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M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

M(ã)emórias da Maria Mocha

Blogue pessoal que aborda o universo feminino, maternidade, adolescência, resiliência, luta e superação do cancro, partilha de vivências, vida familiar e profissional... e alguma reflexão com humor à mistura.

Aparentemente não se passa nada...

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A minha casa está uma desorganização que só visto. Em muitos sentidos. E quem diz a minha casa, diz a minha cabeça, a minha vida. Ninguém imagina os demónios que cada mente alberga, as feridas que cada corpo carrega. Mas para fora uma existência feliz, uma vida por muitos desejada. Uma ilusão... Não sabem nada. Todos carregamos a nossa cruz e cada um é que sabe o peso da cruz que lhe verga as costas. E a minha não tem sido leve... 

 

Cá me vou aguentando, uns dias melhor, outros dias pior. Hoje manifestamente mal! É a vida e temos que a viver conforme se nos apresenta. E só temos uma...

 

 

A mim ninguém me pisa! (Quem dizia isto?)

 

 

Nunca fui de dar a outra face. E também nunca esqueço o mal que me fazem. Se alguém trai a minha confiança ou de alguma forma me ofende, está fodido lixado comigo. Nunca mais esta alma se relaciona da mesma maneira com essa pessoa. Está automatica e definitivamente riscada das "minhas pessoas". Sou assim! Não vou esconder nem armar-me em santa só para a "fotografia". O diabinho em cima do ombro sempre dominou o anjo do outro lado, quando este animal se sente acossado. E com tudo isto, mesmo assim, acho que sou uma boa pessoa! Não procuro o conflito nem faço mal a uma mosca, simplesmente não admito que me pisem. Bem, quanto a moscas, admito que mato uma ou outra de vez em quando... mas convenhamos que elas são chatas e badalhocas... 

 

Enfim, o que vos posso dizer hoje? Que a vida vai correndo igual, com os mesmos problemas ainda para resolver, mas também com uma constatação. Há algo de bom em ter problemas no trabalho, por incrível que possa parecer. Viramo-nos mais para as pessoas que realmente importam. Procuramos nelas o alento necessário para enfrentar as adversidades com que nos deparamos. Ficamos muito mais próximas dos nossos, no meu caso até mais paciente com as manifestações de adolescentite dos miúdos e muito mais carinhosa com o M. Nem tudo se perde...

 

Entretanto, tenho vindo a assentar as ideias na minha cabeça. Essa é, aliás, uma das razões da minha fraca assiduidade por aqui. É definitivo. Não posso deixar passar em branco. Vai ter que haver consequências, por muito que me custe.  Só desejo que seja uma transição o mais pacífica possível. A vida continua... Que se fod@!

 

 

Segurem-me!... Ou será... ajudem-me?!...

 

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Segurem-me, que eu ando com uma vontade incontrolável de dizer umas verdades, colocar tudo em pratos limpos, pôr uns pontos nos "is", até armar um barraco ou rodar a baiana, se for preciso.

 

Mais um dia pela frente para lidar com uma "paz podre" que está instalada lá no estaminé. "Tens que ser forte! Não te deixes ir abaixo". Pois... Sou forte há demasiado tempo. E por isso é que ninguém à minha volta me vê como eu sou, com todas as minhas fragilidades, para lá da capa de força que ostento. Às vezes sinto que não tenho verdadeiros amigos. As pessoas apenas têm interesses, querem aquilo que eu lhes posso dar. E a algumas dou muito! Até lugares ao sol, vejam lá! Mas pelo menos respeitassem-me por isso e fossem leais. Acho que não seria pedir muito...

