Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.
Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.
Fui recentemente visitar uma Feira do Livro. Gosto das Feiras do Livro que proliferam nesta altura, de poder circular por entre as bancas de livros à procura de uma pechincha. Há sempre algumas boas promoções.
Como sou rapariga dedicada a manter a chama acesa no casamento que já leva quase duas décadas, bati logo os olhos neste livro.
Pensei para comigo: "deixa cá ver se eu e o M nos situamos nesta categoria de casal feliz". É que nestas coisas não basta achar que sim. É sempre importante ter uma opinião técnica abalizada.
Foi com esse intuito que folheei o livro. E efetivamente até me revi em algumas características dos casais felizes.
Decidi comprá-lo, com a intenção de o ler, mas também de chegar com ele a casa e insinuá-lo disfarçadamente ao M. para que ele passasse os olhos pelas suas páginas (ler este tipo de livro eu sei que ele não lê!) e tivesse mais um daqueles momentos de clarividência de que sou eu a mulher da vida dele e que não passa sem mim. Cena de gaja!
Um parêntesis, sisters, para lembrar que nunca é demais evidenciar a felicidade que partilhamos com o nosso(a) companheiro(a). Não pode haver cá dados adquiridos quando se trata de relacionamentos amorosos. Conheço muitos casos de brasileiras e angolanas que estão aí para provar isso, ok? Nunca fiando, sisters!
Bom, estava eu já decidida a fazer mais este investimento na minha relação,quando dou com isto
e com isto
e com mais um sem-número de exercícios deste tipo ao longo de todo o livro.
Alto lá! Mas que método é este? Para manter um casamento é preciso voltar à escola? Até composições e contas tenho que fazer? Que canseira!
Acabei por comprá-lo, mas ainda não o insinuei ao M. Tenho dúvidas que o convença. E se o convencer, temo tirar negativa no teste. E eu não lido bem com negativas, que eu na escola era muito certinha.
Palpita-me que talvez fosse mais fácil encontrar outros "argumentos" (se é que me faço entender...) para nunca lhe passar pela cabeça abalar com uma brasileira ou angolana do que convencê-lo agora a responder comigo a estes testes. Nem que seja um belo "Bacalhau à Brás" como o que fiz ontem para o jantar. Sim, acho que isso resolve o assunto...
(Agora mais a sério: parece-me um livro bastante interessante para os casais, principalmente para os que estão a passar por uma fase menos boa... apesar do grau de exigência dos exercícios. )
Cada vez são mais os relatos de casos de mulheres e mães que em fases terminais de cancro, antecipando a própria morte, deixam cá testemunhos emotivos para os entes queridos, como é o caso que acabei de ler. Como as compreendo! Deve ser a maior angústia de um(a) doente terminal saber que vai deixar os seus, principalmente para uma mãe.
É como se assim contrariassem a própria morte e continuassem por cá mais um tempo… Neste caso, admiro o humor com que esta mãe lidou com a sua sentença de morte. Só me ocorre dizer aquela palavra agora muito em uso no futebol, mas que ganha um significado muito mais rico neste e noutros casos como este: “RESPECT”!
Eu, como já aflorei aqui há uns dias e posts atrás, sinto o fantasma do cancro sempre presente desde 2010 e tenho uma certeza angustiante de que será ele que me levará. E, como também já confessei, não é nada fácil viver com esta certeza.
Criar esta página e escrever sobre este assunto, e outros que me vão moendo o juízo ou adoçando os dias (nem tudo é mau!) foi uma forma de mais tarde ser recordada pelos meus amores. É como um diário, mas sem cadeado, já que não quero escrever só para ser lido por mim. Gosto de audiência! LOL! Só lamento a fraca assiduidade com que escrevo, por falta de tempo, e o facto de não ter muitos seguidores e de ainda não ter tido muita interacção por parte desses mesmos seguidores… Enfim, tenho alguns poucos mas bons!
Esta página, ou blogue pessoal, é também a terapia de que eu necessitava para manter alguma sanidade mental. (Bem, esta parte é difícil, que eu sou um bocadinho destrambelhada da cabeça, confesso!!! Eh eh eh )
Finalmente decidi concretizar esta ideia que me perseguia há vários meses: criar um espaço que servirá para partilhar as preocupações, os sentimentos e vivências de uma mulher que já passou por momentos difíceis, que valoriza a vida como só quem já viu a morte de perto o pode fazer, realizada profissionalmente e com uma vida familiar preenchida ao lado de um marido e filhos adolescentes que me dão cabo da cabeça e exigentes do cumprimento do meu papel de mulher e mãe, mas que me fazem uma pessoa muito feliz. Embora admita que às vezes não parece, já que eu me “descabelo” facilmente com eles… Aqui pretendo expurgar as minhas feridas e, quem sabe, encontrar alguma empatia em quem seguir esta página. Isto, se houver quem tenha pachorra para os meus devaneios!… Mas isso também não é o mais importante! Só quero que a página cumpra o seu papel de manter algum equilíbrio na minha mente e na minha vida, que os minutos que eu passe aqui se transformem no momento do dia onde eu possa parar e refletir sobre o que se vai passando na “vida real”, como se de terapia se tratasse. Terapia, é isso! Esta página vai ser a minha terapia! Sempre é mais barato… Não sei se vou conseguir conciliar esta página com as exigências da minha vida familiar e profissional, mas vou tentar. Terei certamente que roubar tempo ao sono! Vou entender isto como um regresso à adolescência, como o diário que nunca tive, um testemunho de vida para os meus filhos seguirem e um dia se recordarem da mãe. Para ti que me segues: Olá! Gosto de ti!
DIREITOS DE AUTOR (Decreto-Lei n.º 63/85 com as posteriores alterações)
Maria Mocha é o pseudónimo de uma mulher que, de vez em quando, gosta de deixar os pensamentos fluir pela escrita, uma escrita despretensiosa, mas plena dos sentimentos e emoções com que enfrenta a vida. Assim, as criações intelectuais da Maria Mocha publicadas (textos, fotos) têm direitos de autor que a mesma quer ver respeitados e protegidos. Eventuais créditos de textos ou fotos de outros autores serão mencionados.
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