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M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

Hoje estou preparada para que me lapidem...

 

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Há uma coisa que é a teoria e o que ditam as regras. Tudo aquilo que vem nos livros, vá! Livros que, bem vistas as coisas, eu até li.

 

Outra coisa é a prática. E, por vezes, o contexto da vida, o enquadramento da coisa obriga a que se infrinjam todos os ensinamentos que obtivemos e todas as regras que encontrámos plasmadas nos livros. 

 

Posto isto, eu, pecadora, me confesso. "Ajeitei" um trabalho da escola ao meu filho, um TPC. "Que vergonha! Que irresponsabilidade! Que mau exemplo de parentalidade!" são todas expressões que poderia ser eu a utilizar sobre uma situação como esta que eu conhecesse a outrem.  

 

Mas isto não aconteceu de forma gratuita, não! Nem é algo que eu costume fazer, muito honestamente. E nem concordo com isso. Lá está, li os livros. Mas desta vez tive que o fazer. Tratou-se de um trabalho em powerpoint para ele apresentar hoje. Oxalá lhe corra bem, meu rico filho!

 

Vamos lá ver...o meu filho fez o conteúdo do trabalho, atenção! Eu só dei um jeitinho estético ao template e até simplifiquei algumas frases, para lhe ser mais fácil a apresentação. Ah, é verdade! Faltou dizer que é um trabalho de pares. Assim, acabei por "ajeitar" o trabalho do meu filho e de um colega. Duplamente culpada! 

 

E porque é que fui fazer uma coisa destas?, perguntam vocês.

 

Alguém por aí tem filhos em idade escolar? E no secundário, como é o caso dos meus? Pois... Quem tem ou teve, ou até mesmo recordando-se do seu tempo de estudante, saberá como é esta época de final de período. Senão, vejam: esta semana, o meu filho tem 3 fichas de avalição de 3 disciplinas estruturantes do curso, com carradas de matérias para estudar, e ainda a apresentação do tal trabalho. Isto numa semana de escola de 4 dias. Ora, quer dizer, não é fácil... É areia demais para camionetas tão "pequenas". Ou ele perdia tempo a ultimar o trabalho ou estudava para as fichas. E a dedicação a um trabalho que valerá muito pouco, prejudicaria o estudo para as fichas que, essas sim, têm um grande peso na avaliação. Vi-o aflito e foi aí que entrei eu. Mãe é mãe!

 

Grande exemplo de pedagogia que eu trago hoje!... 

 

Vá lá ver... quem é que vai atirar a primeira pedra? 

 

(Fonte da imagem: https://i2.wp.com/diiirce.com.br/wp-content/uploads/2017/09/maesemfiltro.jpg?fit=720%2C330)

 

 

Ser Mãe... pela caneta da filha

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(Composição da filha sobre o tema "Mães")

 

Leram? É nestas alturas que vejo que não devo ser assim uma mãe tão má! Bem, basicamente sou, aos olhos da filha, uma controladora, mas uma controladora com alguma legitimidade, porque amo os meus filhos.

 

Os filhos percebem as nossas atitudes! Embora haja conflitos e a adolescência muitas vezes pareça toldar-lhes o raciocínio, eles percebem! 

 

Nota:

Texto feito às três pancadas pela filha (TPC de Português de há uns meses) e nem um único erro ortográfico! Tanto orgulho na minha menina! 

 

 

 

Exames e um adolescente feliz: uma antítese?

 

Hoje o meu filho faz exame de Português do 9º ano. Sabem aquela angústia, aquele nervosismo natural na época de exames, aquela pressão muitas vezes auto-infligida, comprimidos para a memória e ansiolíticos? Estão a ver o estudo pela noite dentro, as noites mal dormidas, as horas gastas a treinar todos os exames já realizados? 

 

Pois... Nada disso mora aqui! Pensam que ele acusa algum nervosismo? Nem pensar! O gajo "tá na boa"! Aliás, nos últimos dias tem tido bué de programas com os amigos, desde tardes passadas na piscina a jantares com os amigos e festas de aniversário. Não percebo nada disto. Diz-me "mãe, o que queres para mim é que eu só estude e seja infeliz?" Não, realmente não quero. A socialização e a integração no grupo são importantíssimas nesta fase do crescimento, na adolescência. Eu sei disso, mas só queria que ele estudasse um bocadinho mais...

 

Bem, o que é certo é que ele está relaxadíssimo e ontem até me provou que sabe os processos fonológicos todos de fio a pavio. Portanto, venha a paragoge ou a síncope ou a apócope, que ele sabe isso tudo. O problema é que pode não sair nada disso e ainda ontem ele não sabia o que era o hipérbato...

 

Mas também, convenhamos, o que interessa isso? Na minha modesta opinião, acho que deve mesmo haver uma discussão alargada à volta dos currículos portugueses. Ouço dizer que este Governo quer promover isso. Vamos ver... Por exemplo, na disciplina de Português deveria ser mais importante ser capaz de usar os recursos expressivos do que saber o nome deles. Ou seja, motivem-se mais os alunos para a leitura e ensine-se a ler e a escrever! Por causa destas e doutras é que há gente a sair das universidades que não sabe escrever sem erros ortográficos, quanto mais saber usar vocabulário diversificado e recursos expressivos ricos. Mas, pelos vistos, como as coisas estão, desde que saibam o que é um determinante ou um pronome, já têm um excelente domínio da língua de Camões!

 

Por falar em Camões, será que sai "Os Lusíadas"? Ou sairá Gil Vicente? Ai! Que nervos!

 

 

 

Em jeito de balanço...

