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M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

M(ã)emórias da Maria Mocha

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Espírito natalício no seu melhor

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Admito! Já tive mais espírito natalício do que tenho hoje. Acima de tudo acho que abunda muita hipocrisia nesta época. São todos muito amigos e queridos uns com os outros e, vai-se a ver, no resto do ano, é só cobras. Começa já a seguir à passagem do ano. É que alguns nem esperam pelos reis para começar a destilar. (Eu avisei que ando a perder o filtro. Cada vez mais me apetece dizer o que verdadeiramente sinto e não o politicamente correto. )

 

Quanto às mensagens de Natal enviadas por messenger do FB, até me dão raiva, e explico. Aquilo, na maioria dos casos, não é nada sentido. Circulam vídeos e mensagens amorosas, tudo a catrapiscar e cheio de corações e velas e estrelas e luzes e toca de enviar para uns quantos. Detesto! Para além de serem pirosas, obrigam-me a responder para não ser mal educada e eu tenho mais o que fazer! Como eu não sou capaz de usar o mesmo esquema de encaminhar mensagens pirosas ao desvario e de forma impessoal, tenho que responder a cada uma das que recebo. É uma canseira! Já dei resposta a dezenas, mas ainda tenho ali umas 15 para despachar. Despachar! É que é isso mesmo! Sinto que estou a despachar correio lá no trabalho. Muito pouco natalício, certo?

 

(Desculpem lá brincar com a cegueira do Camões, mas faz tudo parte daquilo da falta de filtro e tal... )

 

 

Honestidade, uma "doença raríssima"!

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É mesmo assim? É possível que uma mãe de uma criança com doença rara tenha a nobreza de criar uma associação para ajudar pessoas como o seu próprio filho e depois se vá afastando deste desígnio transformando-se num ser asqueroso e arrogante completamente manietado pelo dinheiro? As pessoas mudam ou revelam-se? Melhor: o dinheiro desmascara a verdadeira índole das pessoas?

 

No fim de semana não assisti a essa "bomba" que a TVI detonou. Quando chegámos a casa no domingo já tarde, apercebemo-nos do que tinha vindo a público e fomos logo nos atualizar, assistindo à reportagem.

 

Pois é com tristeza que vos digo que desde domingo à noite que tenho vindo a digerir este assunto e ainda hoje sinto a mesma perplexidade, indignação e nojo perante o que assisti. E para isto bastaram as imagens gravadas da (pela???) própria visada. Já agora, quem é a burra que se grava a dizer aquelas alarvidades?! Só pode ser explicado pela cegueira provocada pelo dinheiro, que por sua vez traz também um sentimento de impunidade e do "quero, posso e mando".

 

Quanto ao resto, à investigação propriamente dita, sei que não podemos condenar à priori, mas parece-me estarmos perante uma investigação com uma base  de sustentação fortíssima. Mais uma vez, grande Ana Leal e companhia!

 

Agora que se faça justiça. Espero que as entidades competentes apurem tudo e que os culpados, a existirem, paguem por tudo o que fizeram. Quero acreditar na justiça. O crime, se provado, não pode compensar! Até porque senão a Honestidade é que começará a ser raríssima!

 

 

Um novo estilo de texto: anti-narrativa de viagens!

Estou no Algarve para um breve descanso. Descanso! Quer isto dizer que não tenho tempo nem disposição para fazer grandes relatos e descrições dos lugares, da gastronomia, das condições e da qualidade do hotel de 4 estrelas onde estou hospedada, acompanhadas de fotografias impecáveis, como um blogger que se preze faria.  

 

Estou, no entanto, em condições de vos dar alguns apontamentos da minha estada. Por exemplo, o facto de hoje de manhã não sair água do chuveiro da casa de banho do quarto do hotel de 4 estrelas. Após meia hora, senhores da manutenção dentro do quarto, pegadas de terra por toda a casa de banho e finalmente assunto resolvido. Ainda fomos a tempo do pequeno-almoço, ufa! É das partes que gosto mais! O pequeno-almoço em hotéis de 4 estrelas... ou 3... ou... De comer, vá! 

 

Quero ainda mostrar-vos o vaso que encontrei à porta deste hotel de 4 estrelas, que mostra que o hotel (já disse que era de 4 estrelas?) deve ser frequentado maioritariamente por portugueses nesta época baixa (Mazinha!). Vede!

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Para que conheçam um bocadinho melhor esta vossa amiga, ainda vos falo de gastronomia e mostro a refeição típica algarvia que foi o meu repasto ontem à noite, num restaurante típico aqui da localidade (Restaurante simpático, onde no final incluíram  um prato a mais na conta, mas demos por isso. Nice try! Já me aconteceu várias vezes. Acho que é uma nova engenharia dos comerciantes para fazer mais uns trocos. E atenção que está a alastrar. Fica o conselho. Leiam sempre a fatura antes de pagar.) Vede então a Júlia Pinheiro que há em mim! 

 

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E pronto. Vou continuar a usufruir do melhor que o Algarve tem para oferecer. Nesta época é, acima de tudo, o silêncio e a ausência de pessoas. O que é que eu posso querer mais? 

 

(Peço desculpa pela falta de formatação do texto, mas escrevi no tlm e não sei fazer melhor. Mas também nisto é mais importante o conteúdo do que a forma. Haaa... Pensando bem, não sei se isto abona a meu favor...)

 

 

 

 

Ranking e comportamento aditivo na blogosfera!