 

Definitivamente, vou ter que esclarecer alguns pontos, limar algumas arestas, mexer com a ordem instalada. Vou ter que reunir as pessoas, ser frontal e definir regras e procedimentos, mantendo a calma e a cabeça fria para fazer tudo de forma civilizada, com o mínimo de prejuízo para a paz social. Depois de uma discussão que aconteceu ontem (a pessoa ficou totalmente alterada só porque eu, que sou quem dirige o estaminé - vejam bem a audácia e desfaçatez da minha pessoa!, pedi educadamente - juro que foi educadamente - que não voltasse a decidir sobre assuntos importantes com outra pessoa como se eu não estivesse lá, quando eu estou lá), não há mesmo forma de dar a volta sem uma "dispensa" na minha equipa. Ou ela ou eu. Aliás, a pessoa se tivesse vergonha, depois do que me disse a mim que a escolhi para minha colaboradora, pediria para sair das funções que está a desempenhar. Pelo que afirmou, penso que não está satisfeita. E se não está bem, só tem que mudar-se. É claro que a pessoa acha que tem toda a razão do mundo e que não me deve um agradecimento sequer. São assim as pessoas... É assim a vida... 

 

Tenho que acabar com algumas rotinas instaladas e alguns vícios. Tenho que registar tudo o que pretendo mudar, que a minha cabeça já teve dias melhores. Tenho que começar a tirar notas do que me vou lembrando. Este fim-de-semana tem que servir para pôr a cabeça em ordem no que diz respeito a estas questões. É vital definir a linha de atuação daqui para a frente, até por uma questão da minha saúde mental. Já vi que ali não há amizades. Trabalho é trabalho e até sou eu que tenho a faca e o queijo na mão, por isso... temos pena! 

 

Não sei se já perceberam, mas vocês, seguidores, são muitas vezes os meus confidentes mais próximos. Fez-me bem, este desabafo. Obrigada a quem ler e conseguir sentir alguma empatia comigo neste assunto. Contei ao M e ele apoia-me, mas também anda assoberbado demais, tal como eu ou pior. Mal temos tempo para trocar meia dúzia de palavras. Podem crer que é mesmo assim cá em casa. Há fases em que o trabalho rouba demasiado espaço à vida familiar. Os nossos filhos, agora de férias escolares, andam mais ou menos em auto-gestão. Ao "deus-dará", basicamente. Felizmente acho que posso confiar neles. Acho... 

 

E é isto... Ando a fixar-me demasiado no EU, EU, EU!... Isto ainda descamba numa depressão, se é que não caminha já para lá... Ou talvez sejam carências... Ou é o facto de eu ser muito observadora e aperceber-me de todas as facadinhas que me vão dando. Gostava de ser mais "panhonha". Mas não sou e agora enchi! Preciso de férias... Mas ainda falta tanto... 

 

 

Pérolas para porcos!

 

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De repente vejo a minha bolha rebentar, o meu mundo desmoronar-se, e abate-se sobre mim uma apatia imensa, uma inércia, uma vontade de me isolar, no escuro, e todas as vozes ao meu redor me mexem com o sistema nervoso e tenho vontade de gritar "Calem-se! Vão-se embora! Saiam daqui! Deixem-me em paz!".

 

Já vos tinha dito que tenho um sistema... nervoso? Pois tenho. E não consigo livrar-me deste maldito sistema... nervoso. Tenho também aquilo que os ingleses chamam de "overthinking". Cismo demais! Quando enfio uma preocupação na minha cabeça, não há meio de ver-me livre dela. Raisparta! Bardamerda para isto!

 

Não! Não morreu ninguém, não perdi o emprego, não está nenhum ente querido doente, o meu marido não me enfeitou a testa. "Só" tive uma desilusão muito grande com pessoas próximas no trabalho, pessoas que eu pensava serem leais e verdadeiras para comigo. E isso para mim é coisa grave. É sério. É triste. Apanhou-me desprevenida. Ao ponto de ontem não ter conseguido "produzir" nada no emprego e ter passado o dia a empreender naquilo. Ao ponto de ter equacionado hoje não me levantar da cama, não me ralar com quem conta comigo. Afinal, com quem posso contar eu?

