Maturidade ou falta de paciência?
Um dia li algures: só há dois tipos de pessoas capazes de agradar a todos:
- Os mortos
- Os mentirosos
Não sei onde li e não sei a autoria da máxima, mas tem o seu "quê" de verdadeiro...
Talvez seja inerente à condição humana, e ainda mais presente no género feminino, a necessidade de agradar.
Durante grande parte da minha vida e até determinada idade, tive uma preocupação excessiva, quase doentia, em agradar aos outros, em transmitir uma imagem simpática de mim própria, em ser socialmente aceite. Isto, na fase da vida em que, como talvez a maioria das pessoas, não tinha aprendido sequer a gostar de mim própria em primeira instância. Hoje percebo que me devia ter dedicado mais cedo a conhecer-me, aceitar-me e a gostar de mim. Durante muito tempo fui insegura mais do que gostaria de ter sido e certamente mais do que se justificava que fosse. Tive complexos ridículos, mesmo tendo tido a felicidade de ser rodeada por quem me provava (e prova!) o contrário do que sentia, que me conhecendo profundamente via e vê o melhor de mim. E o pior de mim, e mesmo assim permanece ao meu lado.
Hoje, a cada dia que passa mostro-me mais eu mesma a quem me rodeia. Já não faço fretes e tenho vindo a perder a habilidade para fingir. Bate certo! Não estou morta nem sou mentirosa... Será esta maior genuinidade uma das manifestações de maturidade? Ou simplesmente já não estamos para merdas?