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M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

M(ã)emórias da Maria Mocha

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Sonhos e pernas de mãos dadas!

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Os últimos tempos justificam um post sobre pernas e sobre sonhos. Mas como é que eu enfio tudo no mesmo saco? Tem tudo a ver! É como vos digo: comigo sonhos e pernas andam de mãos dadas (o que, se formos picuinhas, introduz aqui também o elemento "mão", mas vamos escolher ignorar isso por agora...). Sonhos e pernas, então. 

Sonho de ter uma casa de sonho.

Sonho sem pernas para andar.

Sonho - ou melhor, pesadelo sobre pernas.

 

Não faz sentido? Mas vai fazer! Começo por este último.

 

A propósito da minha lombociatalgia que me deixou coxa durante uns dias (ainda não estou a 100%), a m.M fez um comentário com a piada de que poderíamos formar um clube das coxas. Acho o máximo ela brincar assim de forma tão natural com esta condição que para muitos seria considerada incapacitante e motivo de auto-comiseração. Admiro-a muito por isso. É grande e linda! E lembrou-me de algo.

 

É que isto de coxear, para mim, também não me é completamente alheio. Conhecem aquela experiência de ver repetir-se um sonho, melhor dizendo, um pesadelo, daqueles muito reais em que acordamos agoniados e com uma pressão no peito? Durante muitos anos, na minha juventude (na primeira, porque agora decorre a segunda, claro está!) eu tive um desses pesadelos. Muitas vezes. Sonhava que tinha uma perna mais comprida que a outra e era uma sensação tão real que sentia um pavor, uma angústia imensa. Cá estão as pernas no sonho. Isto tudo se confunde, eu sei. 

 

Sempre achei que aquilo tinha que significar alguma coisa. Ainda que não fosse um significado literal, seria talvez um simbólico. Porquê aquele sonho repetidamente?

 

Há quem defenda que os sonhos têm uma linguagem simbólica e podem ser explicados com situações da vida real. Penso que foi o Freud que trouxe a teoria de que, de acordo com a psicanálise, os nossos sonhos podem ser a realização de desejos reprimidos. Ora eu não desejava coxear, por isso os pesadelos recorrentes, como aquele, como se explicarão?  

 

Não sei. E entretanto deixei de ter o tal pesadelo. Há já muitos anos que não me lembrava dele. Voltou-me à memória, em 2010, na luta contra o cancro de mama e na eminência (que felizmente não se veio a concretizar), de perder uma mama. Pensava que podia estar ali prestes a materializar-se um pesadelo que me perseguiu durante anos. Não seria da mesma forma, mas o meu corpo perderia, de outra forma mas da mesma maneira, a simetria. Teria o sonho sido uma premonição?, pensava eu para comigo. Não, não foi porque permaneci e permaneço igual. Depois parti o úmero e voltei às assimetrias, desta feita com o braço. E agora? Agora estou realmente coxa, parecendo ter uma perna maior que a outra, tal como no pesadelo. Será que é desta que eu "despacho" a explicação para o raio do pesadelo? Ou estou condenada a sofrer danos sobre aqueles elementos do corpo que temos aos pares? Se for isso, também já não restam opções, a não ser talvez os olhos e as orelhas. E, se pensar que não é comum o uso da catana por estas bandas, talvez me safe a ficar sem uma orelha... 

 

E quanto aos sonhos que sonhamos acordados, daqueles com divisões com prateleiras e caixinhas todas arrumadinhas, quando esses sim não têm mesmo pernas para andar? São porventura os mais difíceis de lidar. Desses é que não acordamos para uma realidade diferente da sonhada. E com esses não me apetece nada hoje brincar. Mas pode ser que ainda lá volte...

 

Esta vida glamorosa...

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Ontem tirei o dia para organizar a casa. Vejam bem que tristeza! Faltar ao trabalho para... trabalhar! Tchhh!...