 

Mas mais uma vez vou enfrentar. Pérolas para porcos, é o que é!

 

 

As pessoas nunca deixam de surpreender...


 

E aquela situação em que um sujeito A tem que apresentar determinados relatórios a um sujeito B, que tem a incumbência de fazer a revisão dos mesmos?  

Pois bem, apresenta os relatórios em papel, nos quais o sujeito B encontra erros em determinados números que precisam ser corrigidos. Chama, por isso, o sujeito A para proceder à correção. 

 

Ora, aqui é que se aplica a máxima de que as pessoas nunca deixam de surpreender... a mim, que estava a assistir a isto mesmo ali ao pé, acabando assim .

 

A pessoa (sujeito A! Ainda estão a seguir?) olha incrédula para o relatório e repete "Não pode ser! Passou-se alguma coisa. Impossível! Alguma coisa tem que ter acontecido!"

E o sujeito B "Mas o que é que pode ter acontecido? Este é o relatório que TU entregaste. Vê! É o TEU! Eu já o recebi assim." (Presumo que reagiu assim calmamente, para evitar dizer "Ó sua parvalhona! Tu é que te enganaste e agora queres dizer que a culpa é minha? Sua intrujona!") 

E o sujeito A "Não pode ser! Passou-se alguma coisa. Impossível! Alguma coisa tem que ter acontecido!"

 

Nunca saiu daquele registo. Foi corrigir o erro, mas nunca teve a humildade de admiti-lo. Pelo contrário! Deixou a insinuação de que teria sido o sujeito B a alterar o documento inicial. Eu sei que não foi. Enfim... dificuldades em admitir o erro... 

A sorte da pessoa foi que estava a lidar com alguém com muita paciência e calma. Ai se fosse comigo!... 

 

(Fonte da imagem: http://blog.unipe.br/pos-graduacao/vai-ter-uma-conversa-dificil-no-trabalho-saiba-como-lidar-e-agir) 

 

 

Impõe-se uma justificação

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(Fonte:  http://anywhereinmydreams.tumblr.com/)

 

Meus caros e  fiéis seguidores, seus loucos tresvairados de perderem tempo aqui comigo, pessoas lindas com quem eu já estabeleci uma amizade virtual que me faz tão bem:

 

Tenho uma justificação a dar-vos.

 

Não tenho estado, esta semana, tão presente nas vossas vidas como gostaria. Verdade seja dita que a semana começou ontem e tal, e o mais certo é nem terem dado pela minha falta, mas deixem-me ter este pequeno laivo de presunção ou arrogância, como queiram chamar-lhe. Pode ser? Muito bem! Então ontem vocês sentiram-me mais ausente, apesar de ter publicado o post diário habitual, e já estão a entrar em sofrimento por sentirem a minha falta por estas bandas, sim?

 

Sei como é...  Como tal, sinto que devo explicar-vos as razões deste "chá de sumiço" que eu tomei.

 

A razão é simples: estou cheia de trabalho e, como quero ver se consigo tirar uns dias de férias entre o Natal e a passagem de ano, nesta altura tenho que "dar o litro" no trabalho. Ontem por exemplo foi de sol a sol. Ao fim do dia entrei em casa já era noite bem cerrada. Há épocas assim...

 

Por isso, quero pedir-vos que não levem a mal que eu não consiga estar por aqui tão presente. Não vou conseguir ler todas as vossas publicações e possivelmente vou recorrer a posts meus que tenho em rascunho, para conseguir publicar diariamente. Mas desenganem-se se pensam que estou a afastar-me! Não senhora! Estou só mais assoberbada de trabalho mesmo! De qualquer maneira vou tentar passar por aqui de vez em quando. Prometo. E logo que possa vão voltar a ver-me aqui qual vossa sombra. Já não consigo viver sem isto nem sem vocês. 

 

Afinal vale a pena!

