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M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

M(ã)emórias da Maria Mocha

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Domingo na bola ("Alservando..." # 2)

No domingo, a seguir ao almoço, decidimos ir ver o jogo do Benfica com o Nacional. Todos os anos vamos ver pelo menos um jogo do glorioso. E aí vai a gente, toda lampeira, quase em cima da hora e sem saber se haveria bilhetes disponíveis nas bilheteiras. Bem, sabíamos que na "candonga", às portas do estádio, costuma haver...

 

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Apanhámos algum trânsito ali ao pé deste grandioso edifício que podem ver na imagem acima. Afinal, a malta não vai a Lisboa só para ver o Benfica, que isso é para os adeptos fanáticos. Com o trânsito no "para arranca" ainda deu tempo para tirar uma fotografia a este outro grande edifício. Não se vê muito bem, porque está um bocado tapado pelo prédio aqui em frente, mas digam lá se o edifício... da NOS não é bonito! 

 

E lá chegámos a tempo ao estádio da luz. Afinal havia bilhetes nas bilheteiras. E conseguimos sair vivos das investidas dos vendedores de autocolantes e cachecóis. Uma senhora espetou-me um autocolante ao peito e pediu-me uma moeda, ao que eu respondi que não lhe tinha pedido autocolante nenhum. Arrancou-me aquilo com uma gáspea que só visto! Fiquei também a saber que a frase "A culpa é do Benfica" já domina os cachecóis à venda a 5€. Ser tricampeão aparentemente já não chega para os cachecóis... 

 

Lá dentro, durante o jogo, nada de novo: um público que vai para ali aliviar a tensão acumulada, com "foda-ses" e "cabrões" e "filhos da puta" e assobios sempre que há alguma decisão do árbitro contra o Benfica. Passei o jogo a levar com os impropérios e o fumo do tabaco de um indivíduo mesmo à minha frente. Ao lado dele, uma senhora também muito fumadora que só sabia dizer numa voz esganiçada muito provavelmente aquilo que ela conhece do futebol, que é que se chuta uma bola. Sempre que um jogador do Benfica tinha a bola, "chuta chuta chuta" e "aiiiii" e "iiihhhh" e "ohhhh", e levantava o braço numa espécie de saudação nazi sempre que em uníssono se ouvia "Benfiiiiica". 

 

Ó ali em baixo um dos cigarros assassinos! A voz assassina da mulher está mesmo ao lado, mas é baixinha, não se vê. A mulher, claro! A voz era outra estória... Ainda hoje ecoa nos meus ouvidos. 

 

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Isto para dizer que cada vez me convenço mais que a maior parte das pessoas não vai ao futebol pela beleza do desporto em si, mas sim para obter um conforto de ver a sua equipa ganhar. E se não ganhar, pelo menos é uma forma de descarregar o stress. Parece uma batalha campal. Uma arena romana, onde lá em baixo lutavam os gladiadores e o povo assobiava e apontava a mão fechada com o polegar para baixo de vez em quando ao coitado do árbitro, como se fazia quando se desejava a morte do gladiador derrotado, em pleno império romano.

 

Eu aprendi a gostar de futebol vendo os jogos do meu filho ao fim-de-semana, desde os seus seis anos. Aliás, desde pequena convivi com futebol porque o meu pai levava-me à bola ao domingo, de vez em quando. Mas não gosto nada destas coisas que dominam o futebol. Quanto ao Benfica, ganhou por 3-0, como sabemos, e voltou a liderar a tabela. Vamos lá ver se se aguenta lá até ao final do campeonato. Espero que sim. Mas não sonho com isso de noite...

 

 

 

 

Regresso às caminhadas

 

Eu e o M estamos de regresso às caminhadas ao fim do dia de que falava no outro dia. Há meses que não fazíamos e estas duas semanas de janeiro  conseguimos fazer 2 caminhadas de cerca de 40 minutos. Nada mau para começar. 

 

E olhem só um dos modelitos que usei. Comprei este ano porque achei graça. "I'm not a blogger", diz. E eu sinto-o. Continuo a não achar que seja uma blogger, apesar de cá andar há quase um ano (embora mais assídua nos últimos meses). Continuo a sentir-me aquela naba que sentia no início. Acho que não nasci para isto. Mas vou ficando, enquanto não aparecer por aí ninguém a mandar-me embora. Eheheh!!!

 

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(Imagem: moi-même)

   

 

 

Eu, o M e o exercício físico

 

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(Sim, esta foto dos meus pés já foi aqui utilizada. É que não é fácil apanhá-los (aos pés, entenda-se) nestes preparos...

Mas ninguém diria, já que as sapatilhas estão um bocadito para o sujo... A sério que já as lavei depois desta foto. 

 

Eu e o M, ciclicamente, fazemos caminhadas ao ar livre ao final do dia, resistindo ao impulso de ocupar as raras horas de ócio que temos no conforto do lar, a horizontalizar. Normalmente, isso acontece pela primavera e outono, quando o tempo está mais ameno, que é o mesmo que dizer, suportável e mais convidativo para dois "couch potatoes" como nós. Não bastasse não sermos grandes adeptos de exercício físico, ainda termos que enfrentar as adversidades atmosféricas? Caminhar à chuva, com um frio de rachar ou com um calor abrasador é para masoquistas! E nós, quanto a "defeitos", só somos um bocadinho para o gordito, masoquistas não.

