Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.
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Continuando com o mesmo assunto (por demais batido, eu sei!) das mortes de 2016, dei uma volta nas redes sociais e trago-vos um pouco de humor a puxar para o mau gosto negro, para encerrar o ano.
Bem sei que ainda faltam 2 dias para o ano acabar, mas penso que afinal estamos já em condições de considerar manifestamente exagerada a afirmação de que foi um ano negro para a música. Houve dinossauros que sobreviveram ao fatídico 2016. Senão, vejam!
(Sim, o post está inserido na rubrica de segunda-feira! Leiam e, acima de tudo, vejam o vídeo, que vale a pena.)
Hoje partilho excertos do discurso da Madonna aquando do prémio "Mulher do Ano 2016" que lhe foi atribuído na semana passada pela Billboard. Fala com emoção sobre o lugar das mulheres na sociedade, sobre sexualidade no feminino, sobre feminismo, sexismo e misoginia, conceitos que se confundem um pouco com a sua história de vida, conforme conta.
Curiosamente contactei com este vídeo através da minha filha. Acho que já tinha dito que criei uma feminista...
Goste-se ou não do trabalho da Madonna e considere-se ou não que tem talento, não há dúvida de que é uma mulher inteligentíssima que conseguiu contornar alguns tabus e que construiu uma carreira sólida e duradoura. Uma self-made woman! Porque é que há de haver só self-made men?
As palavras da Madonna proporcionam alguma reflexão e a mim até uma lagrimita (também não é difícil...). Vêm no sentido daquilo que tenho vindo a falar, nomeadamente sobre a mulher ter que respeitar determinados parâmetros ao nível da imagem e a necessidade de autocensurar aspetos da sua sexualidade. Aconselha ela a certa altura, com ironia, a propósito do "play the game" que as mulheres têm que respeitar para se enquadrarem na sociedade: "Nunca, eu repito, nunca compartilhe as suas fantasias sexuais". Para dizer, no fundo, que os homens podem, nós não. Agradece ainda o apoio dos fãs desta forma: "Thank you for acknowledging my ability to continue my career for 34 years in the face of blatant sexism and misogyny and constant bullying and relentless abuse."
Mesmo muito ao de leve, acho que já por aqui transgredi esta coisa de a mulher ter que ser comedida naquilo que partilha com o mundo sobre sexualidade. Não duvido que para alguns e algumas puritanos(as) aceitadores da ordem vigente, eu serei praticamente uma puta doidivanas libertina. Que seja! Pelo menos sou uma libertina sexualmente satisfeita e profissionalmente realizada. Muuuaaahhhhh!!!
Para quem percebe bem inglês, aconselho a ver o vídeo integral aqui em baixo. Como hão de reparar, o anterior foi ridiculamente alvo de alguma censura alguns cortes: omite piadas como "sex with a banana" ou "something hard between my legs". I wonder why...
O que dizer? Foi bom. Surpreendentemente bom. Um Robert Smith igual a si mesmo, que não desiludiu. A voz inconfundível e inalterada, parecia ainda a do rapaz de 30 anos nos anos 80 ao som da qual eu tanto dancei nas discotecas da moda na cidade onde estudei. Só a cabeleira desgrenhada já grisalha o afastava do negro integral a que estávamos habituados. Os olhos borrados de preto e os lábios vermelhos esborratados não consegui confirmar, lá do alto do balcão 2.
Um som agradável, como todos os que me remetem para os anos de uma idade em que não pensava muito na vida e limitava-me a viver, porque podia. Uma inconsciente responsável, assim era eu. Tenho saudades dessa "eu".
De volta aos "The Cure": à volta de três horas de concerto, muitas músicas novas (pelo menos eu não conhecia muitas delas) e fizeram não uma, nem duas, mas sim TRÊS encore. Tudo programado, claro, como é da praxe. Até deixaram algumas das mais conhecidas para essa altura do concerto. Mas pronto, denuncia ainda uma certa confiança dos velhinhos na casa dos 50. Já contavam ser chamados ao palco três vezes, quero dizer.
Se por ventura eu tivesse filmado e partilhasse aqui um video de muita má qualidade (ou dois ou três ou...) corria o risco de ir presa? E se fossem só pequenos excertos? Hã??? É melhor jogar pelo seguro, não é? Então, está bem. Partilho uns de dador anónimo, assim que conseguir...
Parece que não consigo. Mas estão no Facebook! É dar lá um saltinho.
Tudo nesta vida é relativo. As questões que para nós são de importância vital alteram-se e as prioridades invertem-se num abrir e fechar de olhos. As circunstâncias da vida a isso obrigam.
E eu sou lembrada desse facto demasiadas vezes, mais vezes do que gostaria. Desde os 39 anos que vou acumulando problemas de saúde, desde o mais grave de todos a outros mais pequenos, mas que parece que vêm ter comigo para me lembrar a todo o momento da vulnerabilidade da existência humana, da minha existência.
Cá continuo cheia de dores e a coxear com a maldita lombociatalgia. Coxear é um eufemismo. Pareço uma boneca (des)articulada agarrada às paredes e aos móveis. No outro dia, já lavada em lágrimas com as dores , dizia a uma amiga que sinto que estou sempre a ser posta à prova. Amiga que é, ela respondeu-me que isso acontecia porque eu sou lutadora e aguento tudo. Ou seja, segundo ela os problemas graves de saúde aparecem a quem tem estofo para suportar. Será? Nesse caso, triste destino o das pessoas fortes! Preferia ser uma flor de estufa.
