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M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

A mim ninguém me pisa! (Quem dizia isto?)

 

 

Nunca fui de dar a outra face. E também nunca esqueço o mal que me fazem. Se alguém trai a minha confiança ou de alguma forma me ofende, está fodido lixado comigo. Nunca mais esta alma se relaciona da mesma maneira com essa pessoa. Está automatica e definitivamente riscada das "minhas pessoas". Sou assim! Não vou esconder nem armar-me em santa só para a "fotografia". O diabinho em cima do ombro sempre dominou o anjo do outro lado, quando este animal se sente acossado. E com tudo isto, mesmo assim, acho que sou uma boa pessoa! Não procuro o conflito nem faço mal a uma mosca, simplesmente não admito que me pisem. Bem, quanto a moscas, admito que mato uma ou outra de vez em quando... mas convenhamos que elas são chatas e badalhocas... 

 

Enfim, o que vos posso dizer hoje? Que a vida vai correndo igual, com os mesmos problemas ainda para resolver, mas também com uma constatação. Há algo de bom em ter problemas no trabalho, por incrível que possa parecer. Viramo-nos mais para as pessoas que realmente importam. Procuramos nelas o alento necessário para enfrentar as adversidades com que nos deparamos. Ficamos muito mais próximas dos nossos, no meu caso até mais paciente com as manifestações de adolescentite dos miúdos e muito mais carinhosa com o M. Nem tudo se perde...

 

Entretanto, tenho vindo a assentar as ideias na minha cabeça. Essa é, aliás, uma das razões da minha fraca assiduidade por aqui. É definitivo. Não posso deixar passar em branco. Vai ter que haver consequências, por muito que me custe.  Só desejo que seja uma transição o mais pacífica possível. A vida continua... Que se fod@!

 

 

Segurem-me!... Ou será... ajudem-me?!...

 

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Segurem-me, que eu ando com uma vontade incontrolável de dizer umas verdades, colocar tudo em pratos limpos, pôr uns pontos nos "is", até armar um barraco ou rodar a baiana, se for preciso.

 

Mais um dia pela frente para lidar com uma "paz podre" que está instalada lá no estaminé. "Tens que ser forte! Não te deixes ir abaixo". Pois... Sou forte há demasiado tempo. E por isso é que ninguém à minha volta me vê como eu sou, com todas as minhas fragilidades, para lá da capa de força que ostento. Às vezes sinto que não tenho verdadeiros amigos. As pessoas apenas têm interesses, querem aquilo que eu lhes posso dar. E a algumas dou muito! Até lugares ao sol, vejam lá! Mas pelo menos respeitassem-me por isso e fossem leais. Acho que não seria pedir muito...

 

Definitivamente, vou ter que esclarecer alguns pontos, limar algumas arestas, mexer com a ordem instalada. Vou ter que reunir as pessoas, ser frontal e definir regras e procedimentos, mantendo a calma e a cabeça fria para fazer tudo de forma civilizada, com o mínimo de prejuízo para a paz social. Depois de uma discussão que aconteceu ontem (a pessoa ficou totalmente alterada só porque eu, que sou quem dirige o estaminé - vejam bem a audácia e desfaçatez da minha pessoa!, pedi educadamente - juro que foi educadamente - que não voltasse a decidir sobre assuntos importantes com outra pessoa como se eu não estivesse lá, quando eu estou lá), não há mesmo forma de dar a volta sem uma "dispensa" na minha equipa. Ou ela ou eu. Aliás, a pessoa se tivesse vergonha, depois do que me disse a mim que a escolhi para minha colaboradora, pediria para sair das funções que está a desempenhar. Pelo que afirmou, penso que não está satisfeita. E se não está bem, só tem que mudar-se. É claro que a pessoa acha que tem toda a razão do mundo e que não me deve um agradecimento sequer. São assim as pessoas... É assim a vida... 

 

Tenho que acabar com algumas rotinas instaladas e alguns vícios. Tenho que registar tudo o que pretendo mudar, que a minha cabeça já teve dias melhores. Tenho que começar a tirar notas do que me vou lembrando. Este fim-de-semana tem que servir para pôr a cabeça em ordem no que diz respeito a estas questões. É vital definir a linha de atuação daqui para a frente, até por uma questão da minha saúde mental. Já vi que ali não há amizades. Trabalho é trabalho e até sou eu que tenho a faca e o queijo na mão, por isso... temos pena! 

 

Não sei se já perceberam, mas vocês, seguidores, são muitas vezes os meus confidentes mais próximos. Fez-me bem, este desabafo. Obrigada a quem ler e conseguir sentir alguma empatia comigo neste assunto. Contei ao M e ele apoia-me, mas também anda assoberbado demais, tal como eu ou pior. Mal temos tempo para trocar meia dúzia de palavras. Podem crer que é mesmo assim cá em casa. Há fases em que o trabalho rouba demasiado espaço à vida familiar. Os nossos filhos, agora de férias escolares, andam mais ou menos em auto-gestão. Ao "deus-dará", basicamente. Felizmente acho que posso confiar neles. Acho... 

 

E é isto... Ando a fixar-me demasiado no EU, EU, EU!... Isto ainda descamba numa depressão, se é que não caminha já para lá... Ou talvez sejam carências... Ou é o facto de eu ser muito observadora e aperceber-me de todas as facadinhas que me vão dando. Gostava de ser mais "panhonha". Mas não sou e agora enchi! Preciso de férias... Mas ainda falta tanto... 

 

 

Pérolas para porcos!

 

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De repente vejo a minha bolha rebentar, o meu mundo desmoronar-se, e abate-se sobre mim uma apatia imensa, uma inércia, uma vontade de me isolar, no escuro, e todas as vozes ao meu redor me mexem com o sistema nervoso e tenho vontade de gritar "Calem-se! Vão-se embora! Saiam daqui! Deixem-me em paz!".

 

Já vos tinha dito que tenho um sistema... nervoso? Pois tenho. E não consigo livrar-me deste maldito sistema... nervoso. Tenho também aquilo que os ingleses chamam de "overthinking". Cismo demais! Quando enfio uma preocupação na minha cabeça, não há meio de ver-me livre dela. Raisparta! Bardamerda para isto!

 

Não! Não morreu ninguém, não perdi o emprego, não está nenhum ente querido doente, o meu marido não me enfeitou a testa. "Só" tive uma desilusão muito grande com pessoas próximas no trabalho, pessoas que eu pensava serem leais e verdadeiras para comigo. E isso para mim é coisa grave. É sério. É triste. Apanhou-me desprevenida. Ao ponto de ontem não ter conseguido "produzir" nada no emprego e ter passado o dia a empreender naquilo. Ao ponto de ter equacionado hoje não me levantar da cama, não me ralar com quem conta comigo. Afinal, com quem posso contar eu?

 

Mas mais uma vez vou enfrentar. Pérolas para porcos, é o que é!

 

 

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DIREITOS DE AUTOR (Decreto-Lei n.º 63/85 com as posteriores alterações)

Maria Mocha é o pseudónimo de uma mulher que, de vez em quando, gosta de deixar os pensamentos fluir pela escrita, uma escrita despretensiosa, mas plena dos sentimentos e emoções com que enfrenta a vida. Assim, as criações intelectuais da Maria Mocha publicadas (textos, fotos) têm direitos de autor que a mesma quer ver respeitados e protegidos. Eventuais créditos de textos ou fotos de outros autores serão mencionados. Aos leitores da Maria Mocha um apelo: leiam, reflitam sobre o que leram, comentem, mas não utilizem indevidamente conteúdos deste blog sem autorização prévia da autora. Obrigada.

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