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M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

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Santas e bruxas

 

 

Hoje tenho uma situação para vos colocar, sobre a qual gostaria de conhecer a vossa opinião. Cá vai!

 

Imaginem uma pessoa que é uma jóia, preocupada, solícita, simpática, e tudo e tudo e tudo. Uma ótima amiga em potencial para qualquer um. Uma pessoa que se diz não ter maldade nem malícia. E de facto, só tenho razões para confirmar tudo isso. Bem... só lhe identifico um defeito. É daquelas pessoas que puxa assunto atrás de assunto e não sabe quando parar. Conversa, conversa, conversa... De tal forma que o interlocutor tem sérias dificuldades em cortar o assunto sem parecer malcriado. Parece que nos sentimos encurralados, as piores pessoas do mundo só porque já estamos com o "sistema nervoso" porque precisamos urgentemente de acabar uma tarefa que estávamos a fazer ou simplesmente fazer uma necessidade fisiológica e não conseguimos encontrar uma brecha para pôr um ponto final no assunto. E quando conseguimos, volta tudo à estaca zero porque a pessoa conseguiu rapidamente encadear outro assunto a talhe de foice.  Percebem? É horrível! 

 

Ora, essa pessoa, de acordo com a própria, está de relações cortadas com uma vizinha por culpa exclusiva da tal vizinha, que, segundo ela, é má como as cobras, assim como toda a família o é (trata-se de uma questão genética, portanto ). O que está alegadamente na base da zanga é inveja, heranças ou doações em vida de um tio,  terrenos, casas, vicissitudes do dinheiro,... What else

 

Sempre que a vizinha (a boa) inicia uma destas tais conversas intermináveis, arranja maneira de introduzir o assunto "vizinha, bruxa malvada". Sim, porque até me disse que ela rogava pragas e tudo, com um dedo da mão contorcido de uma certa maneira.  Basicamente, eu oiço! Limito-me a ouvir, atenção! Não nasci ontem. Não quero confusões com nenhuma das duas e isso é ponto assente. 

 

E eu vou ouvindo, ouvindo, ouvindo. E comecei a pensar, pensar, pensar. Há um aspeto curioso. É que a tal vizinha (a má), nas curtas conversas que teve comigo (É verdade! Essa não é o terror das almas solitárias como eu gosto de ser às vezes. Até é bastante discreta e recatada.) nunca, jamais, me falou mal da vizinha santa. Este aspeto intrigou-me. Será que é tão má, que por isso nem fala da inimiga de estimação?  Ou estamos perante aquela velha máxima de que o que as pessoas dizem dos outros diz mais sobre elas do que sobre os outros? Quem será a santa e quem será a bruxa, afinal? Estaremos perante uma inversão de papéis?

 

Questão pertinente, esta, certo? De vida ou morte, diria!  O que me dizem disto? Digam de vossa justiça, se quiserem aceitar o repto.

 

(Imagem daqui)

 

 

Dos amores dos filhos...

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É a mim que o meu filho recorre quando precisa de um conselho, de uma opinião, ou quando quer confidenciar algum aspeto da sua vida. Mas só ele. A minha filha é muito fechada e dela não consigo extrair nada. Ele, pelo contrário, procura-me para partilhar variadíssimas situações, dúvidas, conquistas. Curiosamente ou não, nunca procura o pai.

 

Ontem, apesar de andarmos amuados nos últimos dias, ao final do dia abordou uma série de assuntos, numa conversa de mais de uma hora, só nós os dois. Fui confrontada com notícias deliciosas e com outras mais preocupantes que deixo para outra altura.

 

Vamos às deliciosas. O mesmo menino de 14 anos que há uns meses quis que eu falasse com ele sobre sexo, deu-me agora a conhecer um bocado da sua vida amorosa. Já tem a sua primeira namorada, uma menina que eu conheço. Fiquei a saber que namoram desde dia 1 de janeiro, e tudo começou na festa de passagem de ano à qual foram em casa de amigos.

 

"Mãe, mas queres saber como começámos a namorar? Eu soube fazer tudo como deve ser. Eu sou um gajo romântico. Não imaginas como foi romântico! Aposto que com o pai não  foi assim. () Foi durante as badaladas da meia noite que eu lhe perguntei se ela queria namorar comigo." 

"E depois, ela disse que sim?"

"Não. Deu-me um beijo. E todos bateram palmas e estão a torcer por nós."

"Realmente foi muito romântico, filho!"

 

Fiquei feliz com este relato. Claro que dei mil e um conselhos, nomeadamente disse-lhe para tratar sempre bem a menina e essas coisas todas. Mas achei tão giro. Será normal eu ficar tão feliz pelo meu filho, apesar de ele ser tão novo? Muitos acharão que é muito cedo para namorar e que eu não devia dar liberdade para isso. Mas não é delicioso que ele tenha abertura para me contar as suas histórias mais importantes e íntimas? E está apaixonado! Que maravilha!

 

Pois é! Neste momento, sou já uma mãe com uma "nora" e um "genro" (a minha filha também já namora há mais de um ano com um rapaz). E nunca pensei que fosse enfrentar isso com tanta naturalidade. Gosto deles! Talvez seja prematuro gostar deles, mas gosto. Percebi que talvez venha a ser uma sogra "fixe". 

 

Pelo menos, foi assim que, num "ai", deitei para trás das costas uma das ralações que me apoquentava, o sentimento de impotência saído dos conflitos de gerações dos últimos tempos. Afinal talvez não seja assim um ser tão desprezível aos olhos dos meus filhos adolescentes...

 

 

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Maria Mocha é o pseudónimo de uma mulher que, de vez em quando, gosta de deixar os pensamentos fluir pela escrita, uma escrita despretensiosa, mas plena dos sentimentos e emoções com que enfrenta a vida. Assim, as criações intelectuais da Maria Mocha publicadas (textos, fotos) têm direitos de autor que a mesma quer ver respeitados e protegidos. Eventuais créditos de textos ou fotos de outros autores serão mencionados. Aos leitores da Maria Mocha um apelo: leiam, reflitam sobre o que leram, comentem, mas não utilizem indevidamente conteúdos deste blog sem autorização prévia da autora. Obrigada.

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