 

Conciliar a vida de mulher profissional, dona de casa e mãe não é fácil e se quero passar algum tempo relaxado em família ao fim-de-semana, tenho que fazer assim de vez em quando, principalmente quando a casa já começa a ficar desorganizada ao ponto de me começar a dar ânsias (sim, sou muito atreita às ânsias... ). E não, o M não faz quase nenhuma tarefa doméstica. Tem outras atribuições e ainda menos tempo que eu. E não tem jeitinho nenhum! Quando vem para ajudar acaba sempre por atrapalhar mais do que outra coisa. E verdade seja dita que eu também sou um bocadinho dominadora, mesmo nas tarefas domésticas (esqueci-me de referir também esse transtorno  aqui, por acaso ). 

 

Portanto, se cairam na minha esparrela cometendo o erro de abrir este post, ainda estão a tempo de virar costas porque o que tenho para contar hoje a propósito do meu dia de ontem é nada mais nada menos que uma sequência interessantíssima de tarefas domésticas cumpridas:

fazer máquinas de roupa à doida que o tempo estava bom e ajudou a secar,

passar a ferro,

mudar a roupa das camas,

separar calçado que já não serve ao caçula para colocar no contentor para roupa usada,

limpar,

fazer a sopa para os próximos dias nos quais devo ter horários estendidos e assim pelo menos sopinha já haverá,

e por aí adiante. Um fartote de gozo. Uma vida de glamour, é o que eu vos digo! 

 

Certo é que cheguei ao fim do dia estafada. Ao ponto de não ter ânimo para produzir qualquer coisa melhor que esta espécie de post. Desculpem... Vocês merecem melhor, de facto.

E também por conta do meu cansaço, acabámos por não ir caminhar outra vez, o M e eu. Logo ontem! Não sei se vos disse que íamos começar a época ontem?! Que chatice... Ontem é que era! Tchhh!  

 

15 minutos de sossego...

Ontem, a caminho de casa, dei por mim a pensar que finalmente tinha um intervalo de sossego, um pedaço de tempo para mim, uns parcos 15 minutos só meus para relaxar. Até tive medo de adormecer ao volante, tal era o entorpecimento depois de um dia cheio de adrenalina que desafiou os meus nervos até ao limite. E estava certa em aproveitar aqueles instantes: chegando a casa não foi melhor. Cenas com o mais novo, que está a despertar para a irreverência imprópria da adolescência.

 

Tem sido assim, ultimamente: no trabalho mil e uma situações, em casa dois que dão quase o mesmo trabalho. Dois não! Três, que o pai dos adolescentes também dá trabalho com fartura, principalmente quando não tem tempo ou disposição para participar da educação dos filhos! Mas ontem teve que ser mesmo chamado à pedra, que eu já não estou a conseguir dar conta do recado. Que sentimento de impotência, que desespero me assola de vez em quando desde que a puberdade chegou cá a casa... Com bebés era bem mais fácil...  

 

E agora pergunto:

 

O que dizer desta fase da vida de uma pessoa em que o momento mais relaxante do dia é o trajeto emprego-casa? 

 

 

Abaixo os espelhos da casa de banho!

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(Imagem retirada da internet)

 

Desde que tenho dois filhos adolescentes vaidosos em casa, um dos maiores exercícios físicos que fazemos é a corrida à casa de banho. Temos duas, o que em princípio seria mais que suficiente para uma família de quatro. Mas há momentos em que não é bem assim... Em hora de ponta, formam-se filas para apanhar a vez, qual área circundante de Centro de saúde em madrugada de dia de semana para conseguir consulta.

 

Ela é quem mais monopoliza o espaço. De manhã, para sair de casa é sempre uma luta suja para conseguir tirá-la de frente do espelho. É o cabelo que precisa de ser esticado (sqn, que ela tem o cabelo liso e sedoso como uma japonesa); são os exfoliantes e os cremes (começa cedo a preocupar-se com a hidratação da pele, o que até não é mau); são as lentes de contacto, porque se recusa a ir para a escola de óculos (o que eu acho uma estupidez, já que fica giríssima com óculos); é o tempo em demasia a escovar os dentes com a ilusão de que fiquem de um branco mais imaculado do que o branco das camisolas dos anúncios a detergente da roupa; agora até quer vestir-se na casa de banho (não sei se é por causa da luminosidade ou porque o espelho do quarto não lhe permite a perspetiva de imagem desejada) e veste peça e muda peça e volta a mudar. Grrrrr!!!

