A subalternização da dieta mediterrânica?
Fiz recentemente uma atualização dos meus conhecimentos sobre as características da dieta mediterrânica. Quis conhecer melhor esse estilo de vida (sim, não é só uma dieta, é antes um estilo de vida!), com a intenção de a introduzir o mais possível cá em casa. Bem, na realidade nunca estivémos muito afastados dela. Posso afirmar com orgulho que sou daquelas mães que conseguiu incutir nos filhos bons hábitos aimentares. Só para dar alguns exemplos: os meus filhos nunca saem de casa sem tomarem um bom pequeno-almoço, comem alimentos variados, de todos os tipos, incluindo legumes, leguminosas, fruta, peixe, a bela da sopa, etc. Não são grandes apreciadores de fast food nem de batatas fritas. Na minha casa é muito raro fazer fritos, aliás. Não há, pois, adolescentes obesos cá em casa, nem perto disso. O pai e a mãe é que estão um bocadito mais rechonchudinhos, mas nada de muito cuidado.
Ora bem! Qual não foi o meu espanto quando ontem foi apresentado o Relatório da OMS, que analisa 27 países e regiões e, pasme-se, entre os países com mais crianças/jovens obesos está Portugal, em 5º lugar. É verdade! Os adolescentes portugueses estão entre os mais obesos da Europa. Só a Grécia, a Macedónia, a Eslovénia e a Croácia apresentam valores mais negativos.
E eu pergunto: Se os maus hábitos alimentares e a reduzida atividade física estão entre as causas do elevado índice de obesidade, onde é que anda a tão nossa dieta mediterrânica nas casas dos portugueses? Nós que somos um país que carrega esse património histórico de uma alimentação saudável e de uma gastronomia saborosa e apreciada em todo o lado, estamos completamente americanizados, rendidos ao hamburguer e afins? Acordai, educadores portugueses, acordai! As futuras gerações agradecem!
(Foto: http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2017-05-17-Portugal-entre-os-5-paises-europeus-com-mais-adolescentes-obesos)