Acabei de ver esta mensagem no telemóvel:

 

"(...) Quero agradecer o nosso presente de Natal.

És uma diretora 5 estrelas.

Tens um coração do tamanho do mundo.

Obrigada por seres como és. (...)"

 

Há dias em que nos vamos abaixo, em que parece que nada faz sentido. E depois há dias em que alguém, com um simples elogio, nos faz sentir que afinal vale a pena sermos quem somos. E já corre uma lagrimita... Chorona! 

 

(Se estão curiosos, não fiz nada de extraordinário. Só agendei os trabalhos próximos do Natal por forma a todos poderem usufruir de mais uns tempos de descanso em família. Mas, pelos vistos, o pouco que pude fazer importa e faz pessoas felizes. E eu gosto de pessoas felizes.)

Quando o trabalho me persegue no fim-de-semana.

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 (Fonte na imagem)

 

A natureza humana continua a surpreender-me. Cada vez mais estou convencida que as pessoas só olham para o seu próprio umbigo, só o seu interesse pessoal importa. 

 

A funcionária da contabilidade lá da chafarica concorreu a outro emprego e foi selecionada. Até aí tudo bem. Pessoalmente é melhor para ela e temos que aceitar isso. Ninguém é insubstituível e a sê-lo alguém, não seria certamente ela. No entanto, eu, como responsável máxima da chafarica, sinto-me obrigada a defender o interesse do serviço. E, no interesse do serviço, a funcionária só poderá sair quando passar o testemunho para o sucessor e participar inclusive no fecho do ano económico. Afinal, é a responsável da contabilidade, a mesma que sempre pretendeu encarnar o exemplo máximo de dedicação e zelo. Além disso, eu própria, como dirigente, preciso de garantia da área da contabilidade assegurada sempre, e muito mais nesta altura do ano. Senão, em última instância, eu é que tenho que responder por erros cometidos.

 

Mas esta mesma profissional competente não aceita muito bem a ideia de que tenha que esperar mais umas semanas para sair. E a mim faz-me muita confusão que não entenda a pertinência desta exigência. Uma boa profissional entenderia, or so I think... 

 

Os argumentos utilizados vão da vitimização à chantagem e ameaça velada, do tipo: "Então e se eu ficar doente, como resolvem? Alguém terá que fazer o trabalho." Ou seja, para bom entendedor (neste caso, basta conhecê-la um bocadinho): "Se não me deixarem ir já, posso sempre meter baixa e ficam sem mim na mesma".

 

Nada que eu não estivesse à espera. E disse-lho, que já passou o tempo em que eu deixava coisas por dizer.

 

Pois é. A funcionária exemplar, sempre que há uma fase de mais trabalho ou algum problema surge e é preciso resolver, mete baixa. Poderia dizer "fica doente", mas não acredito que seja isso. Ela sempre foi assim: por vezes quase parece desejar estar doente para ter desculpa para não ir trabalhar. Constrói imensas narrativas à volta da sua saúde e parece acreditar mesmo que está a bater as botas. Ou não, e é mas é uma espertalhona que pensa enganar todos. Parvos são os que vão trabalhar todos os dias, mesmo com úmeros partidos e ciáticas e com os efeitos colaterais de quimioterapias. Parvos são os que trazem as ralações do trabalho para o fim-de-semana. Esses é que são parvos. Tal e qual Halberstam, a personagem do cartoon, que se tornou empregado do ano depois de morrer atrás da secretária em vez de meter baixa médica. 

 

15 minutos de sossego...

Ontem, a caminho de casa, dei por mim a pensar que finalmente tinha um intervalo de sossego, um pedaço de tempo para mim, uns parcos 15 minutos só meus para relaxar. Até tive medo de adormecer ao volante, tal era o entorpecimento depois de um dia cheio de adrenalina que desafiou os meus nervos até ao limite. E estava certa em aproveitar aqueles instantes: chegando a casa não foi melhor. Cenas com o mais novo, que está a despertar para a irreverência imprópria da adolescência.