 

E por tudo isto, agora sou eu que saio de casa quase sem me olhar ao espelho. Qualquer dia chego ao emprego e tenho a surpresa de alguém me chamar a atenção para uma peça de roupa do avesso ou por ter remelas nos olhos. 

 

Por isso, eu alinharia num movimento com a palavra de ordem: "Abaixo os espelhos da casa de banho!" A sã convivência cá em casa estaria muito facilitada se os espelhos não fizessem parte dos essenciais das casas de banho. Uma coisa do género da imagem, seria o ideal. Ainda por cima esta solução alimentaria o ego e a autoestima para aqueles dias em que acordamos com um mau cabelo. Que tal? 

 

O remédio é brincar com isto, que alivia a expetativa de mais uma semana pela frente em que terei que lidar com o stress das manhãs antes de sair de casa e levar os miúdos à escola e eu própria seguir para o trabalho. Por incrível que pareça, este é um dos momentos mais críticos da minha rotina nos dias de semana. 

 

Boa semana!

 

 

 

Tiradas familiares #5 (B/E - Deveria ser considerado crime!)

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Enquadramento:

 

Os dois filhos há um dia de castigo. 24 horas de sofrimento atroz! 

Razão: ontem a mãe chegou a casa no final de um dia de merda (podia dizer de cão, mas até esses têm dias melhores), cansada, e encontrou a casa de pernas para o ar pela enésima vez. Desde camas por fazer, a janelas todas escancaradas, a loiça de todas as refeições do dia e os restos da comida em cima da mesa da cozinha, roupa e lixo espalhados, "you name it"! Todas elas visões de cenários que conferiam à nossa casa as características mais de uma pocilga do que propriamente de um lar de uma família minimamente asseada. 

 

Resultado: ralhete seguido de castigo. Arrependimento? Pouco ou nenhum!

 

O castigo: ficar em casa durante o dia de hoje e nada de telemóveis, playstation e pc. E assim se passou o dia de hoje, com um ou dois telefonemas a comunicar que já deveriam ter acesso aos "gadgets" todos porque já tinham feito a cama e preparado os livros para o início das aulas. Temos pena, mas o castigo é consequência do que não fizeram ontem, por isso não pode ser aliviado só porque cumpriram hoje a vossa obrigação. Em educação parental (pelo menos segundo o meu conceito) requere-se observância de três coisas: arrependimento, assimilação e continuidade. Não observei nenhuma de forma consistente!

 

Há uns minutos, cheguei a casa. As reivindicações continuaram, mas a mãe é mais teimosa do que eles e mantem-se firme e hirta. Até que:

 

Filho: "Mãe, hoje fiz a cama, arrumei os livros, li e depois fiquei o resto do dia a olhar para o teto sem nada para fazer. Foi uma seca! Isso que tu fizeste não se faz, não deveria ser permitido! Deveria ser considerado crime!"

 

Filha: "Ele tem razão!" (são cada vez mais cúmplices na "adolescentite", sempre contra a autoridade dos pais)

 

É o quê??? Ouvi bem?

 

Comentário: Parece que estou a criar verdadeiros ativistas dos direitos humanos. Ainda os vejo um dia numa ONG, num  partido político ou num sindicato. 

 

 

 

Jardinagem e igualgade de género.

A nossa casa cá no norte situa-se na aldeia (Como eu gosto! Como nós gostamos!), mas a uns escassos cerca de 4 ou 5km do centro da sede de concelho, com boas vias de acesso, servida por autoestrada, e perto da povoação mas longe o suficiente dela para descansar e fazer "férias verdes". 