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Estou "nisto" (blog) com uma atitude muito mais saudável hoje em dia. Não estabeleço objetivos, venho cá quando quero, sem criar expectativas de aceitação por parte de potenciais leitores. Gosto das pessoas com quem interajo, os meus seguidores, e gosto de sentir que gostam de mim e do que escrevo, mas hoje (pardon my french) estou-me positivamente cag@ndo para o número de visualizações e visitas ao blog. Aliás, acho que este blog caminha no sentido de ser cada vez mais isento de filtros e preocupações com a imagem. Há facetas minhas que não dei a conhecer e que merecem sair cá para fora. A vida é curta demais para sermos sempre politicamente corretos. 

 

Bem, mas vamos ao que me traz cá hoje! (embora este preâmbulo faça todo o sentido; já se sabe que tudo tem uma razão de ser cá com esta amiga!)

 

A plataforma Blogs Portugal está a oferecer aos bloggers 3 meses de conta Premium GRÁTIS até 31 de dezembro! Para isso, basta fazer um post no blogue a falar sobre a nossa experiência na utilização do Blogs Portugal e colocar no post um link para a nossa plataforma. Caso não tenham ainda percebido, é o que estou a fazer, que eu não posso ver uma boa pechincha que corro logo atrás.

 

Sobre a plataforma, o que posso dizer é que, de acordo com a minha experiência, é uma boa "ferramenta" para percebermos o grau de aceitação do nosso blog,... se isso nos importar muito. E a mim já me importou! Até cheguei a fazer registos diários da evolução do blog no ranking, riam-se lá! (Estão agora a ver a ligação?)

 

Essa é uma (só uma) das razões  porque eu desliguei um bocado deste mundo durante uns tempos. Estava a começar a ficar demasiadamente dependente dos resultados que tinha em termos de visualizações, comentários, etc. Que raio! Estando eu muito bem resolvida em termos de ocupação profissional e até em termos pessoais (autoestima não me falta) e sabendo que não sou nem quero ser blogger profissional, porque é que aquilo me haveria de importar? Pois agora já não me importa! Voltei pacificada com essas questões. E assim é que estou cá bem. 

 

 

Patrão Vs empregado: uma dicotomia incontornável...

 

... ou a eterna "luta de classes", utilizando a expressão que Karl Marx imortalizou.

 

 

Ontem, no fim do dia de trabalho, passei pelo supermercado para comprar pão. Meus amigos, assisti a um raspanete da patroa à empregada, que só visto! Uma situação mesmo muito confrangedora. E fiquei ainda mais marcada por este episódio porque eu, sendo como sou, por um lado defensora da justiça social e contra a exploração e o desrespeito pelos direitos laborais, por outro lado gestora de uma equipa razoável de colaboradores, tive dificuldade em empatizar unilateralmente nesta situação. Ou seja, consegui entender o ponto de vista das duas envolvidas, basicamente. 

 

A questão ali discutida andava à volta de a trabalhadora ter, no dia anterior, saído do trabalho enquanto ainda estavam muitos clientes na loja e a ajuda dela seria, pelos vistos, necessária. Ela alegava já ter saído fora do horário dela e que tinha o filho, mas a patroa dizia que as outras trabalhadoras também tinham filhos e também ajudavam sempre que era necessário.

 

Não conheço outras nuances para esta relação laboral, nem sei se as trabalhadoras são ressarcidas do tempo de trabalho extra ou se recebem um salário justo pelo seu trabalho. Mais tarde em conversa com outras clientes, disseram-me apenas que aquela equipa funcionava como uma família e que a patroa tratava bem as trabalhadoras, para além de que, e isso constato eu, ela própria dá o exemplo ao lado delas a trabalhar. 

 

Se por um lado acredito piamente na importância das garantias dos direitos laborais, nomeadamente no respeito pelo horário de trabalho, como disse, por outro lado também eu lido muitas vezes com quem só faz estritamente os serviços mínimos exigidos, nem mais nem menos, pessoas que acham que basta cumprir o horário de entrada e saída para mostrar zelo na profissão, enquanto outras se empenham e dão contributos relevantes para o serviço. No caso em apreço parecia tratar-se disso: talvez uma situação de salários iguais para empregadas com níveis de dedicação ao trabalho diferentes.

 

Para terminar, dois comentários:

  1. Uma nota para a frontalidade da patroa e a preocupação com a promoção de igualdade de direitos e deveres entre todas as trabalhadoras. Todas têm que trabalhar para além do horário porque todas têm filhos e se isso não serve como argumento para umas também não pode servir para  outras. Faz sentido. Proteção da maternidade e justiça social é assim...  Justíssimo! 
  2. Independentemente da sua justeza (ou não), o facto de aquele raspanete ter sido dado em frente à meia dúzia de clientes que lá estavam àquela hora pareceu-me uma humilhação deliberada e gratuita para com a trabalhadora. É caso para dizer: não havia necessidade... 

 

 

Poesia, Religiões, Doutrinas e Dogmas

Se calhar já todos conhecem, mas eu só agora dei de caras com este pedacinho de sensibilidade e lucidez. Achei bonita, de tão simples, esta forma de  dizer não à intolerância religiosa e ao fanatismo religioso, à hipocrisia e à arrogância dos que acham que têm um lugar ao pé de Deus porque o veneram em orações mas não em ações, aos que se dizem cristãos mas são incapazes de manifestar atitudes cristãs para com os seus semelhantes. Isto tudo dito ao jeitxinho brasileiro, gentxi. Jóia!

 

Uma menina ainda, Anamari Souza. Lembra-me eu quando era da idade dela, com o sentido de justiça e o questionamento constante das convenções e dos dogmas. Isso sempre fez parte de mim, sim. Em tudo, e no que diz respeito a religião também. Li a Bíblia (Antigo e Novo Testamento) por volta dos 14 anos, por auto-recriação, porque quis e porque me questionava sobre aspetos daquilo que me ensinavam na catequese. E sabem uma coisa? É um grande livro com uma grande narrativa, que mistura a componente histórica com ficção e o fantástico. Todos deviam ler. 