 

Tem sido assim, ultimamente: no trabalho mil e uma situações, em casa dois que dão quase o mesmo trabalho. Dois não! Três, que o pai dos adolescentes também dá trabalho com fartura, principalmente quando não tem tempo ou disposição para participar da educação dos filhos! Mas ontem teve que ser mesmo chamado à pedra, que eu já não estou a conseguir dar conta do recado. Que sentimento de impotência, que desespero me assola de vez em quando desde que a puberdade chegou cá a casa... Com bebés era bem mais fácil...  

 

E agora pergunto:

 

O que dizer desta fase da vida de uma pessoa em que o momento mais relaxante do dia é o trajeto emprego-casa? 

 

 

Quem faz o "trabalho sujo"?

 

Imaginemos a seguinte situação:

 

Uma pessoa exerce determinada função de responsabilidade numa entidade.

 

A tal pessoa tem uma equipa de trabalho para colaborar nessas funções. Bons colaboradores e profissionais, mas algo inseguros em avançar com soluções para os problemas, quando a pessoa não está por perto.

 

A pessoa, por alguma razão, falta um dia ao local de trabalho. No caso em concreto, para fazer formação sobre assunto de interesse para o serviço. A pessoa tem que representar a entidade nessas ocasiões e, além disso, aproveita para manter o conhecimento atualizado, no interesse do próprio serviço. Atenção, que estamos a falar só mesmo de ausência no local de trabalho. Literalmente! Sim, porque mesmo assim a pessoa passa esse dia a receber telefonemas e a trocar mensagens sobre assuntos para resolver sobre o serviço.

 

Ora a pessoa, no dia seguinte, vai toda lampeira trabalhar e o que encontra ela? Hã??? Encontra todo o "trabalho sujo" do dia anterior por fazer. Sujo no sentido de ser daquele difícil que envolve resolver conflitos relacionais entre pessoas, estão a ver? (Já alguma vez partilhei esta ideia minha de que as pessoas são o mais difícil de (di)gerir numa organização? Pois é a mais pura verdade!). Pelos vistos, convenientemente, esse trabalho que surgiu in loco no dia anterior teria que ser, aparentemente, resolvido pela pessoa igualmente in loco no dia seguinte.  

 

O que dizer a esta pessoa?  

 

1 - Pelos vistos, pessoa, és mesmo insubstituível. Por isso, alegra-te e faz o serviço sujo de uma vez! 

 

2 - És muito estúpida! Custa perceberes que os colaboradores são é espertos porque estão sempre a contar contigo e assim não se chateiam e preservam a sua saúde mental e física? Arma "mazé" um barraco para que sejam eles a resolver o problema que ficou pendente! 

 

3 - Procura o zen que há em ti (que está sempre tão escondido que raramente dá sinal de vida) e espera que o problema se resolva sozinho.

 

4 - Simula uma dor de cabeça daquelas que todos vão ter tanta pena de ti, que vão desejar resolver todos os teus problemas e, com um bocado de jeito, ainda consegues hoje dar um bocado de atenção aos blogs dos teus amigos, já que ontem com a formação, chegada tarde a casa e uma valente e real (essa sim!) dor de cabeça, não conseguiste fazer o périplo habitual por eles. 

 

 Então? Em que ficamos? 

 

É só glamour – parte II

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Hoje estou uma mistura de triste com arreliada, engasgada com o que não disse e devia ter dito. Ou talvez não… No momento pareceu-me que era melhor não alimentar uma discussão, eu que até sou bastante frontal e digo as verdades (as que devem ser ditas!) doa a quem doer. Às vezes a brincar, mas digo. Hoje calei-me. Não valia a pena. É aquela cena de as pessoas não verem o mundo como ele é, mas como elas são, estão a ver? Não valia mesmo a pena argumentar com uma jumenta.

