Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.
Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.
Estou "nisto" (blog) com uma atitude muito mais saudável hoje em dia. Não estabeleço objetivos, venho cá quando quero, sem criar expectativas de aceitação por parte de potenciais leitores. Gosto das pessoas com quem interajo, os meus seguidores, e gosto de sentir que gostam de mim e do que escrevo, mas hoje (pardon my french) estou-me positivamente cag@ndo para o número de visualizações e visitas ao blog. Aliás, acho que este blog caminha no sentido de ser cada vez mais isento de filtros e preocupações com a imagem. Há facetas minhas que não dei a conhecer e que merecem sair cá para fora. A vida é curta demais para sermos sempre politicamente corretos.
Bem, mas vamos ao que me traz cá hoje! (embora este preâmbulo faça todo o sentido; já se sabe que tudo tem uma razão de ser cá com esta amiga!)
A plataforma Blogs Portugal está a oferecer aos bloggers 3 meses de conta Premium GRÁTIS até 31 de dezembro! Para isso, basta fazer um post no blogue a falar sobre a nossa experiência na utilização do Blogs Portugal e colocar no post um link para a nossa plataforma. Caso não tenham ainda percebido, é o que estou a fazer, que eu não posso ver uma boa pechincha que corro logo atrás.
Sobre a plataforma, o que posso dizer é que, de acordo com a minha experiência, é uma boa "ferramenta" para percebermos o grau de aceitação do nosso blog,... se isso nos importar muito. E a mim já me importou! Até cheguei a fazer registos diários da evolução do blog no ranking, riam-se lá! (Estão agora a ver a ligação?)
Essa é uma (só uma) das razões porque eu desliguei um bocado deste mundo durante uns tempos. Estava a começar a ficar demasiadamente dependente dos resultados que tinha em termos de visualizações, comentários, etc. Que raio! Estando eu muito bem resolvida em termos de ocupação profissional e até em termos pessoais (autoestima não me falta) e sabendo que não sou nem quero ser blogger profissional, porque é que aquilo me haveria de importar? Pois agora já não me importa! Voltei pacificada com essas questões. E assim é que estou cá bem.
Sou por natureza muito reflexiva sobre aspetos da minha vida. Roço o exagero, empreendendo demais nos assuntos. Sou basicamente uma cismática.
Esta qualidade (apesar de tudo, acho que é uma qualidade) permitiu-me o confronto com a triste realidade de que tenho desperdiçado demasiada energia e tempo em determinadas áreas da minha vida, em detrimento de momentos bons que eu poderia passar com coisas simples e por demais importantes. Inclusivamente, das quais sinto falta.
Ler, por exemplo, é uma das atividades que tem sido relegada para enésimo plano, a seguir ao trabalho, família e tarefas domésticas, redes sociais (blog incluído), até mesmo a seguir à televisão.
Eu, que adorava (adoro) ler! Shame on me!!!
Por isso decidi que vou recuperar a rotina da leitura antes de adormecer. Estou tão convicta disso que até já tenho ali o livro que se segue, o eleito, na mesa de cabeceira preparado e à minha espera. Ainda não vos falo hoje sobre ele. Qualquer dia...
(Fonte da imagem: http://www.revistabula.com/2590-10-livros-que-vao-mudar-sua-vida/)
Foi por estes dias, em 2009, que me foi dada a oportunidade de ganhar mais uns anos de vida. Já não sei se foi no dia 25 de abril ou se foi no dia 26. Acho que foi mesmo no dia de hoje que eu fui bafejada pela sorte de vir a estar entre os sobreviventes. Quando hoje recapitulo essa fase da minha vida, penso sempre que, não fosse uma combinação de uma série de acasos que aconteceram por estes dias em 2009, estaria hoje morta. Esta é a verdade, nua e crua.
Foi por estes dias que os astros se alinharam para que eu pudesse estar viva hoje, 8 anos depois. Ou foram os meus avós, do outro lado da vida, que deram uma mãozinha. Gosto de acreditar nisto... Sim, a minha avó! A mesma que, quando eu era criança, deu uma série de voltas à capela de S. Bento em penitência, como promessa para que eu superasse um eczema que temiam pudesse ser, ironicamente, cancro, por exemplo (por acaso, também na mama). Sim, ela era menina para vir do outro lado segurar na minha mão e guiá-la para que eu descobrisse o nódulo e a maldita doença a tempo. Minha querida avó!
Por estes dias, há 8 anos, estava de cama, com uma infeção urinária. Eu nunca ficava de cama. E também nunca me tinha passado pela cabeça fazer mamografia aos 38 anos, nem era suposto. Eu nem sequer tinha o importante hábito de palpar as mamas à procura de algo diferente ou suspeito. Costumava dizer que nunca haveria de ter cancro de mama, uma vez que tinha as mamas pequenas. Tão ignorante que eu era em relação a esta doença! Um caso típico, como tantos outros, de quem achava que o cancro era algo que nunca me aconteceria a mim. Mas aconteceu, há oito anos, e foi por estes dias que essa realidade me abalroou sem dó nem piedade e virou a minha vida do avesso.
É verdade! Tudo se passou por estes dias... E para sempre estes dias ficarão associados à minha sobrevivência. Espero que por muitos anos...
Garanto que não ficciono nem invento aqui nada. Tudo o que partilho são situações vivenciadas ou testemunhadas e sentimentos verdadeiramente sentidos (passo o pleonasmo). Embora possa não parecer...
Falava eu ontem de ficar com o "sistema nervoso"... Mal eu sabia que durante o dia iria assistir a um ataque de nervos como nunca tinha visto num local de trabalho. Em plena reunião, uma senhora completamente descompensada protagonizou uma cena de choro e gritos completamente lamentável, exagerada e desajustada. Isto porque quem presidia a reunião não permitiu que ela se ausentasse por questões pessoais. Parecia um filme italiano. Mas não era nenhum filme. Era bem real. E o que é certo é que a queixosa com o "sistema nervoso", ainda mais nervoso que o meu, acabou por sair mesmo da reunião.
Confortámos a senhora e, depois de largos minutos de choro e ombros amigos, ela acabou por se acalmar. Tive pena. Pensei que poderia ter sido eu a ter aquele surto. A única coisa que nos separa, a mim (e todas as pessoas como eu que não têm exteriorizações daquelas em público) e a ela, é sermos mais racionais, contidos, castradores das nossas emoções. Os humanos andam demasiado stressados, nervosos, infelizes. Alguns conseguem é disfarçar melhor que outros.
Demasiadas vezes me questiono se não deveria assumir aqui a minha identidade. Mas rapidamente penso: Para quê? O que é que isso interessa? Desta forma continuo a ser eu, se calhar muito mais eu.
Na verdade, acho que sou mais genuína assim anónima. Na "vida real" fingimos demasiadas vezes e se me conhecessem a identidade, eu teria que fingir também aqui, usar a tal máscara de que nos falava Luigi Pirandello e cuja referência eu fiz aqui. Passaria a ser apenas uma sombra de mim. Certamente seria mais comedida e talvez escrevesse só sobre as tendências de moda da estação, ou partilharia receitas de culinária, ou outros assuntos desse tipo.
Como é que hei de pôr isto? Esta personagem funciona como um alter-ego de mim própria, liberta-me as amarras que arrasto durante os meus dias todos iguais de mulher que precisa manter uma imagem de seriedade.
Dou-vos um exemplo. No meio em que me insiro, e por força da minha atividade profissional e também da do M, sobretudo a do M, não seria nada conveniente que soubessem que falo de sexo à segunda-feira, ainda que de forma bastante soft. Tenho até um colega púdico que ficaria escandalizado! Percebem o dilema?
A palavra escrita tem muita força. As fotos de nós e das nossas vidas também. Na internet ainda mais. Podemos apagar mas, uma vez algo publicado, perdemos o controle sobre isso.
Chamem-me cobarde. Talvez seja o que sou, bem analisadas as coisas.
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Maria Mocha é o pseudónimo de uma mulher que, de vez em quando, gosta de deixar os pensamentos fluir pela escrita, uma escrita despretensiosa, mas plena dos sentimentos e emoções com que enfrenta a vida. Assim, as criações intelectuais da Maria Mocha publicadas (textos, fotos) têm direitos de autor que a mesma quer ver respeitados e protegidos. Eventuais créditos de textos ou fotos de outros autores serão mencionados.
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