras de mercearia exageradas que fiz.
Acabei de fazer o bolo de aniversário. Aliás, o bolo propriamente dito já o fiz ontem à noite. Usei a receita que já aqui partilhei e pode ser vista aqui. Só a decoração com pasta de açúcar que comprei numa loja da especialidade é que adaptei às características da minha mulherzinha. Tudo muito amador, e além disso tinha poucas cores disponíveis, mas foi feito com muito carinho. Acho que ela vai gostar. O recheio é ovos moles.
E pronto, é isto! Espero que consigamos chegar ao pé dela com o bolo e as amigas ainda no dia 28 de março.
Ah, e PARABÉNS para mim, que há 15 anos dei à luz uma filha linda e inteligente que me enche de orgulho.
(Um àparte: acabaram de me ligar de um oftalmologista onde adquiri óculos para mim e para ela há uns meses. Achei o máximo! Era só para dar os parabéns e desejar um dia feliz à minha filha. Uau! Que atenciosos! Nunca me tinha acontecido e achei muito querido. Assim também se cativam clientes, ora bem!)
Já cá estou na minha casinha no norte, para um fim-de-semana que espero ser de descanso e em que consiga desligar do trabalho e das ralações a ele associadas. Já acordei paredes meias com o granito e o meu pessegueiro em flor, a dar as boas-vindas à Primavera. O que eu gosto disto! 💚
O “Dia do Pai”, como outras datas especiais, não passa em branco nesta casa e nesta família. Eduquei os meus filhos a celebrar estes dias. É sempre um bom pretexto para mostrarem ao pai o quanto gostam dele. Eles adoram o pai deles e, assim, também eu sinto que escolhi o pai certo para os meus filhos. Por acaso é curioso que cada vez estou mais convencida de que, por coincidência ou não, acabei por me casar e ter filhos de um homem parecidíssimo em vários aspetos com o meu próprio pai. Vá-se lá perceber isto…
Como sempre, o dia deste pai começa cedo com uma visita dos filhos, que é mais um “ataque”, à cama (e ao sono) do coitado. Depois, normalmente há um bolinho a assinalar a data. Este pai é guloso e neste dia não podia deixar de lhe adoçar a boca com um dos seus bolos preferidos: Bolo de Aniversário. Os doces preferidos do M. têm que ter forçosamente ovos moles, como é o caso do recheio deste.
Então vamos lá partilhar esta receita de Bolo de Aniversário!
Ingredientes:
- 6 ovos
- 200g de açúcar
- 200g de farinha com fermento
- Ovos moles (às vezes faço, mas desta vez usei já preparado, numa loja de artigos para bolos, mas também há nos refrigerados dos hipermercados)
- Chantilly (1 embalagem de natas fria, batida com 3 colheres de sopa de açúcar)
- Enfeites à escolha (desta vez usei creme de chocolate que já se encontra à venda na secção de bolos dos hipermercados, numa embalagem tipo saco pasteleiro da marca Dr. Oetker para o qual existem bocas adaptadas e tudo).
O modo de preparação é muito simples:
Começa-se por bater os ovos inteiros com o açúcar até obter um creme esbranquiçado (o que eu adoro não ter que bater claras em castelo!). De seguida junta-se a farinha só a envolver e já está!
Vai ao forno numa forma redonda sem buraco untada e polvilhada, durante cerca de 30 minutos. Retira-se do forno e deixa-se arrefecer. Divide-se em duas partes, recheia-se com ovos moles e unem-se as partes novamente. Cobre-se com o chantilly e decora-se a gosto.
E pronto, temos assim um bolo fácil e infalível! Sai sempre bem!
Quanto ao resto do Dia deste Pai cá de casa? Vai ser passado por cá, em pijama, com os filhos. Talvez o aluguer de um filme da TV para vermos em família, como fazemos de vez em quando. O que está em cima da mesa é "As Sufragistas". Aproveitamos estas sessões cinéfilas para os miúdos aprenderem história e alguma cultura geral.
Pois é! Vou fazer uma afirmação batida, mas tenho que o dizer: a minha vida dava mesmo um filme! Digo mais: às vezes a minha vida tem cenas que parecem retiradas de um filme italiano. LOL
Hoje foi um dia daqueles, cheio de cenas de cinema! No trabalho, mil e uma situações para resolver, algumas urgentíssimas e quase todas elas originadas por conflitos entre pessoas ou por comportamentos de pessoas. A sério: há dias em que me apetece desistir deste papel de gerir e liderar gente. Numa organização o mais complicado de gerir é mesmo as pessoas, cada uma com a sua razão (e só essa é que está certa!), cada uma com os seus problemas e situações para resolver que rapidamente gosta de transferir para mim, numa ânsia de rapidamente se desresponsabilizar. Sim, porque cada um acha que já tem muito trabalho, que faz mais que o outro e que é melhor que o outro e que não tem responsabilidade sobre nada. As lideranças intermédias gostam muito de se “baldar” às suas responsabilidades.
