Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.
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Filha, hoje ao almoço: "Sabiam que hoje só nos lembramos de 40% do que se passou ontem?"
Não, não sabia. Longe vai o tempo em que os ensinamentos cá em casa eram dados num só sentido...
Fiquei, portanto, a saber que, quando digo que tenho memória seletiva, é mesmo verdade! Pelos vistos, todos temos. O meu problema é que, por vezes, seleciono mal o conteúdo daqueles 40%... Mas isso já é outra estória...
Perdi a minha mãe em fevereiro último, inesperadamente.
Perder a mãe deixa um vazio enorme, uma angústia tremenda. A vida segue o seu rumo mas, volta e meia, a tristeza invade os nossos corações. A forma como tenho lidado com essa tristeza tem sido procurando sentir a presença dela no meu dia-a-dia. Foi por isso que espalhei fotos dela pela casa. É assim que lhe dou todos aqueles beijos que ficaram por dar enquanto ela estava entre nós. É assim que lhe digo todos os dias o quanto gosto dela. Eu dei-lhe muitos beijos, que eu sou bastante beijoqueira, e mimos também, os possíveis por vivermos distantes. Mas a quem perde entes queridos, penso que é inevitável que fique a sensação de que foram poucos os beijos que demos, de que foi insuficiente o carinho que lhes dedicámos.
Hoje pediram-me o nome da minha mãe para preenchimento de uns documentos necessários no trabalho. Surpreendi-me. Já não me lembro da última vez em que o nome da minha mãe me foi solicitado. E poderá parecer estranho, mas senti um consolo tão grande, senti-me tão feliz por escrever o nome da minha mãe. Uma felicidade inexplicável, irracional. Parecia que, por momentos, ela voltou a fazer parte da minha vida, adquirindo uma presença quase física. Foi como um abraço que lhe tivesse dado. Nem sei bem explicar o que senti... O meu coração até disparou. E percebi, melhor, confirmei: ela ainda é, e será sempre, a minha mãe querida. Não está cá mas para sempre estará escrito o vínculo que temos, é uma referência na minha identificação. Logo, a minha identidade estará para sempre ligada a ela, uma ligação de sangue atestada em documentos palpáveis e oficiais. Que orgulho senti em escrever o nome da minha mãe! Oxalá me solicitem muitas vezes o nome da minha mãe...
Coisas bizarras de uma cabeça muito particular... A minha...
Como a minha mãe dizia, meio a brincar meio a sério, numa alusão à relação que acreditava existir entre o mês de nascimento e a sanidade mental das pessoas: "És de Maio. Só podes ter uma faltinha..." (significando maluca, get it?! )
Mãe querida, pois tenho. Tenho mesmo, muitas! Mas a minha maior falta hoje és tu!
Filha: "No fim-de-semana há um festival de música em... Os nossos amigos X, Y e Z vão e nós também queremos ir. São 15€ cada um."
Mãe: "E quem vai atuar?"
Filha: "A banda tal, o DJ coiso..."
Mãe: "Mas isso não tem jeito nenhum! Querem pagar 30€ para ver isso?"
Filha: "Ó mãe, a gente também não vai lá para ver os concertos. Vamos é conviver com os amigos!"
Mãe: "Então, isso podem fazer em qualquer lado. Não precisam pagar para o fazer."
Filha: "Não, afinal queremos ver os concertos, queremos!" E entredentes, num esgar de desdém, revirando os olhos: "Já me esquecia que contigo temos que medir as palavras..."
Espertalhona!
Chama-se a isto:
Capacidade de adaptação rápida às circunstâncias, jogo de cintura, inteligência emocional
Eu, no final do dia de ontem, tão gira, acabada de sair da cabeleireira, cabelo com um brilho esvoaçante, com umas calças brancas e uma camisola estampada com uma estrela a fazer "pendant", para sair com o M....
Isto, segundo os meus critérios, claro. É que os critérios de uma filha adolescente são exigentíssimos.
Filha: "Ó mãe, vais sair assim à rua? Pareces a Super-mulher!"
E pronto, fiquem a saber que, pelos vistos, ontem à noite eu saí com o M. disfarçada de Super-mulher (ou Mulher-maravilha ou lá o que é). E não é que não me podia assentar melhor esse traje!?...
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