 

Sem entrar em pormenores desnecessários, quero só dizer que me senti bastante ofendida por alguém a quem não reconheço condições éticas e morais para criticar o que quer que seja do meu trabalho. Uma pessoa tipo flor de estufa, mimada, pouco amiga do trabalho, que pode viver dos rendimentos do marido e que quando lhe apetece faz birra e inventa cansaços e depressões para estar anos de licença sem vencimento e que inclusivamente este ano está a trabalhar só meio horário por opção para não se desgastar muito, coitada. Não tenho nada contra isso, mas pelo menos não opine sobre o trabalho dos outros! Sim, esta pessoa que descrevo, garanto-vos, de forma branda, quis opinar sobre o MEU TRABALHO!!!??? Eu, que passo lá mais horas do que qualquer outra pessoa, eu a quem vêm parar todas as situações para resolver,  todos os problemas, todos os conflitos? Eu, que vou trabalhar doente, que até trabalhei sempre durante todo o ano em que lutei contra o CANCRO, a fazer quimioterapia e radioterapia, enjoada, com dores no corpo, careca de peruca, infeliz com a minha imagem mas a tentar transmitir uma ideia de segurança e amor-próprio que não tinha, abatida, de rastos? Eu, que só faltei nos dias da consulta seguida de quimioterapia (1 dia de 3 em 3 semanas, durante 6 meses) e na radioterapia nas primeiras horas da manhã (durante cerca de um mês) de onde seguia para o trabalho? Eu, que só faltei 15 dias aquando da operação para me recuperar de uma tumorectomia e esvaziamento axilar e fui trabalhar ao fim desse tempo, mesmo sem conseguir ainda conduzir (ia o meu marido pôr-me ao trabalho)? Eu que prescindi da fisioterapia no hospital, para não roubar mais tempo ao trabalho, fazendo-a à noite em casa? Eu, que tento ser um exemplo de dedicação ao trabalho (e sei que sou!), porque acho que o exemplo tem que vir de cima? Eu, que roubo tanto tempo aos meus filhos e marido em nome da profissão?

 

Não sei… Acho que às vezes há pessoas que não merecem a minha dedicação e o meu esforço…

 

Pelo menos este cantinho desanuvia-me. Conduzi até casa a cismar no que se passou e a pensar que ainda devia dizer algumas verdades à jumenta, mas escrever fez-me perspetivar melhor as coisas. Não vale mesmo a pena. Quem não viu esta realidade que eu aqui descrevi, também não vai vê-la agora. Vou tentar tirar isto da minha cabeça e dedicar-me à minha família o resto deste dia. Eu quero é paz e amor!

 

Beijinhos e abraços.  

Não aguento tanto glamour nesta minha vida!

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Pois é! Vou fazer uma afirmação batida, mas tenho que o dizer: a minha vida dava mesmo um filme! Digo mais: às vezes a minha vida tem cenas que parecem retiradas de um filme italiano. LOL

 

Hoje foi um dia daqueles, cheio de cenas de cinema! No trabalho, mil e uma situações para resolver, algumas urgentíssimas e quase todas elas originadas por conflitos entre pessoas ou por comportamentos de pessoas. A sério: há dias em que me apetece desistir deste papel de gerir e liderar gente. Numa organização o mais complicado de gerir é mesmo as pessoas, cada uma com a sua razão (e só essa é que está certa!), cada uma com os seus problemas e situações para resolver que rapidamente gosta de transferir para mim, numa ânsia de rapidamente se desresponsabilizar. Sim, porque cada um acha que já tem muito trabalho, que faz mais que o outro e que é melhor que o outro e que não tem responsabilidade sobre nada. As lideranças intermédias gostam muito de se “baldar” às suas responsabilidades.