 

Temos alguns vizinhos simpáticos e solícitos. Ora nos oferecem produtos da horta, ora nos dão mudas de flores e árvores para o nosso jardim/quintal, ora me ajudam elas próprias (as mulheres, claro!) a cortar a relva, ora puxam conversa quando eu ando nas minhas jardinagens (o que me força a abrandar o ritmo dos trabalhos e nem sempre é bem vindo! 😂 ), ora competem para ver qual deles o mais amigável, qual ganharia o prémio de melhor vizinho. É engraçado: estes meus vizinhos mais próximos, dois casais (um pela nossa idade e outro um pouco mais velho) são ótimos para nós, muito cordiais e respeitadores para connosco, mas não se falam entre si (Questões de bens e heranças, o que haveria de ser?). Já pensei que talvez seja por estarem zangados que compitam pela nossa amizade... Cada um tem que causar melhor impressão que o outro aos novos e intermitentes vizinhos! Sorte a nossa! 😂 

 

Bem, hoje o vizinho mais velho trouxe-me um malmequer num vaso para eu colocar no jardim. Às vezes "impõe-me" espécies que eu dispensaria, mas este não era o caso.

 

Tenho andado a jardinar, claro. Cada vez que cá vimos, as ervas daninhas teimam em dominar o espaço em que decidi colocar relva. Parece que nunca mais consigo ver um tapete uniforme de relva como imaginei... Mas não desisto e ainda vou vencer esta luta contra as ervas! 

 

Só eu cá em casa é que aprecio os benefícios que a jardinagem provoca no estado de espírito. Faz milagres! Além disso, mesmo em férias não me vejo todo o dia sem fazer nada. Tenho que ter objetivos. Como dizia alguém: "gosto de olhar para trás e ver trabalho feito". A jardinagem dá-me isso. Hoje em dia, apesar das malditas e persistentes ervas que teimam em despontar e desenvolver-se mais rapidamente do que aquilo que eu gostava que crescesse, já posso olhar para o jardim e ver que fui eu que o concebi e que está ali trabalho meu. É um jardim/quintal simples, rústico como eu gosto, despretensioso, rural, com flores da minha infância - os malmequeres, as hortênsias, os agapantos, as sardinheiras. Nada de exótico, tudo típico. Acho que o meu amadorismo em arquitetura paisagística tem sido compensado pelo amor e dedicação que aplico no trabalho que desenvolvo. E acho que até não está nada mal. Quem o viu em quem o vê! Deixo aqui um apontamento. 

 

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Como já disse, o jardim/quintal é um exclusivo meu. Cá em casa, ninguém para além de mim gosta da jardinagem (pensando bem, nem de cozinhar, nem de limpar o pó, nem de nenhuma outra tarefa doméstica! 😕 Enfim...). Eu gosto e isso para mim é o bastante! Não me faz confusão que não valorizem e não participem desse  trabalho. No entanto, hoje a minha filha disse-me algo que me deixou a pensar. Ela é muito feminista e reivindicativa da igualdade de género,  já tinha falado nisso aqui. "Não tens vergonha de estar aqui a trabalhar e o pai estar lá dentro deitado a ouvir música?" Fala o roto ao nu! 😛 Haaa??? Acho que não! Eu gosto disto, ele não! Deveria ter vergonha?

 

A verdade é que não adiantaria nada tentar contrariar este cenário, o meu cenário. A minha filha ainda é muito nova e pensa que pode mudar as pessoas e o mundo. Quanto a mim, já consegui mudar algumas coisas. Em relação a outras, desisti. Esta é uma delas. É que há aspetos em nós que também ninguém consegue mudar... Às vezes é preciso aceitar. 

 

 

 

A escrava hoje quase fez greve!

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Só para dizer que, após mais de um mês de ócio dos adolescentes cá de casa, passei-me!

Desde o início das férias escolares, os dias deles têm sido passados entre programas com os amigos, muito telemóvel (redes sociais), tv, jogos de computador, principalmente jogos de computador . Basicamente tem sido isto. Uns vegetais, portanto! Couch potatoes! 

Pois hoje, pela enésima vez a chegar a casa depois de um dia de trabalho (um dia de trabalho difícil de julho, porque as merecidas  férias tardam em chegar e o stress acumulado já é mais que muito), e encontrar pela enésima vez a casa de pernas para o ar, passei-me! 

Grito de socorro: greve às habituais tarefas de mãe e dona de casa de final de dia, não sem antes deixar bem vincado o meu desagrado. Deitei-me a descansar, com a condição de que haveria jantar se todos fossem ajudar a fazê-lo, o M. inclusive.

