Mãe, é tudo a mãe!
As férias escolares dos miúdos estão quase a acabar.Há mais de um mês, queixava-me eu aqui de que os meus filhos não ajudavam nas tarefas domésticas. Nesse dia, pus um ponto final, disse basta, isto tem que acabar, não pode ser assim, blá blá blá. Grande mãe! Grande mulher!
E hoje, já podemos fazer um balanço da resolução daquele dia? Sim! Já podemos! Continuou tudo igual. Foram à volta de três meses sem fazer nada a não ser brincar. Bem, se formos mais precisos, foram respetivamente 14 e 15 anos sem fazer nada!
Isto para chegar onde? Para chegar à conclusão de que realmente a culpa é minha. Eu é que, perante a "resistência" deles em fazer determinadas tarefas, para não me chatear, vou lá e faço. Mas não pode ser assim, eu sei. Tenho mesmo que encontrar uma forma de incentivar os miúdos a colaborarem mais nas tarefas domésticas. Para o bem deles! Sinto que não estou a criar indivíduos desenrascados, com autonomia e responsabilidade. Só que tenho um problema... É que o pai foi criado um bocadinho assim, um menino da mamã, não faz quase nada em casa e, pior do que isso!, não colabora o suficiente na imposição de rotinas nos nossos filhos para interiorização das mesmas. Nesta casa é tudo a mãe. Principalmente para fazer o papel de bruxa má, é a mãe. Gostava de poder descansar um bocadinho deste papel...
Realmente só quando somos mães é que compreendemos algumas palavras e atitudes das nossas próprias mães. Lembro-me de ouvir a minha mãe, perante o nosso (meu e da minha irmã) chamamento contínuo, dizer "Mãe isto, mãe aquilo! Já sei que sou mãe!" Aquela frase na altura fazia-me alguma confusão, mas hoje compreendo perfeitamente. Parece que há teorias que dizem que nós acabamos por ficar tal e qual as nossas mães. Pois eu já dei por mim a repetir estas palavras: "Mãe, sempre a chamar pela mãe! É tudo a mãe! Chamem o pai de vez em quando!" E um dia, quando a minha filha for mãe, embora ela afirme peremptoriamente que não, há de ser igualzinha à mãe dela.