 

Bem, as cenas de hoje incluíram, entre outras:

  • A mediação de uma situação de conflito em que ambas as partes têm culpa no cartório e nenhuma quer ceder… situação que se vem arrastando e que não vejo jeitos de ter um desfecho feliz;
  • A tomada de decisão sobre um procedimento disciplinar e preenchimento de toda a papelada envolvida (notificações, etc);
  • O conhecimento de um comportamento muito errado do ponto de vista ético e moral (abstenho-me de aprofundar, porque foi mesmo muito mau!), para além de perigoso, sobre o qual fui também chamada a interceder, mas que vem de quem não tem o discernimento todo e portanto, é provável que se repita (mais uma mulher que não se consegue salvar ao destino que lhe está traçado!);
  • A admoestação de outra pessoa, um “habitué”, que agiu erradamente junto de colegas e superiores;

 

Chega? Naaaa!!!

 

Para terminar este dia em beleza, aconteceu algo que só vem comprovar a tendência cinéfila desta minha família.

 

Ao fim da tarde, há bocado, fui chamada de urgência a casa porque a minha filha de quase 15 anos, que até já tem um namoradinho há quase um ano e tudo, trouxe duas amigas para casa e, estando as três a BRINCAR (ainda brincam!), ela fechou-as na sala à chave e nunca mais foi capaz de abrir a porta! Lá venho eu prego a fundo. Sim, porque liguei ao M. e ele, para não variar, tinha assuntos mais urgentes para resolver do que eu!... E o mais certo é que talvez tivesse. O trabalho dele ainda lhe consome mais energia e tempo do que o meu, isso é verdade. Ainda nem chegou a casa.

 

Enfim, lá vim eu. Chegada a casa, lá estavam as duas reclusas do outro lado da porta envidraçada, bem-dispostas, confiantes numa resolução da minha parte para o problema e a minha filha entre o risonho e o nervoso, expectante, não fosse eu dar um sermão à frente das amigas. Ela tem muito aquele medo adolescente de que eu a envergonhe em frente aos amigos. Coitada, tinha experimentado todas as chaves que tinha encontrado, de todas as portas da casa, e nada! Tentei também eu várias vezes e quando já estava a ponderar chamar os bombeiros, lembrei-me de umas chaves que eu tinha colocado num local à espera de um dia procurar pela casa a fechadura de cada uma delas (não sabia a que porta pertenciam porque noutra altura também os meus filhos baralharam as chaves todas, por acaso!). Lá consegui abrir a porta com uma dessas chaves, sem esforço. Vá lá não ter partido a fechadura ou as chaves da força que tinha feito antes. Ainda me dói a mão.

 

Final feliz!

 

E no fim disto tudo, retirei uma aprendizagem de algo que desconhecia e retirei também uma lição, que deixo para reflexão:

“É preciso ter atenção porque a chave que fecha uma porta pode não conseguir abrir a mesma porta, se não for a chave certa para essa fechadura”. Essa é que é essa!

 

E é desta forma filosófica, com um ensinamento, que às vezes termina um dia cheio de episódios corriqueiros. Imaginem se eu tivesse outras vivências para contar, férias em lugares paradisíacos, dias imaculados e plenos de descontracção e glamour de quem não faz mais nada que não seja alimentar um blog, e cenas assim… O que eu não faria… Era um fartote!  

 

Mas, infeliz ou felizmente, eu tenho que trabalhar. Este é só o meu refúgio. E acreditem, depois de um dia como o de hoje, foi o facto de ter despejado aqui as minhas “mágoas” que me fez ficar bem disposta agora, no anoitecer de mais um dia. Agora vou continuar com mais uma tarefa: fazer o jantar! Hoje o prato principal é borrego guisado bem temperadinho que eu já coloquei em vinha-de-alhos ontem!

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Nham! Amor servido em pratos, é o que é!

Março, flores, vestidos e eu

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Março, para mim, é um mês de viragem.