 

Nunca gostei de fazer desporto. Quanto ao M, o único que o atrai é o futebol. Ele costuma dizer que correr, só com uma bola nos pés. Eu, nem nos pés nem nas mãos. Lembro-me que, na minha juventude, uma professora de Educação Física, insistiu comigo até à exaustão para eu entrar na equipa de basquetebol da escola (ou seria voleibol?) e eu resisti sempre. Ou seja, pelos vistos eu até tinha alguma habilidade para o desporto, mas comigo a preguiça sempre falou mais alto.

 

Para terem uma ideia da minha/nossa relação com o exercício físico, rotativamente, tem que ser um de nós a motivar o outro para iniciar a época das caminhadas. Quando digo motivar, entenda-se literalmente ARRASTAR! À vez, ora eu ora ele, arrastamos o outro para suar um bocadinho (Não se percam! Continuo a falar de caminhadas, atenção! Connosco, não são todas as atividades a dois e propiciadoras de uma boa suadela, que provocam esta resistência. Ok? ). 

 

Ora, há uns meses (no início do outono) o M, quando passávamos de carro na zona onde habitualmente fazemos as nossas caminhadas, antes de jantar, tentou então retomar o cumprimento das suas funções em regime de rotatividade, lembrando da necessidade de voltarmos à rotina das caminhadas. Mas o meu ouvido seletivo, aliado fiel do meu cérebro matreiro, ouviu de acordo com aquilo que queria ouvir. À frase:

 

"Quando é que começamos a caminhar?"

 

Respondi:

 

"Podemos ir ao restaurante X!"

 

Ou seja, ouvi:

 

"Onde é que vamos jantar?"

 

Perfeitamente explicado! Tem tudo a ver! Ao nível da fonética, então, as duas frases são praticamente a mesma coisa. Daí a confusão...  Quanto a caminhadas, só respondi à pergunta que o M me fez, esta semana. Qualquer dia falo disso. 

 

E, pronto, este pequeno diálogo de surdos dá mais ou menos uma ideia de qual é a minha relação com o exercício físico. Como facilmente se depreende deste episódio, e pelo que já me conhecem, a minha relação com a comida é uma outra história, bem diferente desta...  

 

 

 

A importância relativa da Educação Física na formação de um "Doutor".

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 (Foto em http://www.arlindovsky.net/)

 

Hoje umas breves notas, a propósito da notícia que circula nas redes sociais de que as avaliações da disciplina de Educação Física vão passar a contar para o acesso ao ensino superior. Não conheço a proposta nem os seus contornos. Por isso, deixo só uma opinião pouco amadurecida, reflexo do primeiro impacto que me causou. 

 

Começo por dizer que é uma medida que vai ser aplicada aos meus filhos. Nesse aspeto, tudo bem, que eles são os dois bastante atléticos. Quanto a isso, estou portanto descansada.

 

Mas e os que não são? Vai-se cortar as pernas a alunos exemplares que poderiam ir para o curso que quisessem e chegar a ser úteis à sociedade só porque não têm destreza para o desporto? Atenção, eu acho que se deve valorizar a atividade desportiva, mas porque é que Educação Física ha de ser importante como requisito para alguém que quer ser juiz ou advogado ou médico ou engenheiro ou professor (excluindo daqui os de Educação Física, claro!)?

 

Não sei se concordo com a medida. Tenho até bastantes dúvidas. O que dizer sobre a aplicação desta medida a uma pessoa com deficiência ou doença que impeça o bom desempenho físico? Espero e acredito que se tenha em conta situações dessas. Senão, o que nos estão a dizer? Que um coxo, um cego, um maneta ou um paraplégico não podem ser doutores? A essas pessoas que já têm tantas dificuldades de integração, podemos em consciência dificultar-lhes ainda mais a vida? Não, deve estar certamente tudo pensado...

 

Se não se acautelar esse aspeto, pergunto: o que é que se pretende com isto? "Limpar" as universidades de pessoas "diferentes", na senda da raça perfeita?

 

 

Inteligência aliada a boa condição física e temos o ideal de estudante universitário! Mente sã em corpo são! Muito bem, sim senhor! 

 

Não consigo é evitar que a minha mente faça aqui um paralelismo com aquele episódio infeliz da história mundial que todos conhecemos... 

 

 

 

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Maria Mocha é o pseudónimo de uma mulher que, de vez em quando, gosta de deixar os pensamentos fluir pela escrita, uma escrita despretensiosa, mas plena dos sentimentos e emoções com que enfrenta a vida. Assim, as criações intelectuais da Maria Mocha publicadas (textos, fotos) têm direitos de autor que a mesma quer ver respeitados e protegidos. Eventuais créditos de textos ou fotos de outros autores serão mencionados. Aos leitores da Maria Mocha um apelo: leiam, reflitam sobre o que leram, comentem, mas não utilizem indevidamente conteúdos deste blog sem autorização prévia da autora. Obrigada.

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