 

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Eu sei que tenho andado um bocado desaparecida. Para além do post diário a que me obrigo, não me põem a vista em cima. Tenho tido a vida a mil, acreditem. O meu trabalho é mesmo assim. Há alturas em que não consigo mesmo conciliar. À noite, que é quando habitualmente escrevo qualquer baboseira com a qual vos presenteio no dia seguinte (grande amiga esta!) , tenho tido só tempo disso (para que não se esqueçam de mim) e de deitar para dormir. Estou estafada! E, convenhamos, o calor que se tem feito sentir também me tem deixado um bocado prostrada. No domingo ainda tive um tempito livre mas, com as notícias do incêndio de Pedrógão Grande, não consegui escrever nada de jeito e fiquei sem vontade de interagir com quem quer que fosse. Fiquei triste, deprimida e passei o dia com a lágrima fácil. 

 

Do trabalho e das ralações que tenho tido não vou falar. Mas enfim, pelo menos hoje dou-vos conta de algumas conquistas dos últimos dias. Anotem aí!

 

  • Em termos profissionais, estou de parabéns, depois de um processo trabalhoso. Foi renovada a confiança no meu trabalho, apesar de algumas jogadas sujas que pretenderam me prejudicar mas sairam furadas. Moral da estória: não é muito fácil fazer-me mal. Sou valiosa demais para que essas pessoas consigam fazer o seu caminho. Bem, e quer isso dizer que me vou manter na liderança da gestão do estaminé nos próximos anos. Espero é ter saúde e energia para cumprir com brio as minhas funções. 

 

  • Em termos familiares, apesar de ter sido um ano difícil como mãe (não tive a disponibilidade desejável para acompanhar os meus filhos no estudo e a resistência em estudar, principalmente dele, foi uma constante), os meus rebentos terminaram com bastante sucesso o ano letivo. Bem, ela é novamente Quadro de Excelência no 10º ano e ele ainda vai fazer os exames de 9º ano, mas penso que não haverá surpresas. Ah, e foi deputado nacional em representação do distrito no Parlamento dos Jovens e, pára tudo!, foi eleito Mister no Baile de Finalistas. É liiiiiiiiindo, o meu rapaz! 

 

E pronto, hoje é este o post possível. Sobre os aspetos tristes da minha existência não escrevo hoje. Outro dia. Hoje não.

 

 

 

Uma sátira sobre esperança e fé

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Agora que o ano letivo está a acabar, partilho uma estória inspiradora sobre esperança e fé, com o desejo de que todos os vossos entes queridos em idade escolar tenham muito bons resultados. Se não for o caso, contem-lhes este exemplo de vida, que talvez sirva para reflexão e também de inspiração para o próximo ano letivo. Cá vai, então!

 

O Joãozinho era um menino muito distraído nas aulas e com dificuldades de aprendizagem. Por isso, como é óbvio, tinha más notas e a professora estava sempre a ralhar com ele. 

 

Um dia, a mãe dele, habituada a ouvir queixas da professora, foi mais uma vez à escola para saber como se estava a comportar. A Professora foi peremptória em dizer mais uma vez à mãe que o seu filho era um desastre, que tinha notas muito baixas e que ela nunca tinha visto um menino assim em toda a sua carreira.

 

A mãe desta vez ficou tão chocada com o teor do que lhe disse a professora que tirou o seu filho da escola e, inclusive, mudou com ele de terra. Foi da província para Lisboa. Já não suportava aquilo.

 

25 anos depois, essa mesma professora foi diagnosticada com uma grave doença no coração, quase incurável. Foi aconselhada por vários médicos a fazer uma cirurgia ao coração. No entanto, este tipo de operação só um médico em Lisboa era capaz de fazer. Apesar de não ter grandes esperanças, a professora decidiu tentar. Foi para Lisboa e num hospital lá foi operada com sucesso pelo tal médico.

 

Quando abriu os olhos depois da cirurgia, viu um belo e jovem médico à sua frente, a sorrir para ela. Ela queria agradecer-lhe, mas não conseguiu falar. De repente, a sua cara tornou-se azul, levantou a mão, tentou gritar sem conseguir e num ápice morreu.

 

O médico ficou chocado, a tentar entender o que tinha acontecido de errado. Nesse momento, olhou para o lado e viu que o João, que trabalhava no hospital a fazer limpezas, tinha desligado os equipamentos de suporte da tomada do quarto, para ligar o seu aspirador e limpar o corredor.

 

Pensavam que o Joãozinho se tinha tornado médico, não é? Tá bem, tá! Não estudem, e veem como é que é!

 

(Este texto é uma adaptação de um que encontrei em http://smartdireito.com.br/pequeno-conto-de-esperanca-e-fe-parte-2/

 Fonte da imagem: https://pt.pinterest.com/explore/piadas-do-jo%C3%A3ozinho-933214800729/)

 

 

P, o baldas!

 

O P é um rapaz de 16 anos, com alguma irreverência própria da idade mas com bom coração. Só não liga à escola. Nem sequer leva os livros para casa. Ficam no cacifo durante todo o ano. Não vale a pena levá-los. Afinal, não iria estudar mesmo. Corre, por isso, o risco de chumbar, mais uma vez.

Vive com a mãe e uma irmã mais nova, com muitas dificuldades, numa habitação humilde, sem as mínimas condições, com algumas divisões em terra batida. A mãe é uma boa mãe, trabalhadora, e luta diariamente para criar aqueles dois filhos sozinha. Conta também com a ajuda de terceiros.

O P tem o pai preso. Disparou contra um homem na sequência de uma briga. Mas não teve culpa, diz o P. Vão visitá-lo ao fim-de-semana. A mãe, esposa extremosa, leva-lhe sempre dinheiro para os gastos na prisão, apesar das dificuldades em criar os filhos. 

O P sabe que precisa ajudar a mãe no orçamento familiar. Trabalha muitos finais de dia, depois da escola. E quase todos os fins-de-semana, na agricultura. Pagam-lhe 5 euros à hora. 30 euros por dia. É uma boa ajuda, diz ele. 

O P não estuda. Mas podia estudar, em cima da sua cama, diz ele. Dormir lá é que não pode, desde que o soalho do quarto abateu. Agora tem dormido no chão, no quarto da mãe, ao lado da cama onde ela dorme com a irmã mais pequenina. 

