Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.
Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.
Pois é! Desculpem as minhas congéneres, mas eu estou aqui para dizer as verdades, doa a quem doer. Nós, mulheres, somos mesmo difíceis de entender.
Às vezes, só estando no lugar de observadoras isentas é que percebemos as figurinhas que por vezes fazemos com os nossos homens. Lembram-se deste exemplo? Ela até podia ter todas as razões e mais alguma para aquela lamúria toda, mas convenhamos que o beicinho era escusado.
Refiro-me sobretudo àquela tendência de nunca estarmos satisfeitas ou àquela imprevisibilidade desconcertante do "se-é-é-porque-é, se-não-é-é-porque-não-é" ou ainda a mania que temos de ficarmos amuadas porque ele não adivinhou que devia ter atuado daquela determinada forma que nós idealizámos para uma determinada situação, não correspondendo portanto às nossas expetativas.
Mas depois, é tão fácil amolecerem-nos o coração. Um abraço que nos apanhe desprevenidas pode ser o suficiente para resgatar toda a doçura feminina.
Um bocado bipolar, o sexo feminino... Dizem que pode ser hormonal...
Por estas e por outras é que se diz com toda a propriedade: "Vá-se lá entender as mulheres!".
Afoita! Despachada! Formiga! Stressada! Assim sou eu.
O "deixa andar" põe-me doente. O "deixar para amanhã o que posso fazer hoje" mexe com o meu sistema nervoso. Tenho dificuldade em lidar com isso. E, no entanto, sou confrontada com situações dessas todos os dias. Com pessoas procrastinadoras com as quais interajo (na vida pessoal e profissional) e que funcionam assim ao ralenti e encontram sempre desculpas para não fazer. Elas entorpecem-me os movimentos, por vezes até põem em causa e dificultam as minhas realizações. Diminuem-me. Subtraem-me. Às vezes aumentam-me. É uma questão de perspetiva.
Sempre sacrifiquei o prazer imediato ao cumprimento das minhas obrigações. Primeiro as obrigações e só depois o lazer. Nem sequer consigo usufruir de momentos de descontração se não sentir que produzi algo útil antes, se não vir as responsabilidades atendidas em primeiro lugar.
Não gosto de sucumbir a fraquezas que comprometam o meu desempenho. Nem doente deixei de sair todos os dias de casa para perseguir metas e sonhos. Dizem-me que revelo uma força e espírito de sacrifício que vai mais além do que as do comum mortal. Gosto de viver com essa imagem de mim, mas ela esgota-me.
Faz-me bem olhar para trás e ver trabalho feito, qual jornaleira a admirar a sua carreira já aviada num qualquer trabalho agrícola. Sempre fui o ciclista que vai à frente a abrir caminho e a puxar pela equipa, embora não goste, como ele, de deixar a frente do pelotão e sacrificar a camisola amarela a outro, depois de ter sido eu a desbravar o caminho. O esforço tem que ter retorno. Uma vitória. Um prémio. Um reconhecimento. Altruísmo tem limites e às vezes confunde-se com asnice. E eu não sou, nem nunca fui, parva.
Gosto de estabelecer objetivos e não sou de trabalhos pendentes. Não gosto de adiamentos. Não sou de procrastinar. Dá-me uma satisfação imensa resolver situações, avançar. E só assim descanso.
Posto isto...
Deveria ter sido ontem. Poderia ter sido ontem, mas tu não quiseste. Amanhã é que é, que hoje não dá jeito, dizes. Tivesse sido ontem, e hoje já seria mais eu. Assim sou um eu incompleto. Um eu semi-derrotado e ansioso. Uma vida mais uma vez adiada. Talvez hoje avancemos, sem medo... Porque senão, vou ter certamente um fim-de-semana incompleto... como eu.
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