 

 

 

Os bezerros é que abocanham as tetas das vacas em cenários bucólicos!

 

O título parece saído de um romance de António Lobo Antunes, passo a arrogância de comparar uma frase minha à escrita desse grande escritor. Digo isto porque aparenta não fazer sentido, mas acabarão por perceber que faz todo o sentido. Senão, leiam o episódio que tenho hoje para vos contar. Acreditem: isto é verídico, aconteceu mesmo! 

 

Ainda estou incrédula com o que vi ontem, ao final do dia, no supermercado. Eu vi, com estes olhos que a terra há de comer, uma mãe e uma filha que devia ter uns 3 anitos. Pareceu-me uma mãe extremosa, à distância em que as observei, estava eu na charcutaria e elas na padaria. A criança agia como qualquer criança, sempre a falar "mãe isto e mãe aquilo" e a esticar os braços em direção à mãe, a exigir atenção, pensei eu. A mãe, sempre com muita paciência, ouvia e respondia como que implorando que a criança tivesse também, ela própria, paciência. Mas a criança não dava descanso.

 

Até que se calou, em algum instante entre o meu pedido de fiambre e o de queijo ou enquanto eu pedi à menina para verificar a data de validade do queijo fresco. A mãe cedeu e deu-lhe finalmente o que ela queria, pensei. E como é que eu me apercebi do que ela realmente queria, como foi? Apercebi-me porque a mãe caminhava agora na minha direção, a empurrar o carrinho e a criança sentada dentro do dito cujo, a abocanhar o mamilo da mãe, mãe esta que tinha sacado a mama para fora da roupa e caminhava assim com a filha pendurada nela com a maior naturalidade. Conseguem imaginar a cena?

 

Fiquei chocada, a sério!  Eu amamentei os meus filhos, acho a amamentação a coisa mais natural do mundo e não vejo problema nenhum em que as mães o façam em público, de forma recatada, para suprir as necessidades alimentares dos filhos bebés. É humano que isso aconteça. Agora esta mãe levou a discussão para todo um outro nível. Aquilo não se tratava de alimentar um filho! O que aquela mãe fez foi ceder a um capricho de um "bebé" grande mimado que articula perfeitamente o discurso e já tem idade para entender as regras da vida em sociedade e, mais, que já tem idade para comer a sopa ou um naco de pão! E ainda circular em público naqueles preparos, como se fosse a cena mais natural do mundo? Alto lá!

 

Acredito que a aspirante a vaca no prado percebeu a minha incredulidade e guardou a mama dentro do vestido, sem que eu proferisse qualquer palavra. Certamente percebeu! Sou transparente demais e fiquei literalmente de boca aberta, sobrolho franzido e olhos fulminantes. 

 

Não sei... Às vezes acho que sou uma valente besta insensível que não consegue ter empatia por uma criança de 3 anos (ainda se tivesse 3 anos e meio, podia criticar!...) que quer o conforto da mama da mãe (sim, porque leite não tinha de certeza!), nem com aquela mãe ruminante que faz tudo para que a sua cria se sinta feliz.  Sou mesmo uma pessoa e uma mãe má...

 

 

Ainda o "Amar pelos dois"...

 

Umas quantas notas mentais:

 

Sou só eu...

...que acho ridículo este argumento de quem não gosta da canção?

"Ah, e tal, apesar de gostar que Portugal tenha ganho, acho que a música não é música de festival da canção".

Mas o que significa ser uma música de festival da canção? É ser como aquelas azeiteiras com muitos brilhos e luzes e efeitos especiais e fogo de artifício (nas palavras do Salvador)? Eu acho que esta sim, é uma música de festival. Porque o que deve estar presente nas músicas de festival é uma melodia e uma mensagem bonitas, e esta tem-nas. É um festival da CANÇÃO, ou não é? A qualidade da canção é que deve ser avaliada e não todo aquele espalhafato que se viu noutras atuações. E mais nada!

 

Sou só eu...

...que passo os dias, desde o fim-de-semana, a cantarolar mentalmente esta música? É que volta e meia lá está o meu cérebro a cantar para si próprio, a toda a hora. A isto é que se chama uma música ficar no ouvido! 

 

Sou só eu...

...que achei manifestamente exagerada aquela receção aos Sobral no aeroporto? Até fiquei incomodada de perceber que quase sufocavam os irmãos. Pareceu-me notar algum enfado e terror nas caras deles e tudo! E com razão! Compreendo a alegria dos tugas (eu também fiquei muito feliz!), mas não precisavam  caminhar para cima deles daquela maneira! Prezar a distância higiénica é o mínimo que se exigia!

 

Sou só eu...

...que sinto como se já conhecesse a melodia? Estranho!... Naaa... Deve ser só impressão... Só faltava agora aparecer por aí alguém a reclamar de plágio... Isso é que era mesmo muito mau... 

 

(Foto: http://www.noticiasmagazine.pt) 

 

 

Curtas e grossas #1

Sobre a tolerância de ponto de hoje:

Concordo.

Acho que o Governo, apesar de laico, teve uma atitude de respeito pela religião dominante do país, logo, pela maioria do povo português. 

 

Quanto ao  argumento (a meu ver, justo) de quem discorda com a tolerância, de que os trabalhadores do setor privado não usufruem da mesma e deveriam usufruir:

Acho que seria mais profícuo para essas pessoas queixosas que dirigissem o seu sentimento de injustiça (perfeitamente justificável) e dispendessem as suas energias junto das suas entidades patronais para que essas sim dessem tolerância também, já que o Estado não tutela privados. Just saying...   