O P é um bom menino, só não liga à escola. 

 

 

Filhos e cadilhos

 

 

Apesar de tudo, os meus filhos são bons meninos. Mas são adolescentes, com tudo o que isso carrega: têm oscilações de humor, culpam os pais de variadíssimas coisas, reclamam direitos, são por vezes irreverentes, e até contestam a nossa autoridade. Nada que eu não fizesse quando era da idade deles. 

 

Na aprendizagem escolar não têm tido problemas. Ela está no 10º ano com uma média de 17 valores no Curso de Ciências e Tecnologias; ele está no 9º ano com média de 4. Ele é mais calaceiro que ela e menos ambicioso e esforçado. No entanto, neste último período representou a escola no corta-mato distrital do Desporto Escolar e participou no Parlamento dos Jovens, sendo apurado para ir à Assembleia da República e tudo, em representação da sua escola. O gajo tem à-vontade para falar em público e alguma oratória, pelos vistos. E os nossos filhos não devem ser na escola, a meu ver, apenas pequenos soldadinhos que só vivem para marrar as matérias para as fichas. São muito mais que isso e nós, pais, devemos promover essa formação integral dos nossos filhos. 

 

Apesar de tudo isto que vos relatei, desde a semana passada, em que obtive o registo de avaliação do meu filho, fiquei a saber que o que a escola acha dele é que pode melhorar o rendimento escolar (pois pode, ainda pode ter média de 5, que é o que se segue ao 4) é pouco empenhado e, vejam isto, pouco responsável. Nem uma referência às coisas boas que ele fez e das quais a escola deveria ter orgulho. Pelos vistos escolheram um miúdo pouco responsável para cumprir papeis tão importantes ao nível desportivo e cultural, um papel que não seria qualquer um que conseguiria desempenhar. Questiono-me como serão os outros alunos da escola, para terem escolhido o meu!... E eu, uma mãe que entrou naquela reunião tão orgulhosa dos feitos do seu filho neste período, saí dela completamente no fundo de um poço de onde ainda não saí. 

 

Porque é que em todas as áreas da vida e situações o ser humano só se fixa nos aspetos negativos? Porque é que não se valoriza e elogia mais? No caso da escola, eu percebo que o objetivo é que os alunos melhorem o rendimento escolar e aceito as críticas. Mas será que é não valorizando os pontos fortes dos jovens que se consegue melhorar o que há para melhorar?

 

Fiz questão de transmitir esta minha posição na reunião. Mas isso não me aliviou deste estado de tristeza e deceção que sinto. E acho que não fui sequer compreendida. Resta-me fazer ver ao meu filho que sei que ele pode trabalhar mais e vou investir nisso com ele, mas fiquei mais certa do que nunca que tenho que lhe demonstrar que sou a mãe mais orgulhosa do mundo nas suas conquistas. Não vou permitir que ele fique no estado em que me deixaram a mim. 

 

 

 

Ó meu menino, meu menino...

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Querem conhecer estratagemas de filhos adolescentes? Querem ir-se preparando, se for caso disso? Então apertem os cintos, que hoje vão conhecer o estratagema do século. Já a seguir, aqui neste post.

 

Não é que o meu filho engendrou um esquema todo rebuscado para não estudar, um dia destes?! Tinha assuntos urgentes a tratar no telemóvel, o pobre coitado, e os estudos não o deixam viver e tem uma vida triste e não pode fazer nada do que gosta e os amigos estão sempre no computador a jogar e com os telemóveis até às tantas da noite e ele não pode (palavras dele). Um infeliz... 

 

Ia ter teste de História. Carradas de matéria para estudar e ele teima em não sair do nível 4. O gajo tem o problema de achar sempre que já sabe tudo e depois não é bem assim. É calaceiro até à última casa.

 

Depois de dado o contexto, a sequência de acontecimentos foi a seguinte:

 

O pai entra no quarto do filho, diz-lhe para estudar e retira-lhe o telemóvel, colocando-o no móvel do hall de entrada, onde eles habitualmente ficam de noite. É fácil perceber porquê. O telemóvel exerce uma atração terrível e não se coaduna com momentos concentrados de estudo. O pai faz, portanto, o seu papel e fica descansado.

 

Dali a uns minutos, a mãe, melhor investigadora do que um agente do FBI, vai ao quarto do filho para ver se estava tudo a correr bem com o estudo. Aparentemente, estava tudo controlado, e até se delicia a ouvir "quero mesmo estudar aqui concentrado", até que...

 

... ouve-se um barulho quase inaudível, como um vrum vrum abafado, semelhante ao sinal de mensagem dos telemóveis. 

 

"Que barulho foi este? Tu tens aqui o telemóvel? O pai não to tirou?" 

 

Filho atrapalhado. "Hummmm..."

 

A mãe procura debaixo da roupa da cama, de onde vem o som. Lá está um telemóvel, o telemóvel do filho, sem a capa. "Mas ainda agora o vi no hall de entrada!", pensa para consigo. Dirije-se ao hall e lá está um telemóvel em tudo igual, com a respetiva capa. O estratagema que ele montou e pôs em prática foi: depois de o pai lhe tirar o telemóvel, colocou a capa do telemóvel num velho igual que ele teve mas já não funciona, colocou-o no lugar do verdadeiro e ficou com este último escondido no quarto ao pé dele. Assim, todos passaríamos pelo telemóvel no hall e acharíamos que ele estava (concentradíssimo, sócio) a estudar como se não houvesse amanhã, sem distrações de qualquer tipo.

 

Grande estudo para História que iria acontecer ali, sempre a cair mensagens, como verifiquei depois, com o telemóvel confiscado ao pé de mim...

 

Resta-me saber quantas vezes é que ele já nos enganou desta forma. Ele diz que foi a primeira, mas tenho as minhas sérias dúvidas.