Resultado: todos ajudaram qualquer coisita e houve jantar. A bem dizer, eu é que fiz quase tudo, mas pelo menos tiveram que estar por ali a olhar para mim! Toma!

Tenho que fazer isto mais vezes. Talvez a culpa seja minha. Como a grande maioria das mães, vou fazendo tudo e acabo por prejudicar o desenvolvimento da responsabilidade, autonomia e iniciativa dos meus filhos. E estou realmente preocupada com isto...

Pronto, é só isto. Beijos e abraços.

Toda partidinha, mas feliz!

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Aquela perspetiva de uma curta viagem até à praia de que falei, com estada de uma noite e tudo, não se concretizou. E assim, cá estou eu dentro de portas, com um dia primaveril tão lindo lá fora. A dita foi inviabilizada por um teste de Matemática que necessita de preparação e estudo. Ser pai/mãe/educador também é isto. Fazemos planos para uma escapadinha num fim-de-semana em que finalmente o craque não tem jogo e ficamos a saber quase na véspera que a princesa tem um compromisso inadiável com números e contas. Enfim… uma boa nota a Matemática, a concretizar-se, compensará a desilusão.

 

Depressa me adaptei a esta nova realidade de um domingo de clausura. Substituí o alardear por aí do meu novo look, por uma limpeza e arrumação dos armários da cozinha. Que tal? E não é que estou nas minhas sete quintas?! Também eles, os armários, ganharam um novo look!

 

Foi a compra, no sábado, de uns pratos rasos e de sobremesa novos que eu já andava a ambicionar há um tempo (para combinar com os de sopa que comprei nos saldos deste outono-inverno, que serviu de pretexto para a limpeza e arrumação que fiz hoje. Estou satisfeitíssima com o resultado. Aproveitei para redistribuir e reposicionar as loiças, deitar fora coisas velhas que já não me fazem falta nenhuma e desta forma rentabilizar os espaços. Tenho um gosto quase obsessivo-compulsivo por ter tudo imaculadamente alinhado e organizado. Só não chega a ser doentio porque no dia-a-dia raramente consigo ter tudo nos sítios como gosto e conseguir viver com isso dá-me a garantia de que não chego ao ponto de ter que ser vista por um psicólogo.

 

Foi também no sábado que fomos ver, os quatro (como eu gosto), o filme português do momento: “O amor é lindo… porque sim!”. Até gostei e ri-me um bom bocado, principalmente com a personagem da Maria Rueff. Apesar de achar a prestação de alguns atores e a estória (o guião) frágeis em alguns momentos, gostei do tipo de humor caricatural de alguma sociedade portuguesa, também com algum “nonsense” à mistura. A meu ver, os cenários foram também bem escolhidos, tanto as cenas de exteriores passadas nas ruas de Lisboa, como os interiores da Casa dos Patudos, em Alpiarça (a casa-museu residência de José Relvas que eu já visitei e recomendo vivamente) e o Museu da colecção Berardo (que tenho planos de visitar em breve).

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Valeu a pena. O que é português é bom!

 

E assim se passou a correr mais um fim-de-semana, com saúde, em família, com novidades na minha cozinha. Apesar do trabalho que tive, de estar cheia de dores nas costas e de sentir que o fim-de-semana devia começar agora, que  mais posso querer? 

 

No norte...

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Hoje o M., por motivos profissionais, teve que vir ao norte. Como temos cá casa, desta vez convidou-me a acompanhá-lo. E cá estou eu a matar saudades. “Ganda” maluca! Tirei um dia no trabalho, coisa rara!

 

Viemos ontem ao final do dia, encontrámos tudo em ordem, dormimos na nossa casinha e hoje, aproveitando que não chove (finalmente!) já fiz os trabalhos de jardinagem que eu tanto gosto. Podei as hortênsias. Uma poda leve, que elas já estão a despontar. Vamos ver se este ano florescem como deve ser… Mas há ainda tanto para fazer! Enfim… Ainda apanhei tangerinas, limões e salsa para levar para baixo.

 

Adoro isto e, no entanto, usufruo tão pouco…

Regras cá de casa… LOL

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Pois é! Seria tão bom se estas regras fossem cumpridas cá em casa!