 

 

A astenia da Primavera

 

Já se depararam certamente com artigos como este que veiculam a ideia de que esta é a época em que nos sentimos mais cansados, apresentando-nos as possíveis causas para esse cansaço, alegando ainda que as mesmas podem ser explicadas pela ciência. 

 

A palavra que melhor define este estado é a "astenia": "sensação generalizada de debilidade e de falta de vitalidade, que se sente tanto a nível físico como mental. Impede-nos de realizar certas tarefas que faríamos com a maior das facilidades e pode surgir por diversos motivos."

 

Isto para dizer o quê?

 

Não sei se é psicológico, mas o que é certo é que tenho realmente andado com pouca energia, apática. Aliás, cá em casa andamos todos um bocadinho assim. Só puxamos é para a cama. Ainda num dia do fim-de-semana, deitei-me a seguir ao almoço e acabei por dormir a tarde quase toda. Eu que nunca fui de dormir a sesta! Nem pareço eu!...

 

E eu preciso urgentemente encontrar energia. Tenho projetos em mãos para os próximos tempos aos quais tenho que me dedicar com a força habitual. Tenho mesmo que dar a volta a isto... De acordo com o tal artigo, o pior mês é o de abril. Talvez maio traga a tal energia de que preciso...

 

(Foto retirada do artigo citado)

 

 

Mulheres e Homens e o autoconceito ao nível da forma física.

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Há diferenças entre homens e mulheres ao nível do autoconceito da forma física? Qual é a representação que uns e outros têm da sua própria imagem corporal?

 

Alguém que conheço, um “rapaz” da minha idade, uma vez, em conversa sobre o envelhecimento e o aumento de peso e outras manifestações corporais da passagem do tempo, disse-me que continuava a ver-se tal e qual como era aos vinte e tal anos, apesar de saber que na realidade, vinte anos volvidos, já não é nada assim. A representação que ele tem dele próprio, apesar de racionalmente ter consciência das marcas deixadas pela idade, é a de um jovem adulto atlético. Curioso e inusitado, não é? Ou nem tanto?

 

Será da forma que ilustra o cartoon humorístico que partilho que se processa a perceção da própria imagem para a maioria dos homens? Com as mulheres sei eu que não funciona assim, como também confirma o cartoon. Nós tendemos a ver-nos com mais defeitos do que aqueles que na realidade temos. A visão do nosso reflexo no espelho pode interferir negativamente em todo um dia, uma semana, uma vida. A beleza é manifestamente sobrevalorizada para (e pelo) sexo feminino. “Cristina, não vais levar a mal, mas beleza é fundamental”. Quem se lembra? Cantado por uma mulher, ironicamente! Enquanto os homens podem ter uma barriguinha que isso até é considerado sexy, nas mulheres é um drama. E por isso passamos a vida a lutar contra a nossa própria natureza e nesse aspeto, e à conta disso, somos complexadas e infelizes grande parte das nossas vidas. Mesmo as que dizem que não!...

 

Acredito que, de um modo geral, por pressão da própria sociedade, a obsessão com a imagem física está presente ao longo de toda a vida de qualquer mulher! Se as rugas, as gorduras localizadas e a celulite próprias da condição feminina aparecem, ou é um drama que temos que erradicar com cremes e dietas e outras mezinhas, ou deixamo-nos vencer por elas mas vivemos eternamente tristes na nossa pele! Temos vergonha de mostrar o corpo, usamos roupas largas e pouco reveladoras, recusamo-nos a usar a balança da casa de banho para não ver o ponteiro a subir, deixamos de tirar fotos, principalmente planos aproximados. Um drama!

 

Quanto aos homens, acredito que se se vêem como uma mulher se vê, é porque têm o cromossoma x hiperdesenvolvido, o que é o mesmo que dizer que são um bocadinho para o efeminado.  E pronto, com isto limitei a possibilidade de ser contrariada nesta teoria. Há por aí algum que se atreva a dizer que se vê com defeitos? Bem me parecia... (Um bocadinho de nonsense para rematar a conversa... Falta de imaginação... 

 

 

Uma adesão conturbada ao Twitter

 

Hoje conto-vos um pequeno episódio familiar recente. Só quem lida com adolescentes é que vai saber que situações destas acontecem... Enfim, acabei por me rir com tudo isto. 

 

Por questões relacionadas com o trabalho, necessitei criar uma conta pessoal de twitter. No minuto seguinte, sem exagero, tive que enfrentar a minha filha em pânico porque a mãe criou uma conta de twitter.

 

 

Não faças isso, mãe!

E agora o que vai ser de mim?

E os meus amigos agora vão gozar comigo!

Pelo menos não os sigas, para eles se sentirem à vontade de publicar o que quiserem!

Por favor! 

 

E eu...

   

 

E o pai...

 Cria também uma conta de Twitter para mim! 

 

E ela...

   (Chorou, literalmente! Lágrimas grossas rolaram pela cara. Juro!)

 

Bem, lá tive que prometer que não seguiria os amigos dela. Mas a ela e ao irmão seguiria garantidamente! "Está bem! A mim pode ser, aos meus amigos é que não. Olha, a F até já me mandou uma msg a dizer que tu tinhas aderido ao Twitter e agora já não podia escrever palavrões." 

 

  Pensando bem, até estaria a praticar uma boa ação... 

 

E eu que pensava que o Twitter era uma rede social mais virada para o público adulto e para a informação... Cenas sérias... Afinal, os jovens tomaram conta daquilo para usar até de alguma irreverência. Pelos vistos, aqui no meio onde os meus filhos se inserem o Facebook é para os cotas e o Instagram começa também a cair em desuso. O Twitter é que está a dar. 