 

De falta de criatividade, malandrice e engenho é que ele não pode ser acusado... Lembro-me de o meu maior estratagema ser ler às escondidas da minha mãe, pela noite dentro, com uma luz muito fraquinha, para não levantar suspeitas. Se calhar sou míope por causa disso... Que totó que eu era, perto do meu filho. 

 

Acho que ainda me vou rir disto, mas por enquanto não! Não, mesmo! 

 

Moral da história: Podes enganar um homem/pai, mas enganar uma mulher/mãe já são outros quinhentos.  

 

 

Casais felizes voltam à escola

 

Fui recentemente visitar uma Feira do Livro. Gosto das Feiras do Livro que proliferam nesta altura, de poder circular por entre as bancas de livros à procura de uma pechincha. Há sempre algumas boas promoções.

 

Como sou rapariga dedicada a manter a chama acesa no casamento que já leva quase duas décadas, bati logo os olhos neste livro. 

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Pensei para comigo: "deixa cá ver se eu e o M nos situamos nesta categoria de casal feliz". É que nestas coisas não basta achar que sim. É sempre importante ter uma opinião técnica abalizada. 

 

Foi com esse intuito que folheei o livro.  E efetivamente até me revi em algumas características dos casais felizes.

 

Decidi comprá-lo, com a intenção de o ler, mas também de chegar com ele a casa e insinuá-lo disfarçadamente ao M. para que ele passasse os olhos pelas suas páginas (ler este tipo de livro eu sei que ele não lê!) e tivesse mais um daqueles momentos de clarividência de que sou eu a mulher da vida dele e que não passa sem mim. Cena de gaja! 

 

Um parêntesis, sisters, para lembrar que nunca é demais evidenciar a felicidade que partilhamos com o nosso(a) companheiro(a). Não pode haver cá dados adquiridos quando se trata de relacionamentos amorosos. Conheço muitos casos de brasileiras e angolanas que estão aí para provar isso, ok? Nunca fiando, sisters!

 

Bom, estava eu já decidida a fazer mais este investimento na minha relação, quando dou com isto

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 e com isto

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e com mais um sem-número de exercícios deste tipo ao longo de todo o livro. 

 

Alto lá! Mas que método é este? Para manter um casamento é preciso voltar à escola? Até composições e contas tenho que fazer? Que canseira! 

 

Acabei por comprá-lo, mas ainda não o insinuei ao M. Tenho dúvidas que o convença. E se o convencer, temo tirar negativa no teste. E eu não lido bem com negativas, que eu na escola era muito certinha. 

 

Palpita-me que talvez fosse mais fácil encontrar outros "argumentos"  (se é que me faço entender...) para nunca lhe passar pela cabeça abalar com uma brasileira ou angolana do que convencê-lo agora a responder comigo a estes testes. Nem que seja um belo "Bacalhau à Brás" como o que fiz ontem para o jantar. Sim, acho que isso resolve o assunto... 

 

(Agora mais a sério: parece-me um livro bastante interessante para os casais, principalmente para os que estão a passar por uma fase menos boa... apesar do grau de exigência dos exercícios. )

 

 

 

Solidariedade fraterna ou sexo forte?

Conseguem adivinhar o que seja isto?

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Facílimo!, dirão.

É uma pasta de arquivo de fichas e outros documentos escolares, organizadamente separados por disciplinas para o aluno estudar. E acrescentarão que deve pertencer a um aluno muito organizado, metódico com o seu estudo. 

 

Certo... até certo ponto. 

 

É que esta pasta de arquivo foi organizada por uma aluna que é tudo isso, mas não o fez para si própria, mas para outro aluno, no caso, o irmão caçula. 

 

No final do ano letivo passado, como fazemos todos os anos, fez-se a "limpeza" das secretárias, arrumando todo o material escolar do ano letivo que acabou e preparando-se espaço para o novo que haveria de chegar.

Entre esses trabalhos, a minha rica filha primogénita organizou esta pasta de arquivo com os seus belos apontamentos e testes realizados no ano passado, tudo direitinho, para o irmão este ano poder recorrer a tudo aquilo, numa espécie de passagem do testemunho, qual corrida de obstáculos por equipas com divisão pouco equitativa do esforço individual dos atletas.

E sabem uma coisa? Nos últimos testes, ele, calaceiro, em vez de fazer os seus próprios apontamentos para Físico-Química e Ciências Naturais, estudou pelos da irmã. Foram urgências, que o gajo é mandrião para ler e escrever resumos. Teve que ser. É claro que também fez exercícios à conta dele e isso tudo, mas encontrou ali nos apontamentos da irmã uma ajuda preciosa. Não posso deixar é que se transforme em rotina, senão ele não desenvolve as suas próprias competências.

 

No fundo, não foi nada de mais! Ou não fosse ela mulher e ele homem... Os gajos começam cedo a depender das gajas!

Sexo fraco uma ova!

 

 

15 minutos de sossego...

Ontem, a caminho de casa, dei por mim a pensar que finalmente tinha um intervalo de sossego, um pedaço de tempo para mim, uns parcos 15 minutos só meus para relaxar. Até tive medo de adormecer ao volante, tal era o entorpecimento depois de um dia cheio de adrenalina que desafiou os meus nervos até ao limite. E estava certa em aproveitar aqueles instantes: chegando a casa não foi melhor. Cenas com o mais novo, que está a despertar para a irreverência imprópria da adolescência.

 

Tem sido assim, ultimamente: no trabalho mil e uma situações, em casa dois que dão quase o mesmo trabalho. Dois não! Três, que o pai dos adolescentes também dá trabalho com fartura, principalmente quando não tem tempo ou disposição para participar da educação dos filhos! Mas ontem teve que ser mesmo chamado à pedra, que eu já não estou a conseguir dar conta do recado. Que sentimento de impotência, que desespero me assola de vez em quando desde que a puberdade chegou cá a casa... Com bebés era bem mais fácil...  

