Dei de caras com um energúmeno!
Ontem fomos jantar fora, a uma festa. É claro que nestas alturas encontramos resmas de pessoas, algumas delas conhecidos com quem habitualmente não convivemos, felizmente. Nestas ocasiões somos obrigados a encetar algum tipo de conversa de circunstância com quem calhar, como é normal.
O que não é normal, em pleno século XXI, é que os discursos e comportamentos de certas pessoas pudessem ser tão retrógrados, tendo estagnado na primeira metade do século passado. Sim, porque trata-se de um homem na casa dos 40 do pós verão de 69, de Woodstock, da paz e o amor apregoada, do 25 de abril de 74. Um homem que cresceu, como eu, na segunda metade do século XX, com liberdade, democracia, emancipação da mulher a vários níveis, seja nos papéis de género desempenhados no casamento, no emprego, na forma como nós mulheres vivemos e usufruimos a nossa sexualidade, eu sei lá!
Ora, este imbecil, a propósito de não estar acompanhado da mulher na festa, de entre as pérolas proferidas, vomitou que "mais valia só do que mal acompanhado" e, não sei como, a conversa derivou para afirmações de que conhecia e frequentava todas as danceterias da região e arredores (às quais vai sem a mulher, pois claro!). E pior: vaidosão, parecia crescer ao contar as suas aventuras, parecia achar que estava a dizer algo de que se devia orgulhar.
É um energúmeno ou não é um energúmeno? Pergunto: O que é que ele está a fazer casado com a mulher dele? E que raio de mulher completamente anulada é esta? Ontem, realmente parece que recuei no tempo. Silly me! Pensei que já não existiam espécimes destes, nem homens como ele nem mulheres como a mulher dele.