 

O que é certo é que eu tenho andado sempre uns passos atrás dos meus filhos nesta coisa das redes sociais. Tanto a adesão ao Facebook, como ao Instagram, como agora ao Twitter surgiram depois das deles. Só aqui com o blog é que marco a diferença. Pelo que sei, eles nunca administraram um blog. Mas não ponho as mãos no fogo!

 

Quanto ao Twitter ainda estou a tentar perceber o conceito e só pretendo utilizá-lo para me manter informada sobre a atualidade e para fins profissionais. Mas uma coisa já me pareceu: fora os utilizadores profissionais da informação, está mais direcionado para quem tem alguma dificuldade com palavras polissilábicas, com construção frásica, com literacia e com reflexões profundas com alguma complexidade. Frases curtas, monossílabos, abreviaturas, lugares-comuns, banalidades, trivialidades,... Agora percebo porque este é o meio preferido de Trumps e afins. Estarei enganada? Talvez... Ainda não tive tempo para aprofundar.   

 

 

Desmotivação

 

 

Continuo sem disponibilidade e, confesso, muito por via disso, cada vez mais desmotivada para participar desta comunidade. Não consegui sequer fazer a rubrica habitual da segunda-feira. Também não se perdeu grande coisa!  Nesse âmbito, presentemente falta-me inspiração em toda a linha, tal é o meu cansaço, se é que me faço entender... 

 

Tenho a impressão que a minha presença aqui está por um fio. Tenho pena pelas pessoas fantásticas que quase conheci. Quase, na medida em que aqui ninguém se conhece verdadeiramente. Tenho sido obrigada a investir mais na minha vida real porque verifiquei que tanto em termos familiares como profissionais essa necessidade manifesta-se cada vez mais incontornável. Não estava a conseguir conciliar tudo, vindo cá com aquela frequência que pratiquei nos últimos meses. Acho mesmo impossível que a família e o emprego não se ressintam com uma atividade tão assídua como a que eu tinha. E não é tanto o escrever. Isso faço em poucos minutos. É mais o acompanhar a comunidade, o comentar e responder aos comentários. Não consigo mesmo, lamento. Só se fizesse vida disto. Mas atenção! Tenho lido algumas coisas da comunidade, o que tenho podido. 

 

Vamos ver como este sentimento vai evoluindo... Abracinhos a todos! 

 

 

 

 

Dia Internacional da Mulher

 

Mais de vinte anos após a Declaração e Plataforma de Ação de Pequim aprovada na 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres (Pequim, 1995), a necessidade de um compromisso global para alcançar a igualdade de género mantém-se. Eu até sou das que gostariam que o Dia Internacional da Mulher não se celebrasse. Seria bom sinal. Mas, infelizmente, ainda existem razões para que a data não passe em branco: 

 

  • Porque não há justiça salarial para as mulheres na medida em que, em muitos casos, a mulher continua  a auferir salários mais baixos em relação ao homem, mesmo nos mesmos empregos e desempenhando trabalho igual;

 

  • Porque a emancipação económica da mulher ainda tem um caminho a percorrer, na medida em que uma menor percentagem das mulheres tem emprego remunerado em comparação com os homens;

 

  • Porque as mulheres, segundo li algures, continuam a fazer até três vezes mais trabalho não remunerado do que os homens, nomeadamente as tarefas familiares e domésticas, sendo que Portugal está no topo dos países da OCDE com maior disparidade entre homens e mulheres na realização de tarefas domésticas;

 

  • Porque ainda há países e comunidades em que a mulher não tem direito à educação;

 

  • Porque ainda se ouvem, em pleno séc. XXI, declarações criminosas como a do eurodeputado Janusz Korwin-Mikke, no Parlamento Europeu, que afirmou que as mulheres devem ganhar menos do que os homens porque são mais pequenas, fracas e menos inteligentes. 

 

  • Porque ainda se praticam barbaridades contra as mulheres, como a mutilação genital feminina.

 

  • Etc etc etc.

 

Neste dia 8 de março, é pois importante celebrarmos mais um Dia Internacional da Mulher, reconhecendo a centralidade da exigência do cumprimento dos direitos das mulheres. Porque os direitos das mulheres são direitos humanos. 

 

Sisters, conhecem a campanha internacional "Não Me Calo"? Hoje, mulheres de 48 países vão parar no #8M e as mulheres portuguesas juntam-se à paralisação mundial neste Dia da Mulher, com manifestações em Lisboa (Rossio), Coimbra e não sei se noutros locais. Se quiserem conhecer melhor a iniciativa/greve, saibam mais em https://www.facebook.com/8MPortugal/. Eu já decidi. Será um dia de trabalho normal no emprego (felizmente, neste aspeto, não me posso queixar da carreira profissional que construí e valorizo-a), mas não farei tarefas domésticas, porque estas calham-me maioritariamente a mim no resto do ano. Estou em greve! Hoje os homens que se amanhem. Tenho dito!

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Da hipocrisia e do moralismo bacoco

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Sabem qual é uma das características do ser humano que eu abomino? A hipocrisia e/ou desonestidade intelectual! Ah como eu detesto gente hipócrita e intelectualmente desonesta! E se for aliada a moralismo bacoco e puritanismo, ainda pior. 

 

Ontem, se bem se lembram, não consegui inserir o vídeo da passagem de modelos de malas no post. Daí ter colocado o link. No entanto, no Facebook do blog, achei que enriqueceria o post se colocasse o vídeo a acompanhar o texto. Foi o que fiz. Sabem quanto tempo lá se aguentou? Uns míseros minutos. O Facebook, certamente com a denúncia de alguém, eliminou o vídeo rapidamente antes que alguém visse a coisa mais natural do mundo de que "metade" da humanidade é feita. E não satisfeito, o FB ainda me obrigou a declarar por minha honra que não tinha mais imagens de nudez nas minhas publicações. Quase me senti uma depravada... 

