Pinheiros de Natal e piaçabas
(Franz Krüger/Wikipedia)
1 de dezembro, data que comemora a restauração da independência, mas também o dia que abre oficialmente a época natalícia em muitos lares. E acima de tudo é tão bom ser feriado! Mesmo para quem não aproveitará para fazer ponte, como é o meu caso, este dia cai que nem ginjas nesta altura do "campeonato", tantos meses decorridos sobre as férias de verão.
Este ano, o espírito natalício tarda em tomar conta de mim. Eu, que incuti essa febre nos miúdos cá em casa, de ano para ano pareço cada vez mais afastada dessa alegria dos preparativos para o Natal. E agora tenho um problema em mãos. É que hoje é aquele dia que marca o limite aceitável para vestir a casa de Natal... e não me apetece nadinha fazer isso.
Uma das recordações mais caras que tenho da infância era a tradição familiar da ida ao monte (ao pinhal) num destes feriados de dezembro, pai mãe filhas, apanhar musgo e pinhas e cortar o pinheiro mais bonito que conseguíssemos encontrar. Hoje vejo que o ato de cortar pinheirinhos não é uma ação assim tão romanceável e ambientalista, e agora seria impensável. E ainda bem que hoje em dia não é prática, mas naquela época, na minha terra natal, todos o faziam.
Tenho alguma nostalgia em relação à época em que o pinheiro de natal era natural. Tenho saudades do cheiro que deixava dentro de casa, cheiro a resina, a pinhal, a natureza. Este ano gostava de comprar um em vaso para poder enfeitar e conservar alguns anos, enquanto aguentasse. E depois, quem sabe, plantaria em qualquer lugar. O problema é que não sei onde é que posso encontrar à venda. Alguém sabe? Existe em alguma daquelas lojas grandes de bricolage e jardim? Penso que nos hortos deverão encontrar-se mas não tenho nenhum aqui perto. Lá vou eu gramar mais um ano com uma piaçaba cheia de fitas, luzes e bolinhas.
NOTA FINAL:
Uma curiosidade, só para não dizerem que não aprendem nada aqui: foi uma empresa de piaçabas que criou a primeira árvore de natal artificial, em 1930. Faz sentido!