Desculpem o tom choroso deste texto. Estou mesmo aflita com as dores que não vejo jeito de irem embora. É hoje de todo impossível conferir algum humor a isto...
E, para além das dores, como um azar nunca vem só, tenho uma questão que me está a preocupar. Como é que vou dar a volta a esta ciática para conseguir ir ver "The Cure" no Meo Arena na próxima terça-feira? Começo a ficar convencida que não vou... Porque é que eu nunca pago a quantia extra do seguro para o caso de um infortúnio como este? Bem, é melhor não pensar nisso, que o mais certo seria a ciática não estar coberta para devolução do preço dos bilhetes. Com seguros não é de fiar.
É hoje que os americanos se decidem. Que perigo os americanos a tomarem decisões!
Apesar de tudo, espero que seja eleita hoje uma (espécie de) Proud Mary. Vi no fim-de-semana um documentário sobre a vida dos dois candidatos e mais convencida fiquei de que o Trump não interessa nem à América nem ao mundo. E também constatei que a Hillary, uma mulher inteligente, proeminente advogada, mais bem sucedida na profissão do que o marido (ambos tiraram advocacia), abdicou da sua carreira, para o apoiar a ele na sua carreira política. Basicamente, anulou-se como tantas mulheres fazem em prol do sucesso dos maridos. Chegou até ao ponto de não ser muito "proud" quando o apoiou em todas as suas infidelidades (não, a Monica Lewinsky não foi a única...). Enfim, apesar de tudo, que ganhe ela.
Ontem falei aqui nesta música dos Creedence Clearwater Revival. Hoje deixo-vos com ela. É uma daquelas músicas que teve inúmeros covers, mas eu, nesses casos, gosto de recordar os originais. Bem, menos as do Bob Dylan, que essas costumam ficar melhor cantadas por outros, até pelo Zé Cabra, que o Robert Allen Zimmerman (quem sabia que este é o nome dele? Ah, pois é! As coisas que eu sei...), dizia eu que ele tem jeito para fazer letras e musicá-las, mas como cantor até fere os tímpanos. Estou a exagerar e isso agora também não interessa nada, que ele até é Nobel e respeitinho pelo Nobel é muito bonito...
Left a good job in the city Workin' for the man ev'ry night and day And I never lost one minute of sleepin' Worryin' 'bout the way things might have been
Big wheel keep on turnin' Proud Mary keep on burnin' Rollin', rollin', rollin' on the river
Cleaned a lot of plates in Memphis
Pumped a lot of pane down in New Orleans But I never saw the good side of the city 'Til I hitched a ride on a river boat queen
Big wheel keep on turnin'
Proud Mary keep on burnin' Rollin', rollin', rollin' on the river Rollin', rollin', rollin' on the river
If you come down to the river
Bet you gonna find some people who live
You don't have to worry 'cause you have [if you got] no money People on the river are happy to give
Big wheel keep on turnin' Proud Mary keep on burnin' Rollin', rollin', rollin' on the river Rollin', rollin', rollin' on the river
Rollin', rollin', rollin' on the river Rollin', rollin', rollin' on the river Rollin', rollin', rollin' on the river
Uau! Acho bem. Já era tempo de também se valorizar a arte de jogar com as palavras na música! Merecidíssimo, no género! Como cantor "stinks", mas convenhamos que também não é um mero escritor de letras de canções. É um poeta!
Parabéns! Estarão os tempos a mudar, Bob?
Deixo a letra da canção que foi, como disse a Joan Baez (outro ícone da música), "a melhor porta-voz de uma geração". Poema atualíssimo hoje também, após esta notícia.
The times they are a-changin'
Come gather 'round people Wherever you roam And admit that the waters Around you have grown And accept it that soon You'll be drenched to the bone. If your time to you Is worth savin' Then you better start swimmin' Or you'll sink like a stone For the times they are a-changin'.
Come writers and critics Who prophesize with your pen And keep your eyes wide The chance won't come again And don't speak too soon For the wheel's still in spin And there's no tellin' who That it's namin'. For the loser now Will be later to win For the times they are a-changin'.
Come senators, congressmen Please heed the call Don't stand in the doorway Don't block up the hall
For he that gets hurt Will be he who has stalled There's a battle outside And it is ragin'. It'll soon shake your windows And rattle your walls For the times they are a-changin'.
Come mothers and fathers Throughout the land And don't criticize What you can't understand Your sons and your daughters Are beyond your command Your old road is Rapidly agin(g)'. Please get out of the new one If you can't lend your hand For the times they are a-changin'.
The line it is drawn The curse it is cast The slow one now Will later be fast As the present now Will later be past The order is Rapidly fadin'. And the first one now Will later be last For the times they are a-changin'.
Filha: "No fim-de-semana há um festival de música em... Os nossos amigos X, Y e Z vão e nós também queremos ir. São 15€ cada um."
Mãe: "E quem vai atuar?"
Filha: "A banda tal, o DJ coiso..."
Mãe: "Mas isso não tem jeito nenhum! Querem pagar 30€ para ver isso?"
Filha: "Ó mãe, a gente também não vai lá para ver os concertos. Vamos é conviver com os amigos!"
Mãe: "Então, isso podem fazer em qualquer lado. Não precisam pagar para o fazer."
Filha: "Não, afinal queremos ver os concertos, queremos!" E entredentes, num esgar de desdém, revirando os olhos: "Já me esquecia que contigo temos que medir as palavras..."
Espertalhona!
Chama-se a isto:
Capacidade de adaptação rápida às circunstâncias, jogo de cintura, inteligência emocional
DIREITOS DE AUTOR (Decreto-Lei n.º 63/85 com as posteriores alterações)
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