 

Quase! Porque rapidamente pensei: mas que mal tem a nudez? Pelo amor da santa, eu não publiquei cenas de sexo explícito. Nem tão pouco de sexo! Eram só homens nús! Então quando as mulheres desfilam com aquelas rendas e transparências que deixam adivinhar tudo, já pode ser, não é? Homens nús, pelos vistos, é que não. Curiosa esta lógica, quando estamos a um dia de celebrar o Dia Internacional da Mulher...  

 

Mas que retrocesso civilizacional é este? Tão puritanos que eles são! Ainda se os modelos tivessem o instrumento levantado em riste, até aceitava. Agora, a nudez só por ser nudez é vergonhosa? Não querem que as crianças vejam? Que ignorantes! Trata-se de anatomia humana. Aprende-se na escola. E eu vejo todos os dias publicações no FB que atentam muito mais à moral e bons costumes e que não envolvem nudez nem sexo. 

 

(Fonte da imagem: https://www.zazzle.pt/hipocrisia+cartoes+postais)

 

 

Habemus Papam!

 

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Gosto deste Papa. Um Papa que chama os bois pelos nomes, que não cede a hipocrisias. Um Papa que me parece estar a tentar credibilizar a própria Igreja, a renová-la e aproximá-la das reais preocupações dos povos, nomeadamente dos pobres e desfavorecidos. Uma espécie de regresso às origens, àquilo que a Igreja tem na sua génese defender e nem sempre tem defendido.

 

Ontem o Papa deixou mais uma vez a sua marca, ao criticar a hipocrisia de muitos que se dizem católicos mas que na sua vida e na sua relação com os outros e com o dinheiro não praticam os mandamentos do cristianismo.  Fala em exploradores, empresários que não dão salários dignos aos empregados, pessoas que têm negócios sujos e se aproveitam dos outros.

 

Eu cá lembrei-me também dos ratos de sacristia que a mim me "dão nos nervos", porque por norma são maus como as cobras. Conheço alguns. Pensam que são santos por frequentarem a Igreja, assistirem à missa e confessarem-se. Até assumem um certo ascendente moral em relação ao comum dos mortais, pecadores, como eu. E depois são tão, mas tão, mauzinhos para as outras pessoas. Tantas carapuças devem ter assentado como uma luva, ontem... 

 

Partilho então a notícia que encontrei aqui (e a foto também é daí, já agora):

 

"O papa Francisco criticou esta quinta-feira "a vida dupla" de algumas pessoas que se dizem "muito católicas", mas depois fazem "negócios sujos" e "aproveitam-se das pessoas".

"O que é um escândalo? É dizer uma coisa e fazer outra, é a vida dupla. 'Eu sou muito católico, vou sempre à missa, pertenço a esta ou à outra associação, mas a minha vida não é cristã, não pago com justiça aos meus empregados, aproveito-me das pessoas, faço negócios sujos'", criticou o papa, durante a missa da manhã na sua residência de Casa Santa Marta.

Francisco disse, citado pela Radio Vaticana, que "muitos católicos são assim" e que, por isso mesmo, causam "escândalo".

"Quantas vezes ouvimos, todos nós, no nosso bairro e noutras partes, 'para ser um católico como esse, era melhor ser ateu'? É esse o escândalo. Destrói-nos, deita-nos por terra", lamentou.

Francisco deu como exemplo o caso de um empresário católico que estava de férias numa praia do Médio Oriente enquanto os trabalhadores da sua companhia, quase falida, ameaçavam fazer uma "greve justa" porque não recebiam os salários.

O papa recordou que isto acontece "todos os dias" e que, para nos darmos conta disso, "basta ver o telejornal ou ler os jornais"."

 

 

Dia dos namorados é quando o Homem quiser!

Não ligo ao Dia dos Namorados. A sério! E não digo isto por dizer ou para pagar com a mesma moeda ao M, que também não liga e não é nada romântico. Esta é uma das facetas da nossa relação em que fui eu me aproximei do feitio dele. As relações também são feitas de cedências e eu cedi nestas "mariquices" que quase todas as mulheres gostam. Ou seja: eu já valorizei estas datas, quando ainda não percebia que existem outras manifestações de amor muito mais importantes do que oferecer e receber flores, peluches, jóias ou chocolates neste dia (conforme o perfil e a idade dos namorados). Neste dia, há um ano, escrevi um post neste sentido, este: O meu namorado não me deu flores. Na altura acho que ninguém o leu. Podem recuperá-lo agora, que até está engraçadinho, modéstia à parte. Quanto a mim, verifico que me mantenho coerente com as minhas convicções. 

 

Bem, apesar de tudo, hoje é obrigatório fazer um post sobre o dia dos namorados, certo? Então, é isto que eu tenho para dizer. Ah! Restaurantes e programas organizados por outrem neste dia nem pensar! Recuso-me a ser figurante de um filme. É isso que me lembram todos os casais sentados hoje nas mesas dos restaurantes a abarrotar. Sou mesmo muito pouco gaja neste aspeto...

 

Maaaaas, não pensem que eu ando por aí a matar o dia a quem me rodeia, como se fosse um adulto insensível que revela a uma criança que o Pai Natal não existe. Não! E para perceberem o que eu quero dizer, fiquem sabendo que fiz questão de comprar umas embalagens muito giras de chocolates numa loja conhecida da nossa praça. Conseguem imaginar para quê? Hã? Eu digo. Para os meus filhos oferecerem aos seu/sua namoradinho/a. Pois é! Na idade deles também eu valorizava estas "mariquices" e não quero destruir os sonhos dos adolescentes cá de casa. 

