Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.
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Hoje o assunto é muito sério. Evoca-se hoje o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Também Portugal se associou a esta comemoração através da Resolução n.º 10 de 2010, da Assembleia da República, que estabelece no seu ponto 3, um dos objetivos: "Reafirmar a aspiração comum da humanidade a uma justiça e compreensão mútua de forma a evitar futuros actos de genocídio."
Quando hoje assistimos a loucos eleitos pelo povo a ocuparem lugares de governação, verdadeiros donos do mundo, com discursos racistas e xenófobos, é preocupante. É muito angustiante a possibilidade emergente de que a História se repita. Devemos, pois, promover esta consciência muito especialmente junto das novas gerações. Os crimes contra a humanidade não podem ser escamoteados, sob pena de se repetirem. A História, incluíndo aquela de que nos devemos envergonhar deve, sim, ser evocada.
Recordo e homenageio hoje Marc Bloch, que defendia que aincompreensão do presente nasce da ignorância do passado e que aquele que ignora o seu passado está condenado a revivê-lo.
Marc Bloch foi um historiador francês, judeu nascido em Lyon em 1886, que durante a Segunda Guerra Mundial acabou por militar na resistência francesa contra a invasão nazi da França, tendo sido detido e torturado pela Gestapo. Foi fuzilado em 1944.
Não vou escrever sobre Republicanos e Democratas, que não lhes reconheço assim tantas marcas diferenciadoras. Vou contar-vos é sobre uma teoria que tenho sobre as eleições americanas serem um bom barómetro do lugar das mulheres na escala social, nos EUA e quiçá no mundo. Senão, vejamos:
De acordo com as sondagens, parece que está tudo encaminhado para a eleição da Hillary Clinton. Mesmo assim, dos males, o menor...
Desde que se soube que ela era a candidata do partido democrático que eu sei que tinha boas hipóteses de ganhar. Aliás, acredito nisso desde que o Barack Obama foi eleito pela primeira vez Presidente dos Estados Unidos da América. Desde essa altura que digo ao M: "o próximo Presidente dos EUA será uma mulher!" Conseguem perceber porquê?
Sigam o meu raciocínio, que eu sou uma grande socióloga e analista política.
Todos conhecemos alguma coisa sobre o passado dos EUA e a sua história de racismo, quanto mais não seja por termos visto westerns, os velhinhos filmes de cowboys e índios, ou a série Norte e Sul (isto, quem já por cá andava em 1985), que abordava a Guerra Civil Americana (1861-1865) entre o Norte industrial e o Sul agrícola e escravagista, ou ainda o clássico do cinema E tudo o vento levou, ou até por nos lembrarmos de ver referências àquelas avantesmas do Ku-Klux-Klan vestidas de branco em forma de funil que achavam que eram de uma raça superior e andavam de noite a vandalizar casas e a matar niggers.
Ainda estão aí? Eh, rapaziada paciente!
Ora, se num país com esta história sanguinária de cariz racial, acabou por ser eleito um presidente negro, está ou não aberto o caminho para poder também ser eleita uma mulher? Por isso é que eu digo que a mulher é a última na escala social, atrás dos homens brancos em primeiro lugar e dos homens negros a seguir. Faz sentido ou não? Se num país onde ainda existe tanto racismo e xenofobia (é ouvir os discursos do Trump, muito aplaudidos pelos setores mais conservadores da sociedade americana!) pôde ser eleito um negro (ainda por cima de origem muçulmana), tudo leva a crer que agora os eleitores pensem "let's get crazy, man!" e despachar a mulher também, até porque lhe devem isso (repararam no boné da Hillary no cartoon?). Será uma espécie de prémio de consolação para o "sexo fraco". Das duas uma: ou é isso ou o Trump é mesmo um candidato reles que não é para ser levado a sério e então a Hillary simplesmente "gets lucky" por ter um adversário como ele.
E pronto, com a eleição da mulher fica o assunto resolvido por uns bons anos e ainda se alimenta mais a convicção de que os EUA são a tão citada "land of opportunity" onde até se respeitam as "proud Mary" celebradas na intemporal canção dos Creedence Clearwater Revival.
E assim se vão legitimando, na terra do tio Sam, com Hillary ou com Donald, mais ataques e guerras contra países inimigos da América que, esses sim, pelo menos alguns deles, não respeitam as mulheres... e têm petróleo! (Nota-se muito que não morro de amores pelos americanos?)
As eleições são já amanhã, dia 8. Se eu não acertar na previsão, é bem feita, que prognósticos devem ser feitos só no fim, como dizia o outro! Por isso, se não acertar, fica combinado que me mortificarei com um cilício, autoflagelando-me à chicotada qual membro convicto da Opus Dei, essa digna organização também ela muito respeitadora do género feminino!
Segundo a Wikipédia, 12 de outubro é o 285º dia do ano no calendário gregoriano (286º em anos bissextos). Faltam 80 dias para acabar o ano. Ah, pois é!
(As coisas que a pessoa vai buscar quando não tem assunto... Acho que vou antes falar de mim...)
Ora, para mim, a expetativa é de que este será um dia daqueles de cão, em que terei que me desdobrar:
de manhã, na preparação de duas reuniões importantes que tenho à tarde;
à hora de almoço, no transporte/acompanhamento do filho à consulta de dentista para arrancar um dente de leite que não quer deixar a boca do rapaz. Isto só se o pai não puder, que a mim também não me dá jeito nenhum...;
à tarde, com as referidas reuniões, uma delas oficialmente presidida por mim e a outra oficiosamente. Ambas, igualmente importantes, daquelas em que a pessoa está constantemente a ser prescrutada e tem que fazer boa figura.
Portanto, com tudo isto, só deverei cá voltar logo à noite bem tarde. Sintam a minha falta, tá?
(Naaaa!!! Não foi só para isto que eu cá vim! Se tiveram pachorra para ler até aqui, cá vai agora um bocadito de cultura geral.)
Dois factos:
Se a Wikipédia não me falhar (quando se trata da Wikipédia, não podemos pôr as mãos no fogo!), comemora-se hoje a data da instituição, na Bélgica, de uma grande conquista: o ensino livre e gratuito. Foi a 12 de outubro de 1958.
Ironicamente, também na Bélgica, corria esse mesmo ano, e podiam ver-se zoológicos humanos, como o que está representado na foto abaixo. Sim, essa coisa nada dignificante da raça humana que acabaram de ler, existia na Europa, em meados do século XX, o século que mereceu o epíteto de "século do povo"... E não foi assim há tanto tempo...
Paradoxos infelizes do mundo moderno, ocidental e civilizado...
(Foto encontrada no pinterest... e que me deixa verdadeira e profundamente agoniada )
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