 

E agora pergunto:

 

O que dizer desta fase da vida de uma pessoa em que o momento mais relaxante do dia é o trajeto emprego-casa? 

 

 

O que é que eu faço a esta gente???

Como disse, cá estou eu com os apontamentos deste dia quase exclusivamente dedicado à minha saúde:

 

Nas análises ao sangue, logo de manhã:

 

Analista: "Como está? Está com bom ar, um ar VIVO!"

 

Pois, morta não estou, não. Mas eu percebo o que ele queria dizer. Não é tanto o cancro, mas sim os tratamentos ao cancro: deixam-nos com um aspeto doente, amarelo, mau. Por isso, aceitei como um elogio e fiquei feliz. 

 

Seguiu-se o tempo de espera pela consulta. As análises demoram cerca de duas horas e a doutora ia, justificadamente, atender primeiro os doentes que fariam quimioterapia a seguir. Aproveitei o compasso de espera para ir a outro consultório levantar as análises à urina, aquelas que identificariam a bactéria e me confirmariam se a bicha é sensível ao antibiótico que ainda estou a tomar. Sim, a bicha é sensível. Assunto resolvido! 

 

Antes de voltar ao hospital, tempo para um cafezinho e um bolo carregado de creme como eu gosto, com o M. num café próximo. Tão bom, coisa rara! A única lembrança boa que tenho dos tempos dos tratamentos é a destes momentos a dois que nunca temos no dia-a-dia.

 

Regresso à oncologia. Muita gente, rostos tristes e amarelados, desmoronamento de um familiar num choro já longamente contido, cabeças cobertas por um lenço, boas almas voluntárias a oferecer café e bolinhos aos doentes. Nunca mais voltei à sala de tratamentos, mas espreito sempre para ver se há pessoas da minha idade ou se são menos jovens e, efetivamente, são quase só pessoas mais velhas. Tudo isso outra vez. Consulta já no início da tarde. Novidade ou talvez não: tratamento hormonal por mais 5 anos. Nada que eu não esperasse, mas que me deixou com um gosto agridoce. Conversa sempre interessante com a médica: os filhos, a escola, o estado da educação e da saúde em Portugal. Consulta daqui a um ano, e entretanto, em seis meses, consulta de ginecologia e mamografia. 

 

Almoço tardio com o M. num restaurante habitual. O resto da tarde, enquanto o M. teve uma reunião de trabalho, eu fui às compras. Nunca posso ir em dias de semana e soube-me tão bem! Aproveitei e fui à operadora de telemóveis saber a razão de o dinheiro do telemóvel dos miúdos desaparecer a olhos vistos. Simples: plafond de internet ultrapassado e  dinheiro a ser debitado à fartasana. A menina quase me convenceu a aumentar o plafond porque realmente, como está, ainda gasto mais. Mas quando já ia para fazer isto, caí em mim e percebi que eles tinham que tirar uma aprendizagem disto. Em vez de aumentar o plafond, bloqueámos o limite de maneira a que, quando o atingirem, não tenham mais dados móveis. Talvez no Natal voltemos a negociar de outra maneira. Por agora, tinham que ter um castigo.  

 

Chegamos a casa. Filho no treino e filha a ver televisão.  What else? Descobriu o raio da tal série num canal da televisão. Lembram-se dos impedimentos que definimos cá em casa? Pois! O jogo da playstation preferido desapareceu, o computador tem password e o portátil está escondido. Mas não desistem. São como a mãezinha deles. Para além da tarde de televisão porque coitadinha tinha tido uma manhã de trabalho intenso e sofrimento atroz nas aulas, à nossa espera, no memorando do frigorífico, juntamente com os convites da escola para a cerimónia de entrega dos Quadros de Excelência, tínhamos o seguinte texto. Deliciem-se!  

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O que é que eu faço a esta gente?  

Medidas drásticas!

Hoje teve que ser! 

 

Mais uma vez cheguei a casa e mais uma vez a filha no computador a ver uma série qualquer. "Pretty little liars", acho eu. Alguém conhece? Ganhou uma obsessão com esta série que é uma coisa por demais e que lhe rouba tempo infindável de estudo.

 

Ela está no 10º ano e já não é brincadeira. Se quiser lutar por uma média confortável para entrar no curso que preferir, tem que começar já a trabalhar para isso. Todos sabemos isso, certo? E tudo isto eu lhe repito vezes sem conta, como é óbvio. Sem sucesso, aparentemente. Diz-me que não me preocupe, que vai ter 20's e tudo! Sabemos que não é assim tão fácil, mas vá-se lá conseguir convencê-la disso, com aquele apelo constante da tal série na qual está viciada?!

 

Hoje decidi então pôr um ponto final. Ora bem, ela vê a tal série porque instalou um programa chamado "Popcorn Time" ou qualquer coisa assim, através do qual tem acesso aos episódios que quiser. Sim, porque parece que a série ainda não passou na televisão portuguesa. Vai daí, eu, toda esperta, aproveitei agora ao fim da tarde que ela foi para a explicação de Matemática e toca de ir tentar desinstalar o tal programa. Tentar eu tentei, mas era o desinstalavas! O tal Popcorn é tão bom ou tão mau, que não permite remover do pc / desinstalar. Nunca me aconteceu tal coisa! Porque será? 

 

Como não desisto à primeira, e enquanto não percebo a razão de não conseguir remover o bicho, só me restou definir uma palavra-passe para se entrar no computador! Resolvido! Pronto, agora só lá entra quando eu quiser! 

 

Sim, eu sei! É verdade! O ideal seria ela e ele cumprirem os ensinamentos da mãe, obedecerem cegamente aos meus conselhos, blá blá blá. Mas a verdade é que não tenho filhos perfeitos. Haverá filhos perfeitos? E comigo, se não vai a bem, vai a mal! Desistir é que não desisto! Quando voltar a ter confiança nela, devolvo-lhe o controle do uso do computador. Simples!