 

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Sou muito boa pessoa, mulher e mãe, eu sei. Será que o M se vai lembrar disso e dar-me uma prenda neste dia dos namorados? Será que é este ano que ele me dá flores?  

 

Nota: Quando no título deste post refiro "Homem", entenda-se também a mulher, conforme se adivinha pela opção de colocar a palavra com maiúscula, querendo a mesma referir-se ao ser humano em geral, à Humanidade (olha, esta é feminina!...). Isto só para o caso de haver por aí malta sensível a este pormenor, ao qual eu não dou a mínima relevância. É só opção linguística, a qual não me diminui absolutamente nada na minha condição de mulher. Estão a ver? Daqui a nada, tenho aqui mais dez parágrafos a falar nisto e entretanto já me esqueci do dia dos namorados. Não há nada a fazer... 

 

(Fonte da imagem: própria)

 

 

Domingo na bola ("Alservando..." # 2)

No domingo, a seguir ao almoço, decidimos ir ver o jogo do Benfica com o Nacional. Todos os anos vamos ver pelo menos um jogo do glorioso. E aí vai a gente, toda lampeira, quase em cima da hora e sem saber se haveria bilhetes disponíveis nas bilheteiras. Bem, sabíamos que na "candonga", às portas do estádio, costuma haver...

 

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Apanhámos algum trânsito ali ao pé deste grandioso edifício que podem ver na imagem acima. Afinal, a malta não vai a Lisboa só para ver o Benfica, que isso é para os adeptos fanáticos. Com o trânsito no "para arranca" ainda deu tempo para tirar uma fotografia a este outro grande edifício. Não se vê muito bem, porque está um bocado tapado pelo prédio aqui em frente, mas digam lá se o edifício... da NOS não é bonito! 

 

E lá chegámos a tempo ao estádio da luz. Afinal havia bilhetes nas bilheteiras. E conseguimos sair vivos das investidas dos vendedores de autocolantes e cachecóis. Uma senhora espetou-me um autocolante ao peito e pediu-me uma moeda, ao que eu respondi que não lhe tinha pedido autocolante nenhum. Arrancou-me aquilo com uma gáspea que só visto! Fiquei também a saber que a frase "A culpa é do Benfica" já domina os cachecóis à venda a 5€. Ser tricampeão aparentemente já não chega para os cachecóis... 

 

Lá dentro, durante o jogo, nada de novo: um público que vai para ali aliviar a tensão acumulada, com "foda-ses" e "cabrões" e "filhos da puta" e assobios sempre que há alguma decisão do árbitro contra o Benfica. Passei o jogo a levar com os impropérios e o fumo do tabaco de um indivíduo mesmo à minha frente. Ao lado dele, uma senhora também muito fumadora que só sabia dizer numa voz esganiçada muito provavelmente aquilo que ela conhece do futebol, que é que se chuta uma bola. Sempre que um jogador do Benfica tinha a bola, "chuta chuta chuta" e "aiiiii" e "iiihhhh" e "ohhhh", e levantava o braço numa espécie de saudação nazi sempre que em uníssono se ouvia "Benfiiiiica". 

 

Ó ali em baixo um dos cigarros assassinos! A voz assassina da mulher está mesmo ao lado, mas é baixinha, não se vê. A mulher, claro! A voz era outra estória... Ainda hoje ecoa nos meus ouvidos. 

 

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Isto para dizer que cada vez me convenço mais que a maior parte das pessoas não vai ao futebol pela beleza do desporto em si, mas sim para obter um conforto de ver a sua equipa ganhar. E se não ganhar, pelo menos é uma forma de descarregar o stress. Parece uma batalha campal. Uma arena romana, onde lá em baixo lutavam os gladiadores e o povo assobiava e apontava a mão fechada com o polegar para baixo de vez em quando ao coitado do árbitro, como se fazia quando se desejava a morte do gladiador derrotado, em pleno império romano.

 

Eu aprendi a gostar de futebol vendo os jogos do meu filho ao fim-de-semana, desde os seus seis anos. Aliás, desde pequena convivi com futebol porque o meu pai levava-me à bola ao domingo, de vez em quando. Mas não gosto nada destas coisas que dominam o futebol. Quanto ao Benfica, ganhou por 3-0, como sabemos, e voltou a liderar a tabela. Vamos lá ver se se aguenta lá até ao final do campeonato. Espero que sim. Mas não sonho com isso de noite...

 

 

 

 

Será que coloco demasiado de mim?

 

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Hoje levanto aqui uma questão que ecoa na minha cabeça enquanto membro desta comunidade. Nas alturas em que penso em algo para abordar aqui no blog, invariavelmente equaciono se devo ou não devo fazê-lo. Tudo é sufragado pela minha consciência. É a velha questão da autocensura...

 

Não é que seja meu apanágio fazer textos de estilo demasiado lamechas emotivo e intimista, salvo raras exceções. No entanto, tudo o que transmito aqui pela escrita, ou mesmo nas entrelinhas (haja quem saiba ler o que não está escrito, e já aconteceu haver) vem do mais profundo do meu ser. Não finjo ser o que não sou. Não passo uma imagem diferente daquilo que sou. Vocês talvez me conheçam melhor do que algumas pessoas (apenas) fisicamente próximas. Só não me conhecem a cara. E isso talvez seja o menos importante, na realidade.