Seria o paraíso se tudo fosse perfeito como naquelas famílias com casas em que tudo está no seu devido lugar, brancas, imaculadas, lindas, algumas retratadas em blogs participadíssimos que falam de vidas perfeitas e das vivências de dondocas que não aparentam ter nenhuma atividade profissional (digo isto porque passam a vida em lojas, bricolages, cabeleireiros, passeios, etc) e mesmo assim têm criadas que lhes fazem tudo. Realmente, seria muito mais apelativo falar de cenários de sonho do que da minha realidade que é a realidade que a maior parte das pessoas conhece tão bem quanto eu. Uma realidade mais dura, mas menos vazia.

Voltando às regras. Nesta casa, para dizer com toda a honestidade, só se cumpre a 100% a parte de perguntar à mãe tudo e mais alguma coisa, mas normalmente sem intuito de fazer e sim à espera que a mãe faça. Gostava de poder dizer outra coisa, mas seria mentira.

Já tinha partilhado um bocado do meu dia difícil hoje. Pois bem, chegar a casa cansada, ao final do dia, com a cabeça a estourar, e ver as camas por fazer e a loiça do pequeno-almoço e almoço espalhada no lava-loiças, apesar de ser o cenário habitual, foi a gota de água neste dia.

E pronto, é isto! Ralhei, ralhei e passou-me. Porque, no fundo, a culpa é minha. Eu é que habituei o pessoal muito mal cá em casa. Tenho mesmo que deixar de fazer tudo pelas 3 crianças (2 pequenas e 1 grande) que aqui tenho. Será que ainda vou a tempo? Talvez com o rolo da massa isto vá…

 

O meu namorado não me deu flores…

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O meu “namorado” de há 25 anos, mais uma vez, não me deu flores. Ele não é dessas coisas! Nunca foi um homem romântico, nem é dado a manifestações públicas de carinho. Antigamente eu ressentia-me com isso e fazia questão de que esse ressentimento fosse bem notado. Como nunca fui uma pessoa amorfa, fazia birras, beicinho, “pés-de-vento”, ao ponto de ele se sentir na obrigação de aceder ao meu desejo adolescente de ter uma atenção especial no dia 14 de fevereiro. Ou seja, quando o fez – quando registou de alguma forma este dia, admito que foi mesmo por obrigação. Hoje, genuinamente, já não ligo a esta data. Mas tenho que reconhecer que ele não é, neste aspeto, realmente, o namorado perfeito…

 

E, no entanto, ele é o melhor namorado, marido, pai dos meus filhos, companheiro, amigo, amante, que eu poderia ter tido.

Porque sei que me continua a amar com todos os meus defeitos, assim como eu o amo a ele;

Porque eu não sou fácil e ele atura as minhas neuras e mudanças de humor, sem vacilar;

Porque me é e sempre foi fiel (uma mulher sabe!);

Porque ainda me faz sentir desejada e sexy, tantos anos e alguns quilos e rugas depois;

Porque não é nada egoísta no que diz respeito à nossa vida sexual e porque me ensinou a adorar ser mulher e a viver a minha sexualidade de forma plena;

Porque gosta da vida familiar, é caseiro e não troca um fim de tarde ou serão em família por uma ida ao café para beber cervejas e contar piadas de gajas (só vai ver a bola, mas é cada vez mais raro fazê-lo e quando vai, leva o filho ou vamos mesmo todos, já que todos gostamos de futebol);

Porque foi ele que, encenando uma aparente normalidade no ato, me cortou o cabelo quando este começou a cair com os efeitos da quimioterapia, enquanto eu chorava e ele (acredito que a chorar por dentro) tentava desvalorizar esse momento tão duro para mim, como certamente o é para qualquer mulher;

Porque me ajudou (por acaso, foi ele e os meus filhos!) a escolher a peruca que usei durante mais de 6 meses durante os tratamentos, e cuja visão e cheiro ainda hoje não suporto, mas que tenho cuidadosamente guardada, escondida no fundo do armário, para qualquer eventualidade;