 

Isto hoje está mesmo tudo do avesso cá para os meus lados! É que, como se não bastasse isso, na minha labuta de volta do pc, ainda fui obrigada a ver conversas de chat esquecidas abertas do filho com uma menina que me deixou preocupada pelo cariz quase sexual das mesmas. Agora tenho também que ter uma conversinha com ele. Ai que isto de educar adolescentes é tão difícil! SOCORRO! 

Da penosa cena de emprestar livros...

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 (créditos na imagem)

 

 

Tenho uma relação possessiva com os meus livros. Não me consigo separar deles, daí eu, por norma, não emprestar livros. Isto porque já sabemos que livros é daquelas coisas que emprestando nunca sabemos se voltam à proveniência. Raramente voltam, diria eu. E também nunca peço emprestados. Cá em casa, se queremos ler um livro, é porque é merecedor de constar na nossa biblioteca, por isso compramos muitos livros. Temos uma biblioteca bem recheada, onde já começa a faltar espaço. É um investimento como outro qualquer. Costumo dizer que como não tenho vícios, posso aplicar esse dinheiro no que me dá prazer: livros, umas roupitas e outras coisas de mulheres,... Mas isso é outro assunto...  

 

Ora, para evitar constrangimentos, sempre que posso, antecipo-me a qualquer pedido, dando a conhecer às pessoas com quem vou lidando esta minha faceta: que guardo todos os meus livros, que guardei os meus manuais escolares e agora também conservo os dos meus filhos, que empresto tudo menos livros (gaja esperta, hein? ). E pronto, assim evito qualquer situação constrangedora e tudo tem corrido bem para o meu lado. E mesmo assim, há uns anos emprestámos uns volumes de uma enciclopédia a uma vizinha e, vendo que nunca mais voltavam, fui obrigada a pedi-los de volta. Foi uma daquelas situações em que senti vergonha por ter que o fazer, embora quem devesse ter vergonha era quem não os devolvia. E, eventualmente, na sequência disto, acabou por devolver. 

 

Esta semana, fui apanhada de surpresa por um novo pedido. Desta vez um manual do meu filho para um miúdo da idade dele, que ficou retido. Merda!!! Não tive tempo de reação, para além de que, convenhamos, o argumento de que por regra não emprestamos livros dito em abstrato ou dito no seguimento de um pedido, não tem o mesmo peso e não é interpretado da mesma maneira. Acanhei-me. Apanhou-me na curva, e eu, que costumo ser rápida no gatilho, não consegui dizer que não. Burra!!! Ainda por cima, trata-se de uma família que não tem necessidade de andar a mendigar desta maneira...

 

Eu sei que é uma coisa sem importância nenhuma. O que é que hei de fazer? Tenho esta mania e agora não paro de cismar nisto. Tenho andado a dar voltas à cabeça para anular o que aconteceu, mas falta-me imaginação. Ideias? Só se disser que me assaltaram a casa e roubaram-me o livro... Ou que quero aprender Espanhol e o livro vai fazer-me falta... Ou que o perdi... dentro de casa... 

 

Está visto! O melhor é fazer o luto do meu rico livro.   

Ter filhos adolescentes é tramado!

Tenho tantas dúvidas sobre as minhas competências maternais! A adolescência dos meus filhos põe-me à prova a toda a hora. A qualquer momento, o que parece ser um momento familiar perfeitamente descontraído, descamba numa briga, em tons alterados e acusações mútuas.

 

Eu sei que faz parte da adolescência contestar tudo o que vem dos pais, dar respostas tortas, contrariar, pôr à prova a autoridade, esconder, mentir. E também sei que a minha tendência para criar imagens de situações ideais e exigir depois a sua concretização, não ajuda nada. Idealizo tudo demais e depois só tenho é deceções atrás de deceções. Assim como não ajuda a minha ansiedade e falta de paciência para lidar com as situações. Não consigo contar até dez! Disparo logo. 

 

Que chatice! Amo tanto os meus filhos e, no entanto, às vezes, numa dessas crises familiares, pareceria a um observador externo que nos odiamos. Nos últimos tempos é raro o dia em que não surge um conflito do nada. Seja uma resposta mal dada, seja uma ordem repetida dez vezes e nunca cumprida, seja um teste para o qual não se quer estudar, qualquer coisa despoleta uma briga. Que raio! Os meus pais nunca tiveram que me lembrar da responsabilidade de estudar!

 

Enfim, às vezes sinto que os meus filhos me vêem como uma bruxa má. Nada parecido com o que idealizei para a minha experiência da maternidade... Ingénua, apesar de ter noção da grande responsabilidade que é, pensava que educar seria muito mais fácil do que tem na realidade sido, principalmente nestes últimos anos. Mas eu sinto que, mesmo assim, estou no caminho certo e, por muitos atritos que haja, devo insistir sempre no cumprimento de regras, horários, etc. Ser uma boa mãe, às vezes, é também ser uma mãe má. Não será assim?

 

O certo é que, apesar de tudo, tenho uns bons filhos. Têm os seus feitios difíceis, é verdade! Mas também ninguém sai às pedras da calçada, não é? No fundo, têm uma boa índole, são bons alunos, respeitam os outros e dão-se muito bem um com o outro, o que era algo importante para mim, que cresci com muitas brigas com a minha irmã (que adoro e hoje damo-nos muito bem!) porque os meus pais não souberam perceber e evitar os meus ciúmes excessivos de irmã mais velha.

 

Voltando aos meus filhos, acho que consegui incutir-lhes valores importantes, daqueles que eu gosto de dizer que são um legado familiar ancestral que tem que continuar a passar de geração em geração. Valores dos meus avós, tios, pais. Honestidade, humildade, verticalidade, correção, inteligência, educação sempre foram valores e qualidades que, na minha família, são uma bandeira. E não é só ter essas qualidades pessoais, é também ter vaidade nelas e acenar essa bandeira aos quatro ventos.  E isso para mim chega a ser uma obsessão, admito. A juntar a isto, um bocadinho de esperteza e inteligência emocional para lidar com as situações, assim como perspicácia, também seria bom. Aos meus filhos falta-lhes ainda um bocado disso, para além da responsabilidade. Mas enfim, só têm 13 e 15 anos!