Bem, as cenas de hoje incluíram, entre outras:
A mediação de uma situação de conflito em que ambas as partes têm culpa no cartório e nenhuma quer ceder… situação que se vem arrastando e que não vejo jeitos de ter um desfecho feliz;
A tomada de decisão sobre um procedimento disciplinar e preenchimento de toda a papelada envolvida (notificações, etc);
O conhecimento de um comportamento muito errado do ponto de vista ético e moral (abstenho-me de aprofundar, porque foi mesmo muito mau!), para além de perigoso, sobre o qual fui também chamada a interceder, mas que vem de quem não tem o discernimento todo e portanto, é provável que se repita (mais uma mulher que não se consegue salvar ao destino que lhe está traçado!);
A admoestação de outra pessoa, um “habitué”, que agiu erradamente junto de colegas e superiores;
Chega? Naaaa!!!
Para terminar este dia em beleza, aconteceu algo que só vem comprovar a tendência cinéfila desta minha família.
Ao fim da tarde, há bocado, fui chamada de urgência a casa porque a minha filha de quase 15 anos, que até já tem um namoradinho há quase um ano e tudo, trouxe duas amigas para casa e, estando as três a BRINCAR (ainda brincam!), ela fechou-as na sala à chave e nunca mais foi capaz de abrir a porta! Lá venho eu prego a fundo. Sim, porque liguei ao M. e ele, para não variar, tinha assuntos mais urgentes para resolver do que eu!... E o mais certo é que talvez tivesse. O trabalho dele ainda lhe consome mais energia e tempo do que o meu, isso é verdade. Ainda nem chegou a casa.
Enfim, lá vim eu. Chegada a casa, lá estavam as duas reclusas do outro lado da porta envidraçada, bem-dispostas, confiantes numa resolução da minha parte para o problema e a minha filha entre o risonho e o nervoso, expectante, não fosse eu dar um sermão à frente das amigas. Ela tem muito aquele medo adolescente de que eu a envergonhe em frente aos amigos. Coitada, tinha experimentado todas as chaves que tinha encontrado, de todas as portas da casa, e nada! Tentei também eu várias vezes e quando já estava a ponderar chamar os bombeiros, lembrei-me de umas chaves que eu tinha colocado num local à espera de um dia procurar pela casa a fechadura de cada uma delas (não sabia a que porta pertenciam porque noutra altura também os meus filhos baralharam as chaves todas, por acaso!). Lá consegui abrir a porta com uma dessas chaves, sem esforço. Vá lá não ter partido a fechadura ou as chaves da força que tinha feito antes. Ainda me dói a mão.
Final feliz!
E no fim disto tudo, retirei uma aprendizagem de algo que desconhecia e retirei também uma lição, que deixo para reflexão:
“É preciso ter atenção porque a chave que fecha uma porta pode não conseguir abrir a mesma porta, se não for a chave certa para essa fechadura”. Essa é que é essa!
E é desta forma filosófica, com um ensinamento, que às vezes termina um dia cheio de episódios corriqueiros. Imaginem se eu tivesse outras vivências para contar, férias em lugares paradisíacos, dias imaculados e plenos de descontracção e glamour de quem não faz mais nada que não seja alimentar um blog, e cenas assim… O que eu não faria… Era um fartote!
Mas, infeliz ou felizmente, eu tenho que trabalhar. Este é só o meu refúgio. E acreditem, depois de um dia como o de hoje, foi o facto de ter despejado aqui as minhas “mágoas” que me fez ficar bem disposta agora, no anoitecer de mais um dia. Agora vou continuar com mais uma tarefa: fazer o jantar! Hoje o prato principal é borrego guisado bem temperadinho que eu já coloquei em vinha-de-alhos ontem!
Hoje, dia 14 de março, oficialmente rebatizo este blog.
Quis, no entanto, que continue com a referência de "Maria Mocha" (já aqui falei da importância desta personagem nas estórias infantis que a minha saudosa mãe me contava), mas introduzi uma espécie de trocadilho que me parece resultar muito bem. Afinal, este canto existe para escrever sobre as minhas preocupações, os meus fracassos e sucessos, as minhas memórias de infância, de vida, de filha, de irmã, de mulher e de mãe. A minha condição de mãe está sempre presente em tudo na minha vida. Não pode, por isso, ficar apartada de tudo isto que por aqui vou rascunhando. Hoje, e desde há quase 15 anos, sou mãe antes de qualquer outra coisa. Não somos todas?
M(ã)emórias da Maria Mocha! Porque quero que este blog, um dia, quando eu já não estiver cá, seja um registo das memórias da mãe dos meus filhos, para que eles leiam e me/nos recordem. Porque... Porque sim!
