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M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

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Faz hoje um ano sobre a eleição do Presidente pop star.

 

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 (Se fosse a capa de um livro da Anita do Marcelo, que título escolheria? Anita Marcelo e os sem-abrigo ou Anita Marcelo e os jornalistas?

Fonte: http://www.vip.pt/)

 

Na passada semana, antes da tomada de posse do Trump, o tema nas televisões era o frio. Qualquer dia falo sobre esta tendência que as televisões têm para falar de coisas normais como se fossem furos jornalísticos. Frio no inverno é aquele tema que surpreende qualquer um... Bem... Frio para aqui, frio para acolá, plano de contingência aqui, plano de contingência acolá, até que atingiu o climax com o Presidente da República a visitar os sem-abrigo numa noite fria de inverno. Temos, digamos, um Presidente bastante colaborante com os meios de comunicação social, digamos assim. E logo as hostes rejubilaram nas redes sociais. Aquilo é que foi! Grande homem! Desceu lá do cimo da sua importância para se colocar ao nível dos "ninguéns". Penso que não me afastarei muito da verdade quando digo que deverá estar eminente a criação de um clube de fãs do nosso Presidente, passado que está o primeiro ano da sua eleição. 

 

E eu penso que devo ser uma pessoa muito fria e insensível por não ter ficado enternecida com a atitude do homem. Sei que corro o risco de ser mal interpretada e, com o histerismo coletivo que tenho observado nas redes sociais, corro também o risco de perder todos os meus seguidores de uma empreitada só. Os mesmos que resistiram ontem à conversa do minete, debandam hoje. Querem só ver?! Mas eu arrisco. Prefiro ser controversa e causar impacto, do que ser amorfa como uma mosca morta. 

 

Vou, no entanto, tentar pôr as coisas com algum cuidado, até porque não questiono a faceta humana dele, que eu também aprecio. Admito que o nosso Presidente é simpático, afável e que tem uma personalidade cativante, incomparável por exemplo ao seu antecessor, aquele cubo de gelo ambulante (que eu, por acaso cheguei a cumprimentar, que eu sou muito VIP).

 

Até admito que a iniciativa de visitar os sem-abrigo tenha partido de um interesse genuíno dele em mostrar solidariedade para com aquelas pessoas. Mas, como explicar isto? Faz-me confusão a tendência incontrolável do senhor para o show-off, para o vedetismo, para atrair os holofotes e o protagonismo sobre si, para continuar a dar fé de tudo e a fazer análise da situação política a todo o momento como se ainda estivesse sentado em frente à Judite de Sousa, sendo assim presença constante nas nossas vidas. Apesar de finalmente termos um Presidente que não é só figura de corpo presente e que até se distancia dos partidos, caramba!, também não é suposto um Presidente da República ter clube de fãs . Ele não deveria ser é uma pop star! Por favor! 

 

E assim, nesta linha de pensamento, enquanto millhões de portugueses se emocionavam com um ilustre poderoso que, de forma a meu ver paternalista, quis confraternizar com os pobres ninguéns, a minha consciência teimava em ver um ilustre poderoso que poderia ter contribuído ao longo da sua vida política para tirar aquelas pessoas da rua. Fê-lo, de alguma forma? Dir-me-ão que ele aproveitou esta ocasião para alertar que “é preciso fazer mais” pelos mais desfavorecidos. É verdade! E que bem prega frei Tomás! Felizmente ele não carrega o ónus dos contributos desastrosos das políticas dos vários governos da sua cor e não só ao longo dos últimos anos...

 

O que querem? Sou mesmo avessa à caridadezinha com os pobrezinhos. Para mim é um conceito que só legitima e perpetua o fosso entre ricos e pobres. Reflita-se antes em medidas de fundo para atenuar as diferenças. Reforce-se o Estado Social. Ingénua, utópica, certo? Talvez... Eu realmente não percebo nada de política. Eu é mais bolos e batizados... 

 

 

 

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