Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.
Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.
Sou por natureza muito reflexiva sobre aspetos da minha vida. Roço o exagero, empreendendo demais nos assuntos. Sou basicamente uma cismática.
Esta qualidade (apesar de tudo, acho que é uma qualidade) permitiu-me o confronto com a triste realidade de que tenho desperdiçado demasiada energia e tempo em determinadas áreas da minha vida, em detrimento de momentos bons que eu poderia passar com coisas simples e por demais importantes. Inclusivamente, das quais sinto falta.
Ler, por exemplo, é uma das atividades que tem sido relegada para enésimo plano, a seguir ao trabalho, família e tarefas domésticas, redes sociais (blog incluído), até mesmo a seguir à televisão.
Eu, que adorava (adoro) ler! Shame on me!!!
Por isso decidi que vou recuperar a rotina da leitura antes de adormecer. Estou tão convicta disso que até já tenho ali o livro que se segue, o eleito, na mesa de cabeceira preparado e à minha espera. Ainda não vos falo hoje sobre ele. Qualquer dia...
(Fonte da imagem: http://www.revistabula.com/2590-10-livros-que-vao-mudar-sua-vida/)
Estão a ver aquele sentimento de alívio que nos invade quando se consegue desbloquear algo complicado? Por exemplo quando se alcança a resolução de um problema desafio no trabalho ao fim de vários dias investidos nisso ou aquele alívio e descarga de tensão depois da adrenalina da preparação e apresentação de um trabalho na escola perante a turma ou num auditório perante uma informada plateia? Aquela altura em que finalmente vamos poder descansar o corpo e o espírito?
Pois... Esse meu sentimento só durou das 16 horas de terça-feira até às 9 horas de quarta-feira. Uma noite, portanto. Ultrapassada a situação anterior no emprego, outro problema ainda mais grave e de difícil resolução surgiu, também no trabalho. Reparem que desta vez não lhe chamo desafio...
Tenho a sensação que há uma força qualquer na minha vida que existe para me lembrar de que nunca posso descontrair. É assim no trabalho, é assim na família, é assim na saúde. Na saúde, então, parece mau olhado! Depois de ultrapassado (até ver!) o cancro de há sete anos e ao fim de quase um ano de quimioterapia e radioterapia e essas coisas todas que curam e matam ao mesmo tempo, apareceu-me rinite persistente, asma, caí e parti o úmero, tive uma ciática, e mais um sem-número de maleitas que vão aparecendo a espaços regulares. Nunca me curvei. Antes digo sempre "Se o cancro não me matou, também isto não me vai matar" ou "Tive cancro. Não tenho medo de nada!".
Tem sido sempre assim. Quando descanso em relação a qualquer coisa, surge outra para me ocupar o cérebro. Talvez isto me livre de alzheimer, pelo menos. Ou então, talvez esta constante necessidade de adaptação seja a forma de a vida me ensinar o conceito de resiliência "the hard way". E, de facto, sou talvez a pessoa mais resiliente que conheço. Sou como a flor que não se verga à adversidade, que se recusa a aceitar não florescer só porque o contexto é desfavorável. Lutadora, nunca baixo os braços nem viro as costas a nenhuma dificuldade, ainda que sofra cá dentro, muitas vezes sozinha.
Esta faceta é-me reconhecida. Mas ser assim cansa...e muitas vezes aos olhos de quem nos rodeia, nós, as pessoas fortes, não precisamos de um abraço, de apoio, de ajuda.
Estou em baixo. Não me interpretem mal. Não sou uma coitadinha. Eu até tenho uma boa vida, acho eu. Sou feliz. Mas tenho a sensação de que tenho uma praga às costas que volta e meia vira tudo do avesso num abrir e fechar de olhos. É só isso.
Meus queridos e fieis seguidores, vocês que me fazem tantas visitas e dão sempre dois dedos de conversa comigo:
Tem vindo a crescer em mim a impressão cada vez mais convicta de que a vossa companhia e reconhecimento por este humilde espaço não são secundados pelo senhorio batráquio.
Posso até ter um post que, segundo os meus parâmetros (e eu até sou exigente!), tem alguma (admito que pouca) complexidade e qualidade, que essa publicação é sempre preterida para o destaque de outra qualquer, nem que essa outra não tenha uma única palavra e use uma mesma imagem que eu uso, mas sem referência à fonte. Parece alguma coisa contra mim, sinceramente. Será que o Sapo não gosta de me ter cá?
Sou só eu? Não sentem isto, de vez em quando?
(Será que com esta publicação garanti a indiferença completa para comigo de agora em diante? Aguardemos pelas cenas dos próximos episódios. Esta minha mania de não saber ficar calada! )
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Maria Mocha é o pseudónimo de uma mulher que, de vez em quando, gosta de deixar os pensamentos fluir pela escrita, uma escrita despretensiosa, mas plena dos sentimentos e emoções com que enfrenta a vida. Assim, as criações intelectuais da Maria Mocha publicadas (textos, fotos) têm direitos de autor que a mesma quer ver respeitados e protegidos. Eventuais créditos de textos ou fotos de outros autores serão mencionados.
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