 

Ainda não mencionei que estou com mais disponibilidade para refletir sobre estas coisas porque este fim-de-semana e a próxima semana, ora um, ora outro, vão viajar. Ela já foi, hoje de manhã bem cedo, com uma família amiga e outras amiguinhas e volta segunda-feira. Ele vai em visita de estudo para Espanha toda a próxima semana. Chega ela, sai ele. Durante 7 dias só terei um filho ao pé de mim de cada vez. Já me está a fazer confusão... Eles dão-me cabo da cabeça, mas não sei viver sem eles. Meus ricos filhos!

 

Na escola, apesar de nenhum deles gostar de estudar (quem é que gosta?), vai tudo bem. Ainda não sei é se algum conseguirá integrar o Quadro de Excelência e estou cheia de pena que isso não aconteça. Uma mãe fica orgulhosa, desculpem lá! Por falar em escola, o meu mais novo iniciou o ano menos bem a matemática e olhem só a nota que trouxe para casa ontem! Tem vindo sempre a subir!  Qual é a mãe que não gosta? 

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Bem, vou tentar aproveitar estes próximos dias, que se prevêem de início do tempo bom e que antecedem também o Dia da Mãe, para gerir melhor a relação mãe-filho(s) e "usufruir" melhor de cada um deles... sempre com muitas saudades do outro, claro. 

 

 

 

 

 

 

Toda partidinha, mas feliz!

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Aquela perspetiva de uma curta viagem até à praia de que falei, com estada de uma noite e tudo, não se concretizou. E assim, cá estou eu dentro de portas, com um dia primaveril tão lindo lá fora. A dita foi inviabilizada por um teste de Matemática que necessita de preparação e estudo. Ser pai/mãe/educador também é isto. Fazemos planos para uma escapadinha num fim-de-semana em que finalmente o craque não tem jogo e ficamos a saber quase na véspera que a princesa tem um compromisso inadiável com números e contas. Enfim… uma boa nota a Matemática, a concretizar-se, compensará a desilusão.

 

Depressa me adaptei a esta nova realidade de um domingo de clausura. Substituí o alardear por aí do meu novo look, por uma limpeza e arrumação dos armários da cozinha. Que tal? E não é que estou nas minhas sete quintas?! Também eles, os armários, ganharam um novo look!

 

Foi a compra, no sábado, de uns pratos rasos e de sobremesa novos que eu já andava a ambicionar há um tempo (para combinar com os de sopa que comprei nos saldos deste outono-inverno, que serviu de pretexto para a limpeza e arrumação que fiz hoje. Estou satisfeitíssima com o resultado. Aproveitei para redistribuir e reposicionar as loiças, deitar fora coisas velhas que já não me fazem falta nenhuma e desta forma rentabilizar os espaços. Tenho um gosto quase obsessivo-compulsivo por ter tudo imaculadamente alinhado e organizado. Só não chega a ser doentio porque no dia-a-dia raramente consigo ter tudo nos sítios como gosto e conseguir viver com isso dá-me a garantia de que não chego ao ponto de ter que ser vista por um psicólogo.

 

Foi também no sábado que fomos ver, os quatro (como eu gosto), o filme português do momento: “O amor é lindo… porque sim!”. Até gostei e ri-me um bom bocado, principalmente com a personagem da Maria Rueff. Apesar de achar a prestação de alguns atores e a estória (o guião) frágeis em alguns momentos, gostei do tipo de humor caricatural de alguma sociedade portuguesa, também com algum “nonsense” à mistura. A meu ver, os cenários foram também bem escolhidos, tanto as cenas de exteriores passadas nas ruas de Lisboa, como os interiores da Casa dos Patudos, em Alpiarça (a casa-museu residência de José Relvas que eu já visitei e recomendo vivamente) e o Museu da colecção Berardo (que tenho planos de visitar em breve).

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Valeu a pena. O que é português é bom!

 

E assim se passou a correr mais um fim-de-semana, com saúde, em família, com novidades na minha cozinha. Apesar do trabalho que tive, de estar cheia de dores nas costas e de sentir que o fim-de-semana devia começar agora, que  mais posso querer? 

 

Métodos de estudo e sucesso escolar

 

 

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Tem filhos na escola? Então está na hora de um último esforço para apresentar bons resultados na Páscoa.

Esta é uma semana grande em termos de estudo, pelo menos para os estudantes cá de casa. Têm “carradas” de testes esta semana, coitados.

Falemos então sobre estudar, esse castigo tão grande que os adultos inventaram para aplicar às criancinhas.

 

                           Hoje o caçula estuda História! Yay!!!

 

A minha experiência.

 

Sempre fui uma boa aluna, muito metódica e organizada no estudo, principalmente a partir do 10º ano. Percebi desde cedo que estudar, tirar um curso, era a única garantia de ter um emprego que me proporcionasse uma vida minimamente desafogada no futuro, menos dura que a dos meus pais. Como obtinha bons resultados, fui sempre estabelecendo objetivos mais ambiciosos e fui também sendo cada vez mais exigente comigo própria, não me permitindo baixar o nível. A partir do 10º ano fui quase sempre (ou sempre, já não me lembro bem) a melhor aluna da turma e não concebia uma realidade diferente desta. Ainda hoje sou competitiva ou, como eu gosto de dizer, briosa no que faço. Não me contento com pouco, não gosto de mediocridade. Parece-me certo que quando se é o melhor em alguma coisa, aprende-se a viver com isso e é difícil afastarmo-nos desse patamar. A gente habitua-se, digamos!