 

Ainda que não exteriorize o suficiente para ser notado, eu sinto dentro de mim que começo lentamente a florescer em março, em sintonia com a própria natureza. A simples e natural mudança do ciclo do inverno para o verão, com a aproximação das estações do ano minhas preferidas que já se adivinham, dando pequenas pistas de que estão finalmente a ganhar terreno ao frio e à chuva, age sobre mim de uma forma tão intensa que se torna difícil de entender e explicar. Não conheço mais ninguém a quem esta simples e milenar transformação cíclica da natureza interfira de forma tão acentuada no ânimo e disposição, como a mim própria.

Já uma vez falei aqui sobre a importância do “tempo” e da gestão do tempo na minha vida, e da fonte de stress que ele muitas vezes é (ou a falta dele...). Esta é mais uma das suas facetas.

Repito: sou bastante coerente no que exteriorizo e muitas vezes sinto em silêncio mas, interiormente, sou muito marcada por ciclos e o meu estado de espírito é manifestamente influenciado pelo ambiente e contexto. Sinto que a partir de março aproximo-me mais de mim mesma, vivo os dias de forma mais intensa, renasço qual fénix (analogia mais que batida, mas enfim…).

Razões? Apenas pequenas grandes coisas que me fazem feliz.

A aproximação do tempo mais quente e soalheiro;

Os dias mais longos que me permitem ver e sentir o sol, que atravessa mais alto o céu, a bater nas janelas da cozinha antes de sair para o trabalho, assim como chegar a casa depois de um dia de trabalho e sentir que ainda há momentos do dia (entenda-se, com luz do sol!) para serem vividos e partilhados em família;

O despontar das primeiras flores nos campos, que me possibilitam usufruir de quadros de tapetes coloridos no caminho para o trabalho todas as manhãs, com destaque para lindos campos, bermas e valados vestidos do vermelho cintilante das papoilas, ainda mais cintilantes do que as da conhecida canção do Glorioso.

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 As roupas mais leves, os vestidos floridos e alegres a fazer “pendant” com a paisagem. O da foto, da KOOKAÏ, comprei recentemente nos saldos. Foi uma pechincha. Adoro, adoro, adoro!

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 Estes são só alguns dos cenários que influenciam positivamente os meus dias, a partir de março. Sim, a simples visão de flores ou do sol logo pela manhã ou sair à rua com um vestido primaveril podem alegrar todo o meu dia! Chamem-me louca!

Além disso, como que a adivinhar esta minha predileção, foi em março que despontou há quase 15 anos a primeira das duas flores mais lindas da minha vida, os meus filhos.

Março! Finalmente março! A partir de agora tudo só pode melhorar!

 

Há dias difíceis!...

Está difícil o dia, hoje!
Lidar profissionalmente com pessoas é das tarefas mais difíceis em qualquer organização. E em cargos de chefia, ainda pior! Hoje já fui chamada a mediar uma situação de conflito em que a vontade que eu tinha era mandar todos os envolvidos pentear macacos, para não dizer já aqui um palavrão.  
As pessoas gastam energias com coisas tão sem jeito, nesta vida! Incapazes de perceber que ela passa a correr e que as oportunidades de ser feliz e de aproveitar a vida ao máximo voam.
É caso para dizer:

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(Imagem retirada de: https://www.facebook.com/369318129821266/photos/a.369321356487610.90615.369318129821266/944218362331237/?type=3&theater)

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Maria Mocha é o pseudónimo de uma mulher que, de vez em quando, gosta de deixar os pensamentos fluir pela escrita, uma escrita despretensiosa, mas plena dos sentimentos e emoções com que enfrenta a vida. Assim, as criações intelectuais da Maria Mocha publicadas (textos, fotos) têm direitos de autor que a mesma quer ver respeitados e protegidos. Eventuais créditos de textos ou fotos de outros autores serão mencionados. Aos leitores da Maria Mocha um apelo: leiam, reflitam sobre o que leram, comentem, mas não utilizem indevidamente conteúdos deste blog sem autorização prévia da autora. Obrigada.

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