Que tal? Faz sentido? Gostava de saber se acham gira ou não a mudança. Comentem aqui ou no Facebook. Please!!!!
Aquela perspetiva de uma curta viagem até à praia de que falei, com estada de uma noite e tudo, não se concretizou. E assim, cá estou eu dentro de portas, com um dia primaveril tão lindo lá fora. A dita foi inviabilizada por um teste de Matemática que necessita de preparação e estudo. Ser pai/mãe/educador também é isto. Fazemos planos para uma escapadinha num fim-de-semana em que finalmente o craque não tem jogo e ficamos a saber quase na véspera que a princesa tem um compromisso inadiável com números e contas. Enfim… uma boa nota a Matemática, a concretizar-se, compensará a desilusão.
Depressa me adaptei a esta nova realidade de um domingo de clausura. Substituí o alardear por aí do meu novo look, por uma limpeza e arrumação dos armários da cozinha. Que tal? E não é que estou nas minhas sete quintas?! Também eles, os armários, ganharam um novo look!
Foi a compra, no sábado, de uns pratos rasos e de sobremesa novos que eu já andava a ambicionar há um tempo (para combinar com os de sopa que comprei nos saldos deste outono-inverno, que serviu de pretexto para a limpeza e arrumação que fiz hoje. Estou satisfeitíssima com o resultado. Aproveitei para redistribuir e reposicionar as loiças, deitar fora coisas velhas que já não me fazem falta nenhuma e desta forma rentabilizar os espaços. Tenho um gosto quase obsessivo-compulsivo por ter tudo imaculadamente alinhado e organizado. Só não chega a ser doentio porque no dia-a-dia raramente consigo ter tudo nos sítios como gosto e conseguir viver com isso dá-me a garantia de que não chego ao ponto de ter que ser vista por um psicólogo.
Foi também no sábado que fomos ver, os quatro (como eu gosto), o filme português do momento: “O amor é lindo… porque sim!”. Até gostei e ri-me um bom bocado, principalmente com a personagem da Maria Rueff. Apesar de achar a prestação de alguns atores e a estória (o guião) frágeis em alguns momentos, gostei do tipo de humor caricatural de alguma sociedade portuguesa, também com algum “nonsense” à mistura. A meu ver, os cenários foram também bem escolhidos, tanto as cenas de exteriores passadas nas ruas de Lisboa, como os interiores da Casa dos Patudos, em Alpiarça (a casa-museu residência de José Relvas que eu já visitei e recomendo vivamente) e o Museu da colecção Berardo (que tenho planos de visitar em breve).
Valeu a pena. O que é português é bom!
E assim se passou a correr mais um fim-de-semana, com saúde, em família, com novidades na minha cozinha. Apesar do trabalho que tive, de estar cheia de dores nas costas e de sentir que o fim-de-semana devia começar agora, que mais posso querer?
Este é o bolo preferido do meu rebento mais novo. E é também o bolo mais fácil de fazer e dos mais económicos. Percebe-se o porquê de ser “mentiroso” quando o desenformamos. A aparência exterior é de bolo, mas na realidade tem a consistência de pudim cremoso. Uma delícia!
É só bater bem os ingredientes todos juntos:
- 4 ovos inteiros
- Meio litro de leite
- 400g de açúcar (pode ser menos, para não ficar demasiado doce)
- 125g de farinha com fermento
- raspa de 1 limão
Vai ao forno a 180ºC em forma untada e polvilhada durante cerca de meia hora. Desenforma-se frio. Não há mais fácil que isto.
Conforme prometido, cá vai a receita muito simples do bolo que fiz ontem (receita da revista Teleculinária). É um bolo muito saboroso, óptimo para os lanches de miúdos e graúdos.
Bolo Mármore de Iogurte e Cacau
Ingredientes:
6 ovos
2 iogurtes naturais (usei iogurte grego)
300g de açúcar
2dl de óleo
300g de farinha com fermento
40g de cacau em pó
Margarina para untar e farinha para polvilhar
Preparação:
Unta-se uma forma redonda com buraco e enfarinha-se.
e Batem-se bem os ovos com o açúcar, o óleo e os iogurtes. Acrescenta-se a farinha aos poucos batendo sempre.
Por fim, separa-se a massa em duas partes iguais e numa delas envolve-se bem o cacau.
Deitam-se na forma colheradas das duas massas alternadamente. Vai ao forno pré-aquecido a 180ºC durante cerca de 45 minutos.
Desenforma-se depois de arrefecer um pouco e polvilha-se com açúcar em pó.
Há acontecimentos e vivências da nossa infância que escolhemos esquecer e apagamos da memória (ou gostaríamos que isso acontecesse), e esses são importantes e estão na base da construção daquilo que é a nossa essência. Há também aquelas vivências que permanecem connosco durante toda a vida, e essas estão igualmente na fundação do nosso ser. Umas e outras, matizadas pelas pessoas que lhes conferiram matéria, são, para o bem e para o mal, os alicerces da nossa existência.