Porque nunca deixou de me desejar, nunca permitiu que eu me sentisse feia, mesmo careca, inchada e com todas as outras marcas dos tratamentos;

Porque me acompanhou a todos os médicos e consultas e permaneceu junto de mim durante os dias infindáveis de tratamentos na dura batalha contra o cancro; ainda hoje me continua a acompanhar a todos as deslocações que se relacionem com o meu estado de saúde;

Porque há 5 anos, na perspectiva de poder ter que vir a fazer uma mastectomia (o que não veio a acontecer), me disse que isso não era importante para ele, que essa eventualidade não mudaria nada no que ele sentia por mim e que o importante era que eu ficasse curada, mesmo que o caminho fosse esse (não me esqueço de relatos e das leituras que fiz de testemunhos de tantas mulheres abandonadas por bestas nesta fase tão difícil, quando elas mais precisam de apoio e de se sentir amadas!);

Etc, etc, etc...

 

Pois é, o meu namorado não é perfeito! Não me dá flores no Dia dos Namorados!... Mas é o melhor namorado do mundo nos restantes dias do ano, desde há 25 anos, e eu não podia ter um namorado melhor! Bem, e sem qualquer humildade digo: acho que também faço por merecê-lo.

 

Nota final: A foto é ilustrativa do nosso Dia dos Namorados de hoje: em família, os quatro, em pijama, embrulhados em mantas, a ver um filme sobre a 2ª Guerra Mundial, “Jacob, o mentiroso”, com o Robin Williams (é habitual fazermos sessões cinéfilas educativas para os filhos). Não há flores que paguem isto!

Escola, memorização e inteligência

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Chegada da viagem de regresso a casa, a fazer a ronda pela net. O jantar ha de ser pizza, portanto "tá-se bem"! Nos últimos dias não tenho usado o portátil e continuo a orientar-me melhor no pc do que no tlm. Sou uma cota de acordo com os meus filhos, portanto.

A minha "cria" mais velha amanhã tem uma ficha de avaliação e como não estudou nada durante a estada no norte (o que é compreensível, porque ela e o irmão vão lá tão poucas vezes que têm que aproveitar todos os momentos para socializar e brincar com os primos!), tem agora que o fazer. Escolheu fazê-lo ao pé de mim, na cozinha. Está mesmo aqui à minha frente. Há momentos pareceu-me distraída. Chamei-a à atenção. Como é habitual, disse-me que já sabia tudo (às vezes até sabe!). Perguntei-lhe porque é que, então, no 1º período ainda não tinha tido 5 à disciplina em questão. Respondeu-me que compreendia a matéria porque era fácil e até tinha feito apontamentos, só que não sabia tudo de cor, e a Escola não valorizava a inteligência, mas sim a memorização. Insisti para que estudasse mais um pouco, mas não contra-argumentei porque, apesar de ser do meio, também partilho um bocado essa opinião e até tenho tentado contrariar isso. 

Mas o que retirei desta conversa foi mais uma evidência de que a minha filha é um ser pensante que já formula opinião própria e demonstra espírito crítico! Que delícia!   Um dia falo aqui do feminismo dela...

Farta de chuva!

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Mais uma vez a passar uns dias na minha terra natal, no minho, e tem estado sempre a chover...

Tinha tantos planos de aproveitar este fim de semana prolongado para jardinar e, tal como aconteceu no Natal, vai ficar tudo por fazer. Ervas aos molhos, laranjas no chão, hortênsias por podar, eu sei lá!...

Estou farta de chuva! Venham os dias soalheiros de primavera, por favor! 

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Maria Mocha é o pseudónimo de uma mulher que, de vez em quando, gosta de deixar os pensamentos fluir pela escrita, uma escrita despretensiosa, mas plena dos sentimentos e emoções com que enfrenta a vida. Assim, as criações intelectuais da Maria Mocha publicadas (textos, fotos) têm direitos de autor que a mesma quer ver respeitados e protegidos. Eventuais créditos de textos ou fotos de outros autores serão mencionados. Aos leitores da Maria Mocha um apelo: leiam, reflitam sobre o que leram, comentem, mas não utilizem indevidamente conteúdos deste blog sem autorização prévia da autora. Obrigada.

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