 

Mesmo assim, qual é a quantidade qb de nós próprios que podemos ou devemos imprimir aos nossos escritos para serem lidos por todos quantos tenham interesse neles? Nunca vos aconteceu pensar em algo para relatar mas recuar porque, ponderando bem o assunto, acham que é pessoal demais para partilhar com "desconhecidos"? Não me levem a mal mas, salvo raras exceções, e apesar da simpatia que possamos nutrir uns pelos outros, é o que acabamos por ser quase todos, uns dos outros - meros desconhecidos. Podemo-nos cruzar na rua, podemo-nos sentar ao lado no cinema, podemos até frequentar a mesma cabeleireira e não fazemos a mais pequena ideia da nossa "relação" na blogosfera. O que se chama a isso?

 

Até onde é razoável ir? Nós não somos uma ilha e tudo o que mostramos de nós aqui (e quem diz aqui, diz nas redes sociais em geral) arrasta necessariamente consigo outras pessoas que fazem parte das nossas vidas. Eu pergunto: é a atitude mais acertada colocarmos a nossa vida e a dos nossos nas mãos de quem não conhecemos? Partilhar momentos da vida, sentimentos, estados de alma, tudo o que temos de mais precioso? É que eu tenho uma confissão a fazer: cada vez que dou mais um bocado de mim, sinto algo que só consigo descrever como uma angústia inexplicável, como se perdesse mais uma pequenina parte de mim. Estranho, eu sei... 

 

Gostava, acima de tudo, de perceber se cada um de vocês sente o mesmo, se há algum tipo de empatia com o que estou a partilhar ou se se estão a marimbar para estas questões. Não se inibam de me chamar doida varrida dona de um discurso sem sentido. Ou então sejam brandos comigo. Pensem antes em mim como aquela a quem a mãe faleceu neste dia, há um ano, e logo tudo faz muito mais sentido. 

 

(Foto: própria, recordando a minha mãe)

 

 

O que é que vai ser: amor ou sexo?

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 (Créditos na imagem)

 

Nos comentários do post da última segunda-feira, vieram à baila as expressões fazer Amor e fazer Sexo. E como eu tenho uma visão muito própria sobre isso, vamos lá partilhá-la. 

 

Não tenciono desenvolver o assunto nos termos habituais, por exemplo abordando a questão do sexo com amor ou sexo sem amor, ou a crença de que os homens é que praticam mais sexo sem amor, enquanto as mulheres não. Não sei se ainda é verdade ou não. Por acaso, comigo o sexo só com amor. Só com um elevado grau de intimidade. E a verdadeira intimidade vem do conhecimento profundo do outro, dos sentimentos que se nutrem pelo outro. Mas, como em tudo, as pessoas são diferentes e assim é que tem que ser. Tudo é aceitável desde que satisfaça as duas partes. Ou as três, ou as quatro,... 

 

Mas uma coisa é certa. Nunca da minha boca saiu a expressão "fazer amor" a propósito da relação sexual. "Fazer amor" é uma expressão que nunca me soou bem para legendar algo que é acima de tudo carnal. Tenho mesmo aversão a articular essas palavras. É meloso. Não consigo. Fazer amor? Não! Amor acontece quando se dá um mimo, um beijo de boa noite, quando se leva o pequeno-almoço à cama, quando se cuida em caso de doença, quando se apoia nas dificuldades, quando se partilha alegrias e tristezas, quando se dá um abraço apertado, quando se diz um "amo-te" sentido, e pode acontecer ou não quando se faz sexo.

 

A "pessoa" deve fazer mesmo é sexo puro e duro com o companheiro(a)!  Se houver amor, melhor, mas o sexo continua a ser algo visceral, acima de tudo fisiológico e não se compadece com linguagem melosa, eufemismos e regras de etiqueta. Isso é à moda antiga (espero eu!), em que o homem tratava com "respeito" a mulher em casa e, por isso, ia às putas meninas com as quais, essas sim, podia satisfazer as fantasias e a líbido, desrespeitando-as à vontade. 

 

Até vou mais longe. Vou afirmar algo que nunca ouvi ninguém dizer antes, mas trata-se de uma convicção que esta cabeça maluca tem vindo a formar.

Vem bomba!  

Cá vai!

Quem diz que faz amor, certamente não fode faz sexo como deve ser (com exceção dos meus ricos leitores que estejam a ler isto e o digam,...  Mas agora, depois desta desconstrução, vão certamente deixar de dizer ).  A linguagem do sexo tem que ser mais crua, picante, obscena, com um código próprio. Não deve ser a mesma que usamos à mesa, a não ser que a mesa seja usada para outro fim que não seja comer... literalmente, comida .  

 

Também pode e deve haver fantasia, perversão e até "ordinarice" entre pessoas que se amam. Não há cá faltas de respeito por causa disso. Por outro lado, se alguém quiser convosco "fazer o amor", acreditem: é uma nódoa. Eu cá não ia gostar nada de ter um homem que me dissesse "vamos fazer amor?" Estragava logo o clima, arruinava o momento.

 

Faz-me lembrar de um casal senhorio de uma casa onde morei, nos tempos da faculdade, em que ele e ela se tratavam por Sr. e Sra. M. Acreditam nisto? Como é que eles se relacionariam na cama? Um dos divertimentos, meus e das minhas colegas de casa, era imaginá-los nesses preparos, a pedirem por favor e com licença para foderem procederem ao ato. O que nós nos ríamos a imaginar esse cenário!... 

 

E pronto, sempre a desconstruir paradigmas, a guru do sexo hoje fica-se por aqui. Agora digam de vossa justiça. Qual é a linguagem que preferem? Querem melosamente fazer amor ou libidinosamente fazer sexo?

 

Já agora, tentem contornar a censura no boneco lá em cima, adivinhando as palavras que faltam. Foi fácil? Então passaram no teste da gíria sexual. Estão aptos a aplicá-las logo que possam. 

 

Boas fodas relações sexuais! (Estão a ver? A etiqueta e a linguagem técnica aqui têm algum jeito?

 

 

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