Há lembranças que mantemos ao longo da vida por vezes sem sabermos, uma vez que ficam adormecidas no mais recôndito do nosso ser durante muito tempo. Mas, a certa altura da nossa história, sem aviso, há um acontecimento, uma frase, um click que nos transporta novamente para lembranças que julgávamos esquecidas.
Curiosamente, hoje em dia a fruta não é um elemento suficientemente presente na minha alimentação (algo que tenho que tentar mudar, eu sei!). No entanto, algumas das memórias da infância que guardo com mais carinho envolvem, imagine-se, fruta. Figos, cerejas, maçãs, uvas, marmelos são alguns dos elementos que me remetem aos meus primeiros anos de vida. Importa dizer que relevantes foram também as árvores que produziam esses frutos, mas nenhuma subsiste hoje. Sucumbiram há muito à idade e às investidas do betão.
Nasci e cresci numa vila minhota, linda como só as terras e paisagens do Minho são… pelo menos para mim. Cresci livre, com poucos brinquedos mas com muita imaginação e criatividade, em comunhão com a natureza, de uma forma que os miúdos de hoje não vivenciam. De uma forma que os meus filhos pouco vivenciaram… Tinha que inventar as minhas próprias brincadeiras e encontrar os “brinquedos” que me faltavam no ambiente que me rodeava.
Uma das minhas brincadeiras preferidas era subir às árvores. Comigo lá, elas transformavam-se em casas, e os ramos eram as escadas e as mobílias, e as folhas eram muitas vezes o dinheiro que eu não tinha. Era lindo o mundo visto de cima das minhas árvores.
As primeiras árvores de que me lembro e que marcaram a minha infância encontravam-se ambas no quintal dos meus avós paternos, com quem eu passei muitas horas dos meus dias antes de frequentar a escola, enquanto o meu pai trabalhava e a minha mãe se ocupava das lides domésticas e das hortas.
Uma delas era uma macieira velhinha, pequena e carcomida (a esta eu não podia subir!) que dava umas maçãs pequeninas que eu adorava comer mesmo verdes, enquanto a minha mãe dizia invariavelmente que me iriam fazer mal à barriga.
A outra era uma figueira frondosa, mas também muito velha e com ramos pesados, que a certa altura dobraram e partiram a árvore ao meio. Uns anos depois da macieira, acabou esta também por perecer, ainda durante a minha juventude. A esta figueira eu subi inúmeras vezes, comi centenas dos seus figos e pendurei-me dezenas de vezes nos seus galhos robustos e dobrados pelo peso e pela idade. Hoje em dia, sempre que vejo uma figueira, lembro-me desta, a minha figueira. Lembro-me muito bem de um episódio que se passou junto dela, apesar de ser bem pequena quando aconteceu. Houve uma fase em que eu tive a mania de revirar os olhos. Fazia isso deliberadamente, ficando a parecer estrábica. Achava piada, vá-se lá entender!? Nesse dia, estando a apanhar figos com o meu pai e tendo ele avisado para eu não fazer aquilo aos olhos, numa atitude irreverente e ao mesmo tempo ingénua pensei ter escondido a cara da sua vista e persisti em revirar os olhos. Mas ele viu e deu-me logo ali um corretivo, não tanto por ter revirado os olhos, mas mais por lhe ter desobedecido. Nem tive tempo de antecipar a merecida bofetada a estalar na minha cara. Acho que nunca mais revirei os olhos… Este é um episódio que, pelo seu simbolismo e significado, me marcou e nunca me abandonou… Eu própria hoje tenho dificuldade em conceber que os meus filhos não aceitem um conselho ou uma ordem minha cujo objetivo seja protegê-los.
Havia também uma cerejeira altíssima, como era usual encontrar no norte, num quintal separado da casa dos meus avós por um caminho estreito e onde cultivavam batatas, favas, ervilhas, feijão verde e outros legumes . No norte permitia-se às arvores crescer em direção ao céu, encontrando-se assim muitas árvores exageradamente grandes, o que dificultava a apanha da fruta. A esta, por ser tão alta, raramente se colhiam as suas saborosas cerejas, que eu adoro. Era sempre o meu pai que subia à cerejeira com a ajuda de uma escada comprida e, como o fazia com pouca frequência, esse momento era especial, vivido com alegria, em que toda a família aguardava cá em baixo ansiosa para degustar as benditas cerejas. Comia-as com satisfação (ainda hoje é um dos meus frutos preferidos), mas com elas eu também brincava fazendo brincos de princesa, sempre que encontrava raminhos bifurcados com duas.
Os marmeleiros! Estas foram as árvores que mais vezes me hospedaram, mesmo pela adolescência fora. Eram dois ou três, num quintal onde hoje há um prédio e que a minha mãe cuidava e onde plantava os legumes para o nosso consumo próprio e alguns, poucos, para vender na praça à quinta-feira e ao sábado de manhã. Era para lá para cima que eu me esgueirava na esperança vã de que a minha mãe se esquecesse de me chamar para ajudar na horta. Foi lá em cima que eu li incontáveis livros. Eu sempre gostei de ler. Devagar, sem pressas, quase sempre com pena de chegar ao fim por não ter nenhum que ocupasse a seguir o lugar do anterior. Ainda hoje leio devagar e fazem-me confusão as pessoas que abocanham os livros e os devoram. Eu cá saboreava-os, mastigava-os, viajava através deles, sonhava. Muitas vezes, fiz tudo isto acomodada num marmeleiro. Havia um deles que tinha ramos mais confortáveis, ainda me lembro. Quanto aos marmelos, gostava e gosto de os comer crus, do seu sabor agre e da sua aspereza, mas também da marmelada e geleia que a minha mãe fazia e que hoje eu e a minha irmã também fazemos. É engraçado que ambas, como a minha mãe, guardamos um stock imenso destes doces, que acabam por atravessar todo o ciclo de vida anual dos marmelos. Quando, pelo outono, amadurecem os marmelos, ainda nós conservamos marmelada do ano anterior. A geleia não é tanto o meu forte, mas a minha irmã dominou a técnica da minha mãe na perfeição.
Das vinhas não tenho recordações muito boas, assim como das oliveiras, confesso. Fui desde cedo obrigada a ajudar nos trabalhos domésticos e do campo, e bem assim também nas vindimas e na apanha da azeitona. Tanto eu como a minha irmã, que foi sempre também, aliás, a minha companheira de “trabalho” e de brincadeiras. O que eu odiava a vindima! As vinhas altas do Minho, em latadas, obrigavam (e obrigam) a um esforço físico muito maior, a subir e descer escadotes milhentas vezes, a olhar para cima até ganhar dores no pescoço e tonturas. Foi numa vindima, com os meus 14 anos ou menos, que devido a mal-estar menstrual, um dia, inesperadamente perdi os sentidos e caí estatelada no chão. Se bem me lembro, esta foi uma das duas únicas vezes em que desmaiei, em toda a vida. A outra foi também na adolescência, sentada à mesa numa refeição, a (não) comer – consequência de uma dieta drástica e irracional.
Bem, por hoje chega de regresso ao passado. Na realidade, considero que carrego demasiado passado no meu presente…
(Só mesmo eu para falar de árvores e frutos, quando recordo a infância. Mas que foram importantes para mim, foram! Tão importantes que quero que a sua memória perdure para além de mim… que um dia os meus filhos leiam estas memórias aos seus próprios filhos…)
Ainda que não exteriorize o suficiente para ser notado, eu sinto dentro de mim que começo lentamente a florescer em março, em sintonia com a própria natureza. A simples e natural mudança do ciclo do inverno para o verão, com a aproximação das estações do ano minhas preferidas que já se adivinham, dando pequenas pistas de que estão finalmente a ganhar terreno ao frio e à chuva, age sobre mim de uma forma tão intensa que se torna difícil de entender e explicar. Não conheço mais ninguém a quem esta simples e milenar transformação cíclica da natureza interfira de forma tão acentuada no ânimo e disposição, como a mim própria.
Já uma vez falei aqui sobre a importância do “tempo” e da gestão do tempo na minha vida, e da fonte de stress que ele muitas vezes é (ou a falta dele...). Esta é mais uma das suas facetas.
Repito: sou bastante coerente no que exteriorizo e muitas vezes sinto em silêncio mas, interiormente, sou muito marcada por ciclos e o meu estado de espírito é manifestamente influenciado pelo ambiente e contexto. Sinto que a partir de março aproximo-me mais de mim mesma, vivo os dias de forma mais intensa, renasço qual fénix (analogia mais que batida, mas enfim…).
Razões? Apenas pequenas grandes coisas que me fazem feliz.
A aproximação do tempo mais quente e soalheiro;
Os dias mais longos que me permitem ver e sentir o sol, que atravessa mais alto o céu, a bater nas janelas da cozinha antes de sair para o trabalho, assim como chegar a casa depois de um dia de trabalho e sentir que ainda há momentos do dia (entenda-se, com luz do sol!) para serem vividos e partilhados em família;
O despontar das primeiras flores nos campos, que me possibilitam usufruir de quadros de tapetes coloridos no caminho para o trabalho todas as manhãs, com destaque para lindos campos, bermas e valados vestidos do vermelho cintilante das papoilas, ainda mais cintilantes do que as da conhecida canção do Glorioso.
As roupas mais leves, os vestidos floridos e alegres a fazer “pendant” com a paisagem. O da foto, da KOOKAÏ, comprei recentemente nos saldos. Foi uma pechincha. Adoro, adoro, adoro!
Estes são só alguns dos cenários que influenciam positivamente os meus dias, a partir de março. Sim, a simples visão de flores ou do sol logo pela manhã ou sair à rua com um vestido primaveril podem alegrar todo o meu dia! Chamem-me louca!
Além disso, como que a adivinhar esta minha predileção, foi em março que despontou há quase 15 anos a primeira das duas flores mais lindas da minha vida, os meus filhos.
Março! Finalmente março! A partir de agora tudo só pode melhorar!
Quase todos os fins de semana faço um bolo, normalmente um bolo seco para poder ser apreciado ao pequeno-almoço, principalmente pelo guloso mais velho cá do sítio, o meu Homem (como diria uma amiga minha, que não usa o termo “marido” – e convenhamos, Homem tem outro peso!).
Desta vez apeteceu-me experimentar uma tarte de fruta que vi na revista de culinária “Cozinha Prática de Sucesso”. Não fiz exactamente igual. Adaptei e ficou óptima. Eu estava com receio porque nunca tive muito jeito para engrossar natas em chantilly. Mas correu bem e os miúdos já provaram ao lanche e adoraram.
E como as coisas boas têm que ser partilhadas, cá vai:
Estende-se a massa quebrada redonda (já se compra feita) numa tarteira de fundo amovível e pica-se o fundo.
Para o recheio, põe-se ao lume 1,25 dl de água com 250g de açúcar e deixa-se ferver 2 minutos.
À parte mistura-se 1 colher de sopa de farinha com 7 gemas e umas gotas de aroma de baunilha ou baunilha em pó.
Verte-se a mistura em fio na calda e leva-se novamente a lume brando, mexendo sempre, até espessar.
Verte-se de seguida o creme na tarteira.
Vai ao forno, a 200ºC, por cerca de 20 minutos.
Depois de cozida, retira-se e deixa-se arrefecer.
Faz-se o chantilly. Usei um pacote de natas arrefecido no frigorífico, que bati bem com 50g de açúcar em pó.
Por fim, é só decorar. Eu nem sequer usei o saco pasteleiro. Limitei-me a colocar o chantilly por cima do creme de ovos e espalhei as frutas cortadas aos pedaços. Na receita original usava-se manga, framboesas e amoras. Como não tinha, substituí por morangos e usei também pêssego em calda, quivi e ananás natural. Assim fui mais de encontro ao gosto cá de casa.
Coloca-se no frigorífico e cá está! Uma forma diferente de comer fruta. Muito boa, fresca e nada enjoativa! A repetir!
Aprender a ser mãe! É mesmo isso! Hoje, com filhos já adolescentes, tenho cada vez mais convicção de que não soube e não sei ser mãe!
Acabei de ler um artigo do Jornal I (http://ionline.pt/496459?source=social) e pareceu-me que a autora me conhece de algum lado. É que ela descreve-me a mim como mãe, com a triste diferença de que eu ainda não atingi a maturidade que a autora diz ter atingido. Gostava de alcançar esse patamar de descontração, mas não consigo. Continuo a pensar que consigo mudar o mundo, que os meus filhos ainda vão ser um bocadinho mais ambiciosos, responsáveis, arrumados, focados, obedientes. Será que tenho que desistir? É mesmo inevitável que eles mantenham certas características que, no meu coração de mãe, sinto que os vão prejudicar na sua vida futura? Devo mesmo deixá-los aprender com os próprios erros? Conheço essas teorias psicológicas e educacionais todas, mas custa tanto, quando não aceitamos menos do que a idealização de uma vida perfeita para os nossos filhos...
Já há bastante tempo que queria dar um saltinho ao mar. Tenho insistido, sem sucesso, nesse programa de fim-de-semana. O problema é que a cara-metade cá de casa só concebe ir à praia se puder entrar no mar para uns valentes mergulhos. Ora, no inverno é difícil…
Mas eu cá gosto do mar no inverno. Arrisco-me a dizer que gosto mais do que no verão. Para mim a praia seria verdadeiramente o refúgio ideal para descansar nas férias de verão, não fosse a confusão de gente, de trânsito, de filas, que me aumentam os níveis de stress já por si elevados depois de um ano de trabalho. É complicado, porque eu adoro o verão e adoro a praia. Só queria era que os outros não gostassem…
Enfim, este fim-de-semana lá fomos ver o mar. Foi ontem, sábado, lá para os lados do pinhal mandado plantar pelo rei lavrador. Estava um dia agradável, soalheiro, uma temperatura amena. Corria uma brisa relativamente suave para esta altura do ano, mas que cortava o ar e desalinhava os cabelos, prejudicando as fotos da praxe. Mesmo assim, foi possível à primogénita dar um ar de sua graça na arte da fotogenia. O mar, esse, sempre majestoso e respeitável, apresentava-se neste dia calmo e quase convidativo. Dividimos a praia só com as gaivotas que, vaidosas, se passeavam nos seus domínios desenhando um rasto de pegadas na areia lisa e húmida da mais recente investida do mar. Ao longe, um cão e o seu dono brincavam e treinavam habilidades que mais tarde repetiriam certamente às crianças lá de casa ou lá da rua. Onde as ondas chegaram na última maré alta, viam-se despojos que o mar não quis: pequenos pedaços de madeiras e outros fragmentos de algas e conchas que fizeram as delicias do caçula que, com uma cana na mão, brincou qual D. Quixote imaginando outros mundos de aventuras em que ele era certamente um herói bravo e destemido.
Nada de toalhas, corpos estendidos, farnéis, lixo com mão humana, corta-ventos e chapéus-de-sol. Nada que impedisse a nossa comunhão com a paisagem, e a visão do céu, da areia, do mar. Só nós! Nós e o cheirinho de mar…
Pois é! Seria tão bom se estas regras fossem cumpridas cá em casa!
Seria o paraíso se tudo fosse perfeito como naquelas famílias com casas em que tudo está no seu devido lugar, brancas, imaculadas, lindas, algumas retratadas em blogs participadíssimos que falam de vidas perfeitas e das vivências de dondocas que não aparentam ter nenhuma atividade profissional (digo isto porque passam a vida em lojas, bricolages, cabeleireiros, passeios, etc) e mesmo assim têm criadas que lhes fazem tudo. Realmente, seria muito mais apelativo falar de cenários de sonho do que da minha realidade que é a realidade que a maior parte das pessoas conhece tão bem quanto eu. Uma realidade mais dura, mas menos vazia.
Voltando às regras. Nesta casa, para dizer com toda a honestidade, só se cumpre a 100% a parte de perguntar à mãe tudo e mais alguma coisa, mas normalmente sem intuito de fazer e sim à espera que a mãe faça. Gostava de poder dizer outra coisa, mas seria mentira.
Já tinha partilhado um bocado do meu dia difícil hoje. Pois bem, chegar a casa cansada, ao final do dia, com a cabeça a estourar, e ver as camas por fazer e a loiça do pequeno-almoço e almoço espalhada no lava-loiças, apesar de ser o cenário habitual, foi a gota de água neste dia.
E pronto, é isto! Ralhei, ralhei e passou-me. Porque, no fundo, a culpa é minha. Eu é que habituei o pessoal muito mal cá em casa. Tenho mesmo que deixar de fazer tudo pelas 3 crianças (2 pequenas e 1 grande) que aqui tenho. Será que ainda vou a tempo? Talvez com o rolo da massa isto vá…
O meu “namorado” de há 25 anos, mais uma vez, não me deu flores. Ele não é dessas coisas! Nunca foi um homem romântico, nem é dado a manifestações públicas de carinho. Antigamente eu ressentia-me com isso e fazia questão de que esse ressentimento fosse bem notado. Como nunca fui uma pessoa amorfa, fazia birras, beicinho, “pés-de-vento”, ao ponto de ele se sentir na obrigação de aceder ao meu desejo adolescente de ter uma atenção especial no dia 14 de fevereiro. Ou seja, quando o fez – quando registou de alguma forma este dia, admito que foi mesmo por obrigação. Hoje, genuinamente, já não ligo a esta data. Mas tenho que reconhecer que ele não é, neste aspeto, realmente, o namorado perfeito…
E, no entanto, ele é o melhor namorado, marido, pai dos meus filhos, companheiro, amigo, amante, que eu poderia ter tido.
Porque sei que me continua a amar com todos os meus defeitos, assim como eu o amo a ele;
Porque eu não sou fácil e ele atura as minhas neuras e mudanças de humor, sem vacilar;
Porque me é e sempre foi fiel (uma mulher sabe!);
Porque ainda me faz sentir desejada e sexy, tantos anos e alguns quilos e rugas depois;
Porque não é nada egoísta no que diz respeito à nossa vida sexual e porque me ensinou a adorar ser mulher e a viver a minha sexualidade de forma plena;
Porque gosta da vida familiar, é caseiro e não troca um fim de tarde ou serão em família por uma ida ao café para beber cervejas e contar piadas de gajas (só vai ver a bola, mas é cada vez mais raro fazê-lo e quando vai, leva o filho ou vamos mesmo todos, já que todos gostamos de futebol);
Porque foi ele que, encenando uma aparente normalidade no ato, me cortou o cabelo quando este começou a cair com os efeitos da quimioterapia, enquanto eu chorava e ele (acredito que a chorar por dentro) tentava desvalorizar esse momento tão duro para mim, como certamente o é para qualquer mulher;
Porque me ajudou (por acaso, foi ele e os meus filhos!) a escolher a peruca que usei durante mais de 6 meses durante os tratamentos, e cuja visão e cheiro ainda hoje não suporto, mas que tenho cuidadosamente guardada, escondida no fundo do armário, para qualquer eventualidade;
Porque nunca deixou de me desejar, nunca permitiu que eu me sentisse feia, mesmo careca, inchada e com todas as outras marcas dos tratamentos;
Porque me acompanhou a todos os médicos e consultas e permaneceu junto de mim durante os dias infindáveis de tratamentos na dura batalha contra o cancro; ainda hoje me continua a acompanhar a todos as deslocações que se relacionem com o meu estado de saúde;
Porque há 5 anos, na perspectiva de poder ter que vir a fazer uma mastectomia (o que não veio a acontecer), me disse que isso não era importante para ele, que essa eventualidade não mudaria nada no que ele sentia por mim e que o importante era que eu ficasse curada, mesmo que o caminho fosse esse (não me esqueço de relatos e das leituras que fiz de testemunhos de tantas mulheres abandonadas por bestas nesta fase tão difícil, quando elas mais precisam de apoio e de se sentir amadas!);
Etc, etc, etc...
Pois é, o meu namorado não é perfeito! Não me dá flores no Dia dos Namorados!... Mas é o melhor namorado do mundo nos restantes dias do ano, desde há 25 anos, e eu não podia ter um namorado melhor! Bem, e sem qualquer humildade digo: acho que também faço por merecê-lo.
Nota final: A foto é ilustrativa do nosso Dia dos Namorados de hoje: em família, os quatro, em pijama, embrulhados em mantas, a ver um filme sobre a 2ª Guerra Mundial, “Jacob, o mentiroso”, com o Robin Williams (é habitual fazermos sessões cinéfilas educativas para os filhos). Não há flores que paguem isto!
Sábado! Aquele dia para pôr em ordem tudo o que temos desordenado. Hoje ocupei-o a transferir os posts deste blog que estava alojado noutra plataforma, para aqui, o SAPO Blogs. Não sei porquê, mas nunca me senti muito confortável lá no outro lado. Aqui parece que me sinto mais em casa. Tontices minhas! O que é certo é que, na falta do marido, hoje ocupado nas suas andanças, fiz bom uso da falta do que fazer. Falta do que fazer porque nos últimos dias, infelizmente em casa pela morte da minha mãe, limpei meticulosamente a casa, tratei da roupa, fiz tudo o que pude para me distrair! Tenho tudo feito!
Não sou mesmo pessoa de ficar a fazer ronha na cama ao sábado de manhã! 😛 O bolinho de vinagre com calda já está feito para o pequeno almoço dos meus amores. 💖
Cá em casa optam por não perguntar qual é o problema. Eles lá sabem... E assim, cá estou eu, na MINHA cozinha a fazer um belo arroz de pato para o jantar. A neura acaba sempre por passar enquanto eu ando de volta de tachos e panelas. Cozinhar é, no meu caso, uma ótima terapia.
(Nota de rodapé: Registo com agrado a qualidade da "foto" que partilho! Espero que gostem.)
Gosto de estar em casa! Na minha casa está quem mais me faz feliz. Talvez porque passe pouco tempo aqui, é aqui que me sinto bem. Nenhum outro lugar lhe é comparável. Acho que nasci para ser dona de casa. Pena não ter um marido rico. Acho que iria gostar de não ter que contribuir para o orçamento familiar, não ter um emprego fora ou então fazer qualquer actividade a partir de casa… Adiante! Tenho que trabalhar e pronto! E felizmente tenho emprego, coisa que um grande número de portugueses infelizmente não tem. Tenho que ser agradecida por isso.
Mas, francamente, há coisas simples que me fazem tãaaooo feliz!!!
Fazer um bolo para, ainda morno, adoçar as bocas do pessoal cá em casa;
Colocar flores frescas nas jarras e olhar para elas milhentas vezes durante o dia;
Ter a casa organizada e limpa (por mim!);
Ler um bom livro, escrever ou ver um filme em família;
Sentir a chuva lá fora e acender a lareira nos dias frios de inverno;
Ficar em pijama todo o dia;
Eu sei lá!…
Um sem-número de coisas simples e despretensiosas fazem-me feliz, talvez porque as usufruo menos vezes do que desejaria.
No passado fim-de-semana consegui desfrutar verdadeiramente de alguns destes momentos. Quanto ao bolo, tenho por aqui três gulosos, por isso quase todos os fins de semana faço um bolinho. Desta vez fiz uma torta de geleia, receita da minha mãe. Uma das preferidas cá em casa! Agora as flores, essas têm sido raras as vezes em que coloco flores frescas nas jarras. Quando eramos só eu e o meu marido, até o fazia todas as semanas. Desde que nasceram os miúdos, só muito raramente o tenho feito. Alteraram-se as prioridades e o tempo de uma mãe esgota-se facilmente em mil e uma solicitações. Quais flores quais quê!? Escolhi estrelícias. São bonitas, não são?
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