 

Os bons resultados que obtinha levantavam-me a auto-estima, a mim, que durante a infância fui uma criança gordinha, complexada e introvertida com pouco amor-próprio. A escola ajudou-me a provar que sempre havia algo em que era melhor do que os outros! Por outro lado, os tempos também eram outros e o facto de ter crescido a ver os meus pais contarem o dinheiro no final do mês para assegurar os bens básicos para a subsistência da família também teve peso nesta equação. Não havia nada adquirido na nossa casa que fosse supérfluo, tudo era racionado. Não havia dinheiro para luxos, só para o essencial. Crescer com esta realidade marca a vida e a personalidade de qualquer um, de uma forma bem profunda. Esta é uma “alavanca” que falta hoje aos meus filhos, habituados a crescer com tudo, embora eu não me canse de lhes lembrar da minha história de vida e dos seus antepassados.

 

Desde cedo senti esta necessidade de ser bem-sucedida na escola. Era algo intrínseco, que vinha de dentro de mim. Costumo dizer aos meus filhos que os meus pais nunca, nem uma única vez, tiveram que me mandar estudar ou foram chamados à escola por um qualquer meu passo mal dado. Não, isso comigo não existia. Por isso é que me custa tanto lidar com a falta de motivação, empenho e ambição dos meus filhos. Não é que eles sejam maus alunos, não! São bons alunos e até quadros de excelência: ela tem integrado o quadro de excelência da escola todos os anos sem exceção; ele só foi um ano porque é mais preguiçoso e desconcentrado, mas tem andado lá perto. Estão no 8º e 9º anos e tem sido uma luta constante, principalmente minha, para eles ganharem método de estudo e aprenderem a definir objetivos e a organizar o tempo de estudo. Finalmente agora penso que já começo a ver alguns frutos dessa luta. Já vão percebendo que há dias em que têm mesmo que estudar (normalmente só na véspera dos testes, mas enfim…).

 

Como educar os filhos para o estudo.

 

Para quem, como eu, tem filhos em idade escolar, em primeiro lugar é necessário insistir com eles para desenvolverem mecanismos de organização do tempo de estudo. Neste âmbito é muito importante que eles, em primeiro lugar, queiram ter sucesso e definam objetivos e que, em concordância com isso, sejam realistas e honestos com eles mesmos. Só a título de exemplo, se há coisa que o meu mais novo gosta de fazer é convencer-se a si próprio de que o esforço investido no estudo para um determinado teste já é o suficiente, quando na maior parte dos casos, não é. O excesso de confiança e o apelo de outras atrações (jogos de computador, playstation, etc) funcionam aqui como inimigos do sucesso escolar. Cabe a nós pais nunca desistir de insistir neste campo.   

 

Quanto a dicas para um estudo eficaz, apesar de não haver receitas, há um método que eu ensino os meus filhos a usar porque eu sempre estudei assim e resultou comigo. Basicamente, devem estudar de acordo com os seguintes passos e cumprindo as seguintes regras:

 

1 – Estar atentos nas aulas: quanto mais conteúdos forem assimilados na aula, mais facilitado estará o estudo em casa.

 

2 – Ter em casa um local fixo, calmo, sem distracções, para estudar.

 

3 – Situar-se na matéria que é preciso estudar, lê-la (páginas do livro e/ou fichas) com atenção e compreendê-la, sublinhando os conceitos e as partes importantes. Não cair no erro de sublinhar tudo. Para isso é preciso desenvolver a técnica de identificar o mais importante, e isso só com treino.

 

4 – Fazer apontamentos das partes importantes, em forma de texto-resumo ou esquemas, mas atenção, só depois de compreender bem a matéria. Compreendendo a matéria, não se corre o risco de identificar mal o que é importante. Escusado será dizer que escrever ajuda a memorizar os conteúdos.

 

5 – Dizer em voz alta a matéria, sem olhar para os apontamentos, para verificar da apreensão/memorização da mesma. Também podem ser feitas perguntas por um adulto. Os miúdos costumam gostar desse método.

 

6 – Não cumprir os passos anteriores só na véspera dos testes, porque dessa forma quase de certeza o estudo não ficará bem feito.

 

Tudo isto são pistas para nós, pais, ajudarmos os nossos filhos a organizar o estudo. Mas o mais importante para ter bons resultados escolares é que essa decisão parta deles. Eles têm que querer e para isso também nos compete a nós, pais, ensinar-lhes desde cedo a importância da escola, do estudo e da aprendizagem como forma de valorização pessoal.

 

Espero ter ajudado. Bons estudos!

Escola, memorização e inteligência

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Chegada da viagem de regresso a casa, a fazer a ronda pela net. O jantar ha de ser pizza, portanto "tá-se bem"! Nos últimos dias não tenho usado o portátil e continuo a orientar-me melhor no pc do que no tlm. Sou uma cota de acordo com os meus filhos, portanto.

A minha "cria" mais velha amanhã tem uma ficha de avaliação e como não estudou nada durante a estada no norte (o que é compreensível, porque ela e o irmão vão lá tão poucas vezes que têm que aproveitar todos os momentos para socializar e brincar com os primos!), tem agora que o fazer. Escolheu fazê-lo ao pé de mim, na cozinha. Está mesmo aqui à minha frente. Há momentos pareceu-me distraída. Chamei-a à atenção. Como é habitual, disse-me que já sabia tudo (às vezes até sabe!). Perguntei-lhe porque é que, então, no 1º período ainda não tinha tido 5 à disciplina em questão. Respondeu-me que compreendia a matéria porque era fácil e até tinha feito apontamentos, só que não sabia tudo de cor, e a Escola não valorizava a inteligência, mas sim a memorização. Insisti para que estudasse mais um pouco, mas não contra-argumentei porque, apesar de ser do meio, também partilho um bocado essa opinião e até tenho tentado contrariar isso. 

Mas o que retirei desta conversa foi mais uma evidência de que a minha filha é um ser pensante que já formula opinião própria e demonstra espírito crítico! Que delícia!   Um dia falo aqui do feminismo dela...

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