A importância relativa da Educação Física na formação de um "Doutor".
(Foto em http://www.arlindovsky.net/)
Hoje umas breves notas, a propósito da notícia que circula nas redes sociais de que as avaliações da disciplina de Educação Física vão passar a contar para o acesso ao ensino superior. Não conheço a proposta nem os seus contornos. Por isso, deixo só uma opinião pouco amadurecida, reflexo do primeiro impacto que me causou.
Começo por dizer que é uma medida que vai ser aplicada aos meus filhos. Nesse aspeto, tudo bem, que eles são os dois bastante atléticos. Quanto a isso, estou portanto descansada.
Mas e os que não são? Vai-se cortar as pernas a alunos exemplares que poderiam ir para o curso que quisessem e chegar a ser úteis à sociedade só porque não têm destreza para o desporto? Atenção, eu acho que se deve valorizar a atividade desportiva, mas porque é que Educação Física ha de ser importante como requisito para alguém que quer ser juiz ou advogado ou médico ou engenheiro ou professor (excluindo daqui os de Educação Física, claro!)?
Não sei se concordo com a medida. Tenho até bastantes dúvidas. O que dizer sobre a aplicação desta medida a uma pessoa com deficiência ou doença que impeça o bom desempenho físico? Espero e acredito que se tenha em conta situações dessas. Senão, o que nos estão a dizer? Que um coxo, um cego, um maneta ou um paraplégico não podem ser doutores? A essas pessoas que já têm tantas dificuldades de integração, podemos em consciência dificultar-lhes ainda mais a vida? Não, deve estar certamente tudo pensado...
Se não se acautelar esse aspeto, pergunto: o que é que se pretende com isto? "Limpar" as universidades de pessoas "diferentes", na senda da raça perfeita?
Inteligência aliada a boa condição física e temos o ideal de estudante universitário! Mente sã em corpo são! Muito bem, sim senhor!
Não consigo é evitar que a minha mente faça aqui um paralelismo com aquele episódio infeliz da história mundial que todos conhecemos...