Relíquias.
Recentemente, em conversa com os nossos filhos, falávamos da evolução ao nível da tecnologia, desde o tempo em que tínhamos a idade deles.
Entre outras coisas, contámos-lhes que só tivémos telemóvel já em adultos. Dissémos-lhes que ainda somos do tempo em que o telemóvel servia basicamente para telefonar. Tive a nítida sensação, pelas expressões que fizeram, que eles sentiram que estavam a falar com dois cotas da idade da pedra. E pensando bem, considerando que os telemóveis da época eram aqueles Nokia, até faz algum sentido.
Este, se não foi o primeiro que tive, não anda muito longe disso. E o que é certo é que cá está ele, como uma rocha, intacto. Tem alguns riscos, mas vejam lá se o ecrã está estilhaçado como acontece com os atuais. Nada disso!
E agora os meus caros ficaram a questionar-se porque é que eu ainda guardo esta "relíquia", não é? É que eu tenho a minha faceta de sucateira. Tenho dificuldade em livrar-me dos meus pertences, mesmo que já não os use. Os telemóveis velhos estão todos ali guardados numa gaveta, a ocupar espaço. Tenho no roupeiro roupa do século dos Afonsinhos, que já nem me serve, à espera de um milagre. Guardo papéis e documentos que já não me fazem falta nenhuma. Até faturas do gás da empresa anterior. Acho que posso precisar de fazer algum historial. Tontices! Mas